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Clima Econômico da América Latina melhora, mas situação corrente contínua difícil

O Clima Econômico da América Latina melhorou no 2º Trimestre de 2021 em relação ao trimestre anterior. Após a quarta alta seguida do indicador trimestral, seus dois componentes continuam a sugerir avaliações diferentes de acordo com o horizonte temporal. Enquanto as expectativas em relação aos próximos meses são otimistas, a percepção em relação à situação atual é ainda bem desfavorável. A pandemia do COVID-19 é destacada como um problema em todos os países., mas a melhora da demanda mundial e do aumento do preço das commodities influencia positivamente na revisão do crescimento econômico para 2021 na maioria dos países da região.

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina da Fundação Getulio Vargas (FGV) avançou de 70,5 para 81,2 pontos entre o 1º e o 2º trimestre de 2021. Apesar da alta de 10,7 pontos, o indicador continua na zona desfavorável do ciclo econômico com uma combinação de avaliações desfavoráveis sobre o presente e expectativas otimistas em relação ao futuro próximo. Neste sentido, o resultado se assemelha ao observado na Sondagem do 1º trimestre.

O ICE é uma média geométrica entre o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE). Ambos subiram no 2º trimestre de 2021. O ISA subiu 8,8 pontos, ou uma variação de 45,4% entre os dois primeiros trimestres de 2021. O nível indicador, de 28,2 pontos, continua extremamente baixo se considerarmos que o limite de passagem entre as zonas desfavorável e favorável é de 100 pontos. O ISA da América Latina está na zona desfavorável desde julho de 2012.

O IE também contribuiu para melhora do ICE, ao passar de 143,6 pontos para 156,0 pontos. O IE permanece na zona favorável desde julho de 2016, exceto no 2º trimestre de 2020, ápice da crise sanitária.

Clima econômico: Resultados dos países

A Tabela 1 do Press Release resume os resultados do Clima Econômico para as maiores economias da região acompanhadas pelo FGV IBRE.

Os países estão ordenados pela maior variação em número de pontos do Clima Econômico entre o 1º e o 2º trimestre de 2021. A Colômbia registrou a maior variação positiva, 22,5 pontos, puxada pela melhora no ISA, já que o IE deste país subiu apenas 4,3 pontos no trimestre. O país possui o terceiro maior ICE no 2º trimestre, atrás do Paraguai e do Chile. Esse resultado precisa ser qualificado à luz dos protestos que se iniciaram nos últimos dias de abril e que se intensificaram nas primeiras semanas de maio. A maioria dos questionários foram respondidos antes do término do mês de abril, e, nesse caso, a percepção de que os protestos iriam se ampliar não estava claro.

Além da Colômbia, Bolívia e México apresentaram variação positiva em todos os três indicadores. A Bolívia se diferencia da Colômbia e do México, pelo fato da maior variação ser no indicador de expectativas e não na avaliação da situação corrente, como nos dois outros países. O Peru registrou a segunda maior variação positiva no ICE, mas as expectativas registraram um pequeno recuo.

Brasil e Equador melhoram o clima econômico puxados exclusivamente pelo aumento do IE. No Brasil, o ISA recuou 7,4 pontos e é agora o quarto pior da região (17,6 pontos) ficando próximo ao da Argentina (16,7 pontos) e acima do Equador e Uruguai (zero ponto). Ressalte-se que o pior trimestre em termos de percepção sobre a situação atual no Brasil foi o terceiro de 2020 (zero ponto). Depois, o indicador chegou a 25,0 pontos no 1º trimestre de 2021 para recuar agora no 2º trimestre.

O ICE ficou relativamente estável no Chile, com um recuo de 1,4 ponto. Argentina, Uruguai e Paraguai registraram quedas acima de 10 pontos. Em todos os três países o IE caiu, embora somente a Argentina tenha passado de um cenário favorável para um desfavorável. A avaliação da situação atual melhora menos do que 10 pontos no Chile e na Argentina, piora no Uruguai e fica estável no Paraguai.

Paraguai registrou a maior queda do ICE em número de pontos nesta edição da Sondagem (22,2 pontos), mas o país ainda é o único com o ICE na zona favorável.

Em suma, todos os países latino-americanos analisados estão na zona desfavorável de clima econômico, exceto o Paraguai que está na fronteira (100 pontos). Todos os países registram indicadores desfavoráveis na avaliação da situação atual e todos mostram expectativas favoráveis em relação aos próximos meses, exceto a Argentina. Todos os países, exceto Bolívia, Argentina e Paraguai, mostram diferenças superiores a 100 pontos entre o IE e o ISA. A maior diferença ocorre no Brasil, 164,8 pontos.

