Saldo de emprego formal soma 155 mil vagas em janeiro

Acima das nossas expectativas (134 mil vagas), os números do Caged (cadastro geral de empregados e desempregados com carteira de trabalho assinada), mostram que o saldo de janeiro foi de 155 mil empregos formais, o equivalente a criação líquida de 148,7 mil na série livre de efeitos sazonais. Com isso, o Brasil alcança um estoque de 41,5 milhões de postos de trabalhos regidos pela CLT.

Apesar da alta de 2,4% m/m das admissões em janeiro, também chama a atenção o aumento de 1,4% m/m dos desligamentos, ambos já dessazonalizados. Aqui, o único setor a apresentar uma variação marginal positiva do saldo das contratações foram os serviços (16,30% m/m), um dos segmentos com maior capacidade de expansão dentro do nosso cenário para a atividade econômica em 2022 (sobretudo no que tange aos serviços prestados às famílias), com um aumento das admissões (1,4% m/m) e queda dos desligamentos (-0,3% m/m).

O Ministério do Trabalho também informou que 853 mil empregos (ante 2,1 milhões anteriores) ainda estavam vinculados à garantia provisória de emprego pelo Novo Benefício Emergencial (Bem) (programa criado durante a pandemia que permitiu desde a suspensão até a redução de carga horária e salário, medida que tem ajudado a limitar o número de desligamentos) em janeiro, saldo que deve chegar a 173.876 em abril de 2022. Esse montante equivale a 2% do estoque total de empregos e reflete os acordos celebrados até 26 de agosto de 2021.

Chama a atenção como o salário médio real de admissão mensurado pelo Caged acelerou de R＄ 1.805,35 em dezembro para R＄ 1.920,59 em janeiro, uma variação de 6,4% na série sem ajustes sazonais. Nossas fontes trabalham com a hipótese de que trabalhadores mais qualificados estão se reinserindo no mercado de trabalho formal a partir de cargos também mais qualificados e de maior remuneração. Isso é evidenciado pelo aumento dos desligamentos voluntários, reforçando o entendimento de que parte desse movimento (reinserção) é explicado pela troca de empregos, sobretudo para profissionais do setor de serviços que envolvem tecnologia (trabalho remoto).

Olhando à frente,refletindo nossa projeção de 0,5% de expansão do PIB (atividade mais fraca), estimamos a criação de 700 mil vagas formais em 2022, uma desaceleração na criação de 2,7 milhões de vagas em 2021, mas ainda um número bastante positivo.