Apartamento de 90m² aposta no uso da biofilia e móveis claros para promover bem-estar

O mercado imobiliário tem estado em constante aquecimento nos últimos meses. De acordo com o Índice FipeZAP de Venda Residencial, São Paulo foi o município que registrou o m² mais caro em maio de 2025. Nacionalmente, a cidade ocupa a 6ª colocação. Apesar da grande procura, as pessoas têm se tornado mais exigentes na hora de escolher onde vão morar - e estar em um espaço que incentive o bem-estar é um dos principais requisitos.

Em 2022, por exemplo, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) investigou os impactos dos espaços verdes em áreas urbanas no bem-estar psicológico dos moradores e concluiu que a presença de áreas arborizadas reduz positivamente os níveis de estresse e melhora a qualidade de vida - e isso se aplica perfeitamente na hora de ter espaços que promovem o bem-estar dentro de casa.

Com tudo isso em mente, a arquiteta Luciana Patriarcha, especializada em psicoarquitetura, projetou um apartamento de 90m² em Osasco, na Grande São Paulo. “Foram 5 meses de projeto, desde o fechamento do contrato, as reuniões de psicobriefing, desenvolvimento de layout e projeto executivo para a obra. Os clientes estavam em dúvida se iam morar no apartamento ou vender, então o nosso projeto foi focado em funcionalidade e bem estar, para que atendesse os clientes enquanto morassem no apartamento, mas que também encantasse outros possíveis compradores quando eles pensarem em vender”, comenta.

Para Luciana, a arquitetura vai muito além da estética - ela precisa despertar sensações. “Cada escolha nesse projeto foi pensada para que os moradores se sintam acolhidos, conectados e em paz dentro do próprio lar. Eu trabalhei muito com as formas orgânicas e naturais, mas sem deixar de lado os toques de dourado e boiseries que remetem a sofisticação. Desta forma equilibrada, o apartamento tem nuances que trazem muito aconchego e vontade de estar ali e ao mesmo tempo encanta os olhos de quem vê, impactando positivamente tanto os moradores quanto os visitantes”, explica a arquiteta.

Abaixo, Luciana também destaca outros pontos interessantes do projeto. Confira:

1. Os traços orgânicos trazem fluidez para o apartamento

Uma das principais apostas para todo o projeto foi o uso de formas orgânicas e naturais que remetem à natureza, e despertam sensações de conforto e segurança. “Sempre gosto de reiterar que, segundo a Teoria da Biofilia, de Edward O. Wilson, temos uma conexão inata com elementos naturais, e reproduzi-los no ambiente reduz o estresse e melhora o humor. Na neuroarquitetura, as curvas suaves ativam áreas cerebrais ligadas à calma e ao prazer, ao contrário de formas muito angulares que podem gerar tensão. E, pensando em todos os princípios da psicoarquitetura, neuroarquitetura e biofilia, projetei todos os ambientes do apartamento para serem sutis aos olhos e criar uma conexão verdadeira com o lar”, analisa a arquiteta.

2. O estilo e a produção podem (e devem) andar juntos

Para quem tem uma criança pequena em casa, a segurança deles é sempre a principal preocupação. “Esse foi um dos principais desafios que encontrei durante o projeto. Os clientes tinham um filho bem pequeno, então precisei pensar no projeto como um todo para sempre estar priorizando a segurança e bem-estar da criança. Quem olha para o projeto, na verdade, não imagina que tem uma criança pequena vivendo as experiências da primeira infância naquele espaço, mas nós pensamos muito em locais que ele pudesse andar e não se machucar - por exemplo, no painel da TV, temos apenas a TV sem lugares que ele possa subir ou esbarrar. Foi tudo pensado em todos os detalhes”, conta.

3. Os móveis claros criam equilíbrio no projeto

Para os clientes, um visual clean para o apartamento era o ideal. “A combinação entre móveis claros e elementos em madeira foi pensada para criar equilíbrio visual e sensorial no ambiente. Os tons claros trazem leveza e amplitude, enquanto a madeira adiciona acolhimento e conexão com a natureza. Acho que esse contraste é extremamente importante porque ativa diferentes sensações aos moradores: serenidade, foco e aconchego. Na psicoarquitetura, a madeira é um elemento biofílico que contribui para o bem-estar, criando uma atmosfera mais humana e emocionalmente reconfortante”, conclui Luciana Patriarcha.

Sobre a arquiteta Luciana Patriarcha

Luciana é formada em arquitetura e urbanismo, especialista em interiores, psicoarquitetura, pós-graduada em arquitetura comercial e pós-graduanda em neuroarquitetura. A especialista desenvolve projetos residenciais e comerciais. Por meio dos projetos, sempre busca função, conforto e estética com um toque especial para cada cliente. Luciana também preza por meios sustentáveis/ecológicos para agregar aos projetos.