Previsões para o crescimento do PIB para 2021

O Gráfico 6 do Press Release compara as previsões de crescimento do PIB para 2021 dos especialistas consultados no 1º e 2º trimestres. É interessante notar que não se observa uma correlação perfeita entre melhora e piora do ICE e as previsões. Na Argentina, por exemplo, houve queda do ICE liderada pela piora nas expectativas e a previsão do PIB passou de 4,5% para 5,8% nas pesquisas realizadas. Uma possível explicação para este resultado é o impacto positivo esperado com a alta dos preços das commodities (ver seção sobre comércio exterior).

Após a Argentina, Chile e México apresentam os maiores ganhos em pontos percentuais nas projeções do PIB. No Chile, a melhora na demanda externa influencia o resultado. No México, a expectativa de recuperação dos Estados Unidos, com previsões de até 6%, pode explicar a revisão da projeção.

Bolívia, Colômbia e Equador mostram melhora no ICE e na previsão do PIB para 2021. Paraguai piora no ICE e uma projeção do PIB sem mudanças relevantes. Brasil, melhora do ICE e projeção de PIB estável.

O Uruguai reviu para baixo a previsão do PIB, e nesse caso o resultado é condizente com a queda do ICE resultante de um recuo no ISA e no IE. No caso do Peru, o ICE melhorou, mas as expectativas recuaram, o que pode ter influenciado a revisão para baixo do crescimento do PIB. Ademais, a perspectiva da eleição presidencial polarizada no país com dois candidatos identificados como populistas em segundo turno, pode ter influenciado na piora das expectativas e na projeção do PIB.

Principais problemas em países selecionados

A Tabela 2 do Press Release mostra a proporção de especialistas que apontaram determinado problema como relevante em seu país. Logo, quanto maior o indicador, mais relevante é o problema. No agregado da América Latina, a pandemia seguida da falta de confiança na política econômica e falta de inovação são os itens com maior pontuação.

Além das questões citadas, cinco itens obtiveram valores acima de 80 pontos: infraestrutura inadequada; a aplicação da vacina da COVID é mais lenta que esperado; aumento da desigualdade de renda; demanda insuficiente; e corrupção. Não são temas relevantes: gerenciamento da dívida; barreiras às exportações; e credibilidade do Banco Central.

Existe uma relativa uniformidade na análise da questão da pandemia quanto à importância do tema entre os problemas que o país enfrenta. Exceto o Paraguai, mas com indicador elevado (88,9%), em todos os países, a pandemia é apontada de forma unânime como uma questão relevante. O "problema" a aplicação da vacina é mais lenta que o esperado, Chile e Uruguai consideram que o cronograma de vacinação não é um problema, o que não impede que considerem a pandemia como um problema grave que o país enfrenta. Em todos os outros países, o ritmo da vacinação é considerado um problema importante.

Ressalta-se o quesito sobre a falta de confiança na política do governo, que é consensual como uma questão grave na Argentina, Bolívia e México. No México essa avaliação não impediu que o ICE do país registrasse melhora.

A Sondagem também perguntou aos especialistas quais os três principais problemas enfrentado em seus países no momento. O percentual se refere ao número de especialistas que apontaram a questão como um dos principais problemas em cada país. No Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai, a pandemia foi o principal problema apontado pela Sondagem. A falta de confiança na política econômica é um problema também muito sério na Argentina, Bolívia, Brasil, Equador e México (Gráfico 7 do Press Release).

Enquete especial sobre o comércio exterior

A Organização Mundial do Comércio (OMC) estima que o comércio mundial irá crescer 8% em 2021 impulsionado pela China e pelas políticas expansionistas dos Estados Unidos e da União Europeia. Na América Latina, em especial para os países exportadores de commodities da América do Sul, a perspectiva de um novo "super ciclo de commodities" tem um impacto relevante no crescimento econômico.

A Sondagem fez duas perguntas. A primeira se era esperado um aumento no volume do comércio exportado nos próximos seis meses e, depois quais as razões para esse aumento.

Como ilustra a Tabela 4 do Press Release, em nenhum país é esperada uma redução nas exportações. Aumento nos preços das commodities e a demanda externa são os principais fatores que explicam projeções relativas ao aumento das exportações (Tabela 5 do Press Release). Câmbio só é mencionado na Colômbia e no Brasil, que possuem pautas de exportações com graus de diversificação de manufaturas. Outros fatores são mencionados no Chile, Paraguai, Equador e Uruguai.


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