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URBANISMO: No lugar errado, ao invés de benefícios árvores podem trazer transtornos

Na época de fortes chuvas, queda de árvores que atingem rede elétrica são frequentes - Divulgação/Comurg Na época de fortes chuvas, queda de árvores que atingem rede elétrica são frequentes - Divulgação/Comurg

Para arquiteta e urbanista, Goiânia precisa adotar um efetivo plano de arborização. Padrão paisagístico é visto apenas em bairros nobres

Segundo dados da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), só no ano de 2020 foram registradas 880 quedas de árvores na capital. Entre janeiro e abril de 2021 foram registradas 265 ocorrências de árvores caídas e 204 referentes a galhos caídos, a grande maioria em virtude de fortes ventos e chuvas ocorridas no primeiro mês do ano ou por má condições de saúde das espécies vegetais. Para especialistas, muitas dessas árvores que caem sobre carros, redes elétricas e casas estão no lugar errado ou com uma má manutenção.

A arquiteta e urbanista Nicole Garrido Saddi explica que as árvores são fundamentais para uma cidade, pois filtram quando absorvem o gás carbônico e liberam o oxigênio; elas também diminuem os efeitos das enchentes, pois suas raízes absorvem as águas das chuvas. Também amenizam as ilhas de calor, ao captar as águas pluviais e parte da radiação solar, devolvendo umidade ao ar gerando sombras. “As árvores também amenizam a poluição sonora e proporcionam um grande bem-estar psicológico às pessoas”, completa a arquiteta.

Para Nicole, ainda que haja uma legislação municipal sobre o tema, Goiânia carece de um efetivo plano de arborização e de uma fiscalização mais eficiente, que observe principalmente aspectos como o local nas calçadas onde essas árvores são plantadas, acompanhamento da saúde das espécies adultas. “De maneira geral, a cidade não segue um padrão de arborização ou paisagístico. Há certa padronização apenas nos bairros nobres e mais antigos, mas na grande maioria o que se vê é uma falta de planejamento criterioso do conjunto. Não há, portanto, uma previsão de como se dará o crescimento das raízes das árvores, se serão ou não espécies frutíferas e se apresentarão porte adequado”, explica a arquiteta e urbanista.

De acordo com números fornecidos pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), a quantidade de árvores plantadas em vias públicas de Goiânia é de aproximadamente 900 mil exemplares. Já a idade média dessas espécies vegetais varia de acordo com a região da cidade. Em bairros antigos como o Setor Central e Setor Sul, são encontradas árvores com mais de 60 anos, algumas quase que centenárias, já nos bairros mais novos essa média é de dez a 20 anos.

Para a arquiteta e urbanista, essa falta de planejamento na arborização pública de Goiânia ocasiona grande parte dos transtornos gerados por árvores que são plantadas em locais inadequados ou espécies que não são adequadas ao contexto urbano. “Quando não há fiscalização e não há critérios rígidos para a arborização de toda a cidade, acontece o que vemos com frequência: árvores de porte inadequado para o local e que atingem redes elétricas e telefônicas, ou espécies que danificam calçadas com suas raízes e constituem obstáculos à circulação dos pedestres”, destaca a urbanista. A especialista salienta ainda que esses transtornos acabam gerando a necessidade de podas emergenciais e inadequadas, que muitas vezes são feitas pelos próprios moradores, que muitas vezes chegam até derrubar a árvore.

Nicole Saddi também defende que é preciso atualizar a legislação municipal a respeito do plantio de árvores. “A lei nº 7004/91, a antiga lei de arborização de Goiânia e que acabou sendo revogada com a promulgação da lei complementar 324/2019 (Lei das Calçadas), já estava obsoleta, pois já necessitava de adequações para uma cidade que mudou muito em 30 anos. Porém, na prática essa norma continua sendo cobrada pela fiscalização municipal. Já que a 324/2019 não traz um detalhamento com indicativos de espécies que seriam adequadas ou não para o paisagismo urbano”, explica.

Plano de Arborização

Em 2008, Goiânia lançava seu primeiro Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU), e em 2011, o documento passou por uma atualização. Hoje, a Amma elabora uma nova revisão do PDAU e uma das diretrizes é o maior uso no paisagismo urbano de espécies do bioma Cerrado, característico da região onde está Goiânia. Para Nicole Saddi, a preferência pelo uso de árvores nativas é interessante, já que estas são mais adaptadas ao clima da cidade.

Mas apesar da preferência por espécie nativas do Cerrado para a composição do paisagismo da capital, a urbanista lembra que ainda essa revisão do PDAU precisa considerar uma série de critérios como porte (altura da árvore), se podem ter frutos ou não, condições de desenvolvimento das raízes e muitos outros. “Desde a antiga lei de arborização, 7004/91, se passaram 30 anos e Goiânia não é a mesma cidade. Aliás, é preciso que o PDAU concorde, inclusive, com novas leis em vigor que impactam na urbanização, como a lei das calçadas. Também precisa considerar o contexto urbano atual de uma cidade muito mais populosa e verticalizada, que possui uma rede elétrica extensa, tem muito mais áreas asfaltadas do que há 20 ou 30 anos e um volume de carros igualmente muito maior”, orienta.


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