Exportações de sucata ferrosa caem 30% em 2021 com o aumento da demanda no mercado interno
Empresas processadoras garantem abastecimento no Brasil; importações aumentam em 2021 e usinas reduzem compras externas no último mês do ano em 93,7%
As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, caíram 30% em 2021, com volume de 509.356 toneladas, em comparação às 731.148 toneladas em 2020. Já as importações tiveram aumento no ano passado, de 169%, atingindo 244.696 toneladas, ante 90.919 toneladas em 2020. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Economia/Secex.
Segundo o presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), Clineu Alvarenga, a queda das exportações em determinados períodos do ano passado deixam evidente os meses que as indústrias de transformação (usinas siderúrgicas) deram maior prioridade na aquisição de sucata ferrosa do mercado local. “O mercado interno está atualmente abastecido de sucatas e em condições de atender plenamente as usinas siderúrgicas e fundições”, afirma Alvarenga.
Em relação às importações, o aumento se concentrou principalmente nos primeiros meses de 2021, quando as usinas, em função do descompasso causado pela Covid-19, tiveram incremento da demanda por aço. Conforme o presidente do Inesfa, “as siderúrgicas recorrem também a importações para pressionar a baixa de preços da sucata ferrosa no Brasil, mas nunca houve pouca disponibilidade do insumo no mercado interno”.
Alvarenga lembra que as empresas processadoras de sucata sempre dão preferência no abastecimento do mercado brasileiro, exportando apenas volumes excedentes quando há baixo interesse das siderúrgicas locais. “A exportação é uma forma de manter as operações das empresas para garantir a subsistência do ciclo de materiais recicláveis e o sustento de milhares de pessoas, incluindo cerca de 1 milhão de catadores, quando o consumo cai no país ou os preços são reduzidos por pressão das usinas siderúrgicas”, afirma.
A procura por sucata ferrosa no Brasil reagiu principalmente no final de 2021, após um período de menor demanda das usinas, e deve superar um volume de vendas de 9 milhões de toneladas no ano, conforme dados ainda preliminares do Inesfa, 13,1% acima de 2020, que fechou em 7,957 milhões de toneladas.
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