Como apostar na inovação se educamos gerações apenas para armazenar dados?
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Ana Borges
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* César Silva
Nos últimos anos a temática da inovação ganhou status de esperança para o desenvolvimento de um futuro mais promissor ao país. Neste sentido, muita expectativa é criada em torno das próximas gerações já nascidas num mundo cercado por potentes e revolucionárias tecnologias por todos os lados. Mas ao olharmos com um pouco mais de atenção para a estrutura do nosso sistema educacional, verificamos que corremos um sério risco de uma grande frustração.
Isto porque as estruturas acadêmicas tradicionais não proveem os alicerces necessários para que os jovens estudantes desenvolvam pensamentos criativos e inovadores. Não há orientações para colocarem ideias em prática e não os capacitam, ao menos, para desenvolverem um plano de negócios.
A educação formal foge na sua operação da realidade do mercado, dos desafios dos segmentos produtivos. É fácil constatar isso. Basta frequentar as salas de aulas, onde são discutidos apenas fatos históricos, relembrando datas. Na maioria das vezes, sequer há contextualização. Nas disciplinas exatas, são apresentadas as fórmulas e procedimentos a serem decorados e mal se entende para que saber aquilo.
Os alunos aprendem para dizer como as coisas funcionaram algum dia, e não para serem os orientadores de como as “coisas” irão funcionar.
Em nossa realidade social os dados, os conteúdos estão disponíveis em grande quantidade e com acesso fácil. Assim, preparar os cérebros para que eles sejam armazenadores de dados é um desperdício. Os alunos deveriam ser capacitados e preparados para fazer conexões e usar este volume enorme de conteúdos e saberes na solução de problemas com propostas inovadoras e sem barreiras.
Será que as escolas não deveriam ser espaços de desafios, como os “escape rooms”, os campos de paint ball, onde os participantes precisam se associar, buscar alternativas, identificar suas características para solucionar desafios aplicando efetivamente saberes, criando vivências e experiências?
Iniciando 2020, já tendo passado por 20% do século XXI, não se vê ações inovadoras nos sistemas de ensino público e privado que se diferenciem e conduzam inovações.
Ao invés disso, o tempo maior neste período anterior ao início das aulas não é de capacitação e orientação dos docentes e sim de atribuição de aulas, a corrida pela localização do prédio, da escola onde o professor vai lecionar.
Uma corrida de ranqueamento, de tempo de docência, que seria cômica se não fosse trágica: mais de 65% dos docentes se preocupam mais em “onde vou lecionar”, do que como poderei fazer isto melhor e diferente.
Assim, milhões de alunos exercitam a resiliência e a fé de que tudo o que está sendo apresentado, em grande volume de conteúdo, será útil em algum momento, para alguma coisa. Seu cérebro parece um container de armazenagem de informações acondicionadas para serem usadas no futuro sem que possam ser descartadas por tempo de inutilidade.
As metodologias aplicadas em salas de aulas não são atraentes, nem instigadoras. São cópias de conteúdos para uma lousa e da lousa para o caderno. Gasta-se o tempo precioso no ouvir e copiar, sem discutir, nem aplicar.
O procedimento ocorre em todos os níveis de educação, desde a educação básica nos primeiros anos da alfabetização, na etapa denominada fundamental, até o ensino superior.
Não é deste modelo tradicional, cheio de vícios e sem recursos tecnológicos que surgirão pessoas criativas e inovadoras. É preciso mudar e mudar já.
* César Silva é diretor Presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) e docenteda Faculdade de Tecnologia de São Paulo – FATEC-SP há mais de 30 anos. Foi vice-diretor superintendente do Centro Paula Souza. É formado em Administração de Empresas, com especialização em Gestão de Projetos, Processos Organizacionais e Sistemas de Informação.
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