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ONG NOSSAS vai formar criadores de conteúdo para falar sobre crise climática

“Creators pelo Clima” reúne ativistas para impulsionar suas carreiras como influenciadores e assim ampliar a pauta sobre preservação ambiental na rede

Com objetivo de iniciar mais conversas sobre o impacto das mudanças climáticas no mundo, a ONG NOSSAS selecionou seis ativistas e influenciadores digitais para participar do programa “Creators pelo Clima”. Durante dez meses, eles vão cumprir um extenso calendário de cursos de treinamento e mentoria para aprender ainda mais sobre as ferramentas de redes sociais na internet. Em paralelo, terão contato com profissionais que vão auxiliar a criar conteúdos sobre mudanças climáticas, desmatamento e proteção das florestas. O objetivo do programa é ajudar a aumentar a qualidade de produção e, dessa forma, ampliar seus públicos. O “Creators pelo Clima” é uma das ações realizadas pela campanha “Amazônia de Pé”, que pretende proteger cerca de 50 milhões de hectares de terras públicas na Amazônia através de um projeto de lei de iniciativa popular.

Dentre dezenas de inscrições, seis criadores de conteúdo foram selecionados e já estão recebendo orientações e treinamentos do programa. Quatro deles são comunicadores indígenas que pautam a proteção do território e compartilham a cultura dos povos tradicionais: Samela Sateré Mawé, do Amazonas, Pepyaká Krikati e Lídia Guajajara, do Maranhão, e Cristian Wari’u do Mato Grosso. Abordando os impactos das mudanças climáticas nos centros urbanos, Amanda Costa, do Perifa Sustentável, residente da Brasilândia em São Paulo, e Ellen Monielle, criadora de conteúdo potiguara que relaciona alimentação e mudanças climáticas, formam o time do “Creators pelo Clima”.

“Eu percebi que na internet tinha muita informação errada sobre os povos indígenas e foi uma oportunidade para desmistificar e quebrar estereótipos que foram criados acerca dos povos originários, além de trazer temas super importantes como mudanças climáticas”, explica Lídia Guajajara, listando os motivos que a incentivaram a produzir conteúdo nas redes sociais. A história é parecida com a de Sâmela Sateré Mawé e a de Cristian Wari’u. A partir das redes, eles conversam com centenas de milhares de pessoas sobre cultura indígena, direito à terra e preservação ambiental. “Como eu era um indigena que tava sempre no trânsito ‘aldeia-cidade’, fui muito questionado porque eu estava ali, e sempre tive esse jeito [calmo] de explicar para as pessoas que a gente não precisava ficar na aldeia. Meio que isso me acompanhou durante toda a vida e acabou sendo um dos motivos pra eu falar sobre isso por meio da internet”, relembra Wari’u.

O impacto do programa “Creators pelo Clima” está sendo diferente para o fotógrafo Pepyaká Krikati, que desde bem jovem registra os ritos culturais não só da sua comunidade como também de aldeias vizinhas. Quando começou, não tinha muita habilidade com as ferramentas das redes. Agora, ele aprende sobre roteiro, edição e acessibilidade para fazer seu conteúdo chegar a novos seguidores. “A gente acaba esquecendo de furar a bolha e de atingir outras pessoas, como pessoas com deficiência que usam redes sociais”, confessa. Democratizar a conversa também é uma das preocupações de Amanda Costa, do Perifa Sustentável. “Participei de conferências climáticas na ONU, me envolvi nessa causa e eu percebi que era um debate muito branco, rico e elitizado. Então, ao invés de apenas reclamar, eu decidi ser parte da mudança que eu queria ver”, declarou a ativista.

O PROGRAMA

Nos meses de estudo, os criadores de conteúdo receberão uma bolsa-auxílio para que possam se dedicar a ampliar a pauta sobre mudanças climáticas nas redes sociais produzindo materiais que cheguem cada vez mais longe. Além do contato com especialistas em comunicação e na temática do meio ambiente, eles ainda vão receber equipamentos adequados à realidade de cada um para que possam potencializar sua presença digital e crescer na internet. Além de compartilhar suas próprias pautas, os Creators Pelo Clima têm o compromisso de formar cada vez mais ativistas pelo clima, alertando internautas de todas as idades que é urgente a proteção das florestas como forma de salvar o futuro para novas gerações.

