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Alta dos juros e o impacto no dólar e na cadeia produtiva

Nos últimos dias, tem se falado muito sobre os impactos negativos da alta da Selic, que chegou a 10,75%, um patamar que não chegava há 5 anos. Principalmente no que diz respeito a juros mais altos nos financiamentos.

A Selic em alta desestimula os investimentos. No caso do mercado imobiliário, por exemplo, o crédito fica muito mais caro, impactando no valor das parcelas e prejudicando as vendas, em um cenário onde o poder de compra já está bastante defasado.

Com as vendas em baixa, os empreendimentos devem diminuir, desacelerando um crescimento que vem forte desde 2021, quando a Selic chegou a 2%. O impacto será sentido na geração de empregos e também nos níveis de preços dos aluguéis, já que quem iria comprar um imóvel pode optar por alugar, até o nível de juros baixar novamente.

Mas há um aspecto nessa alta que pode impactar positivamente nos preços e na inflação.

Com a alta da Selic, o Brasil se torna mais atrativo para a entrada de capital estrangeiro. Os investidores internacionais ficam à procura dos países onde seu capital pode ser melhor remunerado, ou seja, que tenham taxas de juros maiores.

Com uma taxa acima de dois dígitos, esses investidores vêm e compram papéis emitidos pelo país, trazendo uma oferta enorme de dólares para o mercado. Considerando a lei da oferta e da procura, sempre que há excesso de algum item no mercado, seu preço cai. É o que se espera para o dólar também.

Um fator que pode frear um pouco essa queda no preço do dólar é a possibilidade de aumento de juros nos Estados Unidos, devido à necessidade de controle da inflação, tornando seus papéis mais atraentes aos investidores. O cenário interno no Brasil, onde o ajuste fiscal ficou em segundo plano em relação às medidas populistas para tentar a reeleição no executivo federal, também pode afetar o dólar no sentido contrário do que se espera.

A taxa de câmbio está diretamente ligada à inflação dos preços. Quando o dólar sobe, toda a matéria-prima importada sobe junto, provocando um efeito cascata de aumento em toda a cadeia produtiva e indo parar nos preços nas prateleiras e gôndolas.

Outro efeito nocivo da alta do câmbio para a economia é o fato de a indústria optar por exportar seus produtos em vez de vender no mercado interno, já que recebendo em dólar o lucro é muito maior, desabastecendo o mercado local e causando alta nos preços.

Através da alta da taxa Selic — e se concretizando a entrada maior de capital estrangeiro — a tendência é que o dólar baixe o patamar e, por consequência, os insumos caiam de preço e a exportação fique menos atrativa, ocasionando uma queda nos preços.

O Banco Central vem fazendo o amargo papel que lhe cabe nessa difícil equação econômica. Cabe agora aos agentes políticos contribuírem mais — e de forma mais realista — para que as medidas de contenção da inflação sejam efetivas no curto prazo.

Rogério Araújo é gestor e consultor financeiro, especialista em investimentos, fundador da Roar Educacional Consultoria e líder educacional da corretora de investimentos Vítreo


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