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Revolução no mercado de chocolates muda relação do setor com as florestas brasileiras

Revolução no mercado de chocolates muda relação do setor com as florestas brasileiras

Uma silenciosa revolução no mercado brasileiro de chocolates está mudando a relação do setor com as florestas do país. A crescente fabricação de produtos com qualidade superior tem exigido o desenvolvimento de cacaus finos, tão saborosos quanto delicados de se cultivar. Essa matéria-prima depende de cacauicultores especializados, o que proporciona sustentabilidade econômica às famílias e evita o desmatamento em biomas sensíveis, como a Amazônia e a Mata Atlântica.

A mudança gradativa começou há quase 20 anos, quando surgiram os primeiros chocolates nacionais bean to bar — aqueles em que a marca controla a produção desde o cultivo. Eles precisam de cacaus superiores tanto quanto um bom vinho exige uvas especiais. Assim, a fruta abandona o status de commodity e torna-se produto de terroir. Mas para concretizar a mudança é necessário estabelecer relações duradouras (e justas) com os cacauicultores. Foi o que fez a Nugali Chocolates, de Pomerode (SC), que inaugurou o bean to bar no Brasil e tornou-se a marca mais premiada do país.

Na Bahia, no Espírito Santo e no Pará, a Nugali estabeleceu parcerias com cooperativas de produtores e orientou o manejo para obter amêndoas de cacau mais saborosas. A cada colheita, a empresa catarinense coleta amostras da produção e, por meio de uma metodologia própria que inclui testes às cegas, seleciona aquelas que atendem às exigências. Com o passar do tempo, o conhecimento acumulado é aplicado pelas famílias cooperadas no manejo das frutas, adotando técnicas específicas de fermentação e de secagem das amêndoas.

Para cultivar cacau de boa qualidade, as plantas precisam de solos frescos, úmidos e ricos em matéria orgânica — exata descrição de uma floresta tropical. Para a indústria do chocolate de verdade, o desmatamento é um risco econômico, além de ambiental.

Olivio Trzeciak, 37 anos, planta cacau em Medicilândia (PA), nas terras onde o pai, paranaense, instalou-se em 1976, logo após a abertura da rodovia Transamazônica. A lavoura da família hoje ocupa só 40 dos 98 hectares de área disponíveis. O restante, que no passado servia de pastagem, virou floresta amazônica em regeneração. É a "área de sombreamento". Cerca de um terço da produção fica com a Nugali. O restante é vendido a multinacionais.

— Mesmo tendo uma área de plantio menor, conseguimos manter a família e os filhos. O plantio do cacau evita erosão do solo e o sombreamento mantém a floresta viva — comemora o produtor.

Com a mata em pé e o cacau bem manejado, as famílias de agricultores parceiras da Nugali recebem até o dobro do que o mercado costuma pagar pelo produto de qualidade inferior. Alguns dos produtores fornecem à marca há mais de 15 anos.

Ao fim do processo, a Nugali envia a cada produtor chocolates fabricados com os respectivos lotes adquiridos. Muitas das famílias que há gerações tiram o sustento da cacauicultura pela primeira vez tiveram a oportunidade de experimentar chocolate feito 100% com a matéria-prima cultivada por elas.

— Compramos de produtores que cuidam da relação entre a cultura do cacau e o ambiente em que estão, que adotam sistemas agroflorestais e não exploram trabalho infantil ou análogo à escravidão. Para a indústria ser sustentável, toda a cadeia também precisa ser — analisa Ivan Blumenschein, diretor de Produção da Nugali.

A maior parte do cacau adquirido pela empresa é produzida na região de Medicilândia, a 840 quilômetros de Belém. O restante tem origem em Tomé-Açu (PA), Linhares (ES) e na região de Ilhéus (BA).

Nugali Chocolates

Fundada em 2004 por Maitê Lang e Ivan Blumenschein, casal de engenheiros que trocou carreiras na Embraer pela própria fábrica de chocolates, a Nugali foi a primeira a conquistar lugar no mercado premium, antes restrito aos importados. É a marca mais premiada do país e a pioneira no desenvolvimento de um chocolate brasileiro 70% cacau.

A empresa também foi a primeira do Brasil a desenvolver uma embalagem 100% biodegradável, o que lhe rendeu o Selo Lixo Zero. Até as cascas das amêndoas de cacau são aproveitadas num produto para jardinagem desenvolvido pela fábrica. Iniciativas como essas renderam à Nugali o Prêmio Nacional de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A fábrica está localizada em Pomerode (SC), na Rota do Enxaimel, eleita pelas Nações Unidas entre as melhores vilas turísticas do mundo.

Acesse o site para conhecer outras práticas sustentáveis da empresa: https://bit.ly/45KyaxZ


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