“Acredito que o programa é uma estratégia forte para levar ao grande público o debate sobre mudanças climáticas e o impacto que elas têm em nossas vidas, e assim furar a bolha que já está mobilizada por esse tema. Pretendemos ocupar as redes com esse assunto, mas queremos também que ele seja discutido na vida cotidiana das pessoas e, inevitavelmente, nos debates eleitorais de outubro, enquanto pauta urgente. É um desafio grande, mas acreditamos no potencial desse time de Creators, que, falando de suas próprias perspectivas, podem se tornar grandes referências para o público”, defende o coordenador do programa “Creators pelo Clima”, Fábio Góes Marinho.

Como resultado, os selecionados vislumbram um crescimento em “qualidade e propriedade”, afirma Samela Sateré Mawé. “A gente não tá nas redes sociais sem fundamento, sem uma missão com um propósito, né. Agora com essas formações, então, vai ser muito interessante”, conta a influenciadora, animada. Já Ellen Monielle, que fala sobre veganismo, alimentação e clima, acha que “o Creators tá me dando muito mais autonomia dentro da produção de conteúdo, eu tô começando a sentir muito isso com as técnicas que eu tô aprendendo. Esse suporte vai me impulsionar a alcançar muitas coisas, potencializar muitas coisas que eu já tenho e que só precisava desse empurrãozinho”, comemora.

AMAZÔNIA DE PÉ

A “Amazônia de Pé" é uma campanha da ONG NOSSAS em parceria com mais de 100 organizações como IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental na Amazônia), CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) e Comitê Chico Mendes, que tem como objetivo frear o desmatamento na Amazônia através de um projeto de lei de iniciativa popular (PLIP). A proposta de lei obriga que o governo transforme 50 milhões de hectares de terras não destinadas na Amazônia, que hoje estão sem proteção, em Unidades de Conservação da Natureza, territórios indígenas, quilombolas e de pequenos produtores extrativistas para que, dessa forma, possam ser preservadas de fato. A área de terras não destinadas na região representa 50 milhões de campos de futebol e é o território mais atacado por grileiros, estando à mercê do desmatamento, segundo o IPAM. A ideia é que essas terras fiquem sob proteção de quem cuida da floresta, transformando territórios desprotegidos em áreas ocupadas.

Para que o projeto de lei de iniciativa popular seja aprovado, a campanha precisa coletar 1,5 milhão de assinaturas físicas de brasileiros de todo o país e entregá-las no Congresso Nacional em 2023. Para isso, estão sendo mobilizadas diversas entidades que já trabalham com a pauta climática e com a proteção da biodiversidade, além da sociedade civil como um todo, para que o povo esteja engajado e veja a proteção da Amazônia como uma prioridade do presente.

“A gente não pode mais perder tempo assistindo a Amazônia ser destruída diante dos nossos olhos... Precisamos conversar com nossas famílias, nossos amigos, nossos vizinhos. Sabemos que eles se importam com a floresta, agora é a hora de pedir que eles não só se importem, mas ajam. Todos nós, juntos, precisamos construir a maior mobilização em defesa da Amazônia que esse país já viu, para que não reste dúvida ao novo Congresso: proteger a Amazônia é uma prioridade dos brasileiros. E qualquer pessoa pode fazer isso, conversando com quem está ao seu redor e pedindo uma assinatura em defesa da Amazônia de Pé”, explica a diretora da campanha, Daniela Orofino, convidando a sociedade para a mobilização.

COMO ASSINAR

Qualquer brasileiro com título de eleitor pode se tornar um co-autor da lei. O processo começa no site amazoniadepe.org.br que, além de apresentar a minuta do projeto de lei na íntegra, também ensina como baixar a ficha, assinar e coletar assinaturas de outras pessoas. Por fim, a ficha deve ser enviada pelos Correios para a caixa postal da campanha. Todas as 1,5 milhão de assinaturas serão reunidas e entregues fisicamente em Brasília no Congresso Nacional em 2023. Além do site, a campanha segue nas redes sociais e nas ruas com um calendário de mobilizações e ações de coleta de assinaturas em diálogo com o povo brasileiro.

SOBRE NOSSAS:

A Nossas é uma organização sem fins lucrativos comprometida com o fortalecimento da democracia, da justiça social e da igualdade. Há mais de dez anos desenvolvendo projetos, táticas e estratégias de mobilização e solidariedade, ela está presente em todo o território nacional. Foram dezenas de campanhas realizadas na última década, mobilizando e formando redes de ativismo em torno de pautas como a violência de gênero e cor, justiça climática, defesa da democracia, entre outras.


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