De engenheiro a designer de mobiliário: a descoberta de uma nova profissão por mais criatividade
Novo ofício representou a possibilidade de criar e executar um trabalho de mais sensibilidade, feito com matérias-primas naturais
Marcos Amato é um artista radicado na Cidade de Atibaia, interior de São Paulo. Ele iniciou sua carreira criativa desenhando mobiliário colecionável, hoje seu trabalho permeia entre a arte contemporânea e o design.
Conhecido por suas formas orgânicas caprichosas, feitas a partir de materiais naturais como madeira e areia para construção de obras esculpidas à mão, Amato busca despertar sentimentos pela percepção visual e tátil por meio de suas obras. Mas nem sempre foi assim.
“Formei-me em engenharia, mas vivia desmotivado pela necessidade da constante exatidão. Não havia espaço para usar a imaginação livremente e eu precisava mais disso”, afirma ele. Foi quando ele decidiu especializar-se em design de mobiliário na Panamericana Escola de Arte e Design. “Encontrei neste novo ofício uma possibilidade de criar e executar o trabalho com minhas próprias mãos e ainda com uma matéria-prima natural. Adorei o fato das minhas criações serem algo que se pudesse tocar, sentir, usar”, revela Marcos.
Todas as obras de Amato são pensadas e feitas por ele, por meio de um processo que envolve um eterno aprendizado. “Acredito que meu estilo de criação seja contemporâneo, já que não sigo padrões habituais. Busco a liberdade artística”.
Amato conta que, no início de sua carreira, sua inspiração vinha dos lugares que faziam parte dos bons momentos que vivenciou, ou seja, o artista desenhava aquilo que via. “Em um segundo momento comecei a me guiar pela mensagem. Se quero falar sobre transformação, vou buscar elementos que fazem parte daquilo que conheço, para comunicar esse tema”, explica.
Marcos, acredita que a pandemia trouxe uma exigência muito maior quanto a ergonomia porque aqueles que têm possibilidades de estarem em casa estão sofrendo com isso. “Porém, a minha preocupação não é sobre como a pessoa se senta e sim como ela se sente. Por isso, tenho trabalhado para criar coisas com significado que vão além da função prática e estética”.
Nesse momento, mais do que nunca, ele afirma que é preciso olhar para dentro, conhecer-se melhor, pensar nos outros. “Percebi que a minha busca é pela liberdade de criar trabalhos que tragam um alívio, um sentimento, uma reflexão e isso independe do meio que vou usar para atingir esse resultado. Seja fazendo um móvel, uma escultura ou um quadro”, conclui Amato.
Sobre a Panamericana
A Panamericana Escola de Arte e Design surgiu como uma escola de criação profissional. No início, abastecia um mercado de trabalho voltado para a publicidade, arte e design ainda pequeno e tímido, mas que crescia a cada dia, acompanhando a evolução da ideia, da técnica e da estética, contextualizado com os principais acontecimentos históricos, artísticos e culturais do Brasil.
A Panamericana se orgulha em ter contribuído para o mercado profissional e na formação de artistas como Vik Muniz, Eduardo Schaal, Rogério Vilela, Oswaldo Grillo, dentre outros. Todos ex-alunos da Escola.
Nomes como Nico Rosso, Aldemir Martins, Getulio Delphin, Claudia Boccara, Massimo Picchi, Rogério Vilela, Ziraldo e Mauricio de Sousa (que ministrou um dos primeiros cursos de histórias em quadrinhos do País, criado pela Panamericana na década de 1980), entre outros, se confundem com a própria história da Escola e ajudaram a tornar a Panamericana uma referência no ensino da arte.
Ao longo dos anos, firmou parcerias internacionais, trazendo concursos, prêmios, trabalhos, exposições e Festivais de Criação, como o Art Directors Club Awards, The One Show e Clio Awards, proporcionando aos alunos e aos profissionais das áreas o contato e a troca de informações com o que havia e há de mais novo no Brasil e no exterior no âmbito da criação, inspirando e democratizando o conhecimento. É o caso do Congresso Internacional de Design Gráfico, realizado pela Panamericana em 1996, com a participação de profissionais como Maximo Vignelli, Paula Sher, Paul Davies, Stefan Sagmeister e David Carson. O evento é considerado um verdadeiro marco para a compreensão do que é o design no Brasil.
São quase seis décadas de entusiasmo e dedicação, que a fazem ser considerada uma das mais modernas escolas de criação profissional do Brasil. Apesar de já ter nascido contemporânea e visionária, a Panamericana não para de se reinventar. Hoje a Panamericana conta com a sede da Avenida Angélica 1900.
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