A difícil arte de dialogar em sociedade
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Gabriela Kugelmeier
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Obra da doutora em Literatura e Cultura Contemporânea Karine Aragão reflete sobre um sintoma contemporâneo grave: o "belicismo cotidiano"
“Discordou?! É inimigo!”. Esse é o belicismo do dia a dia apresentado pela escritora carioca Karine Aragão, doutora em Literatura e Cultura Contemporânea, na obra Esse nosso jeito bélico de viver, publicada pela Lura Editoral. Leitura indispensável em tempos de intolerância e de transformações sociais que fragilizam a capacidade de escuta, o livro problematiza a dificuldade de estabelecer conexões e discute as possibilidades de reconfiguração do que se compreende como diálogo na realidade contemporânea.
Segundo a autora, o “belicismo cotidiano” surge quando a discordância é interpretada como um confronto e a reação automática é eliminar do convívio a ameaça, cancelá-la. Tal ação exibe o lado mais impassível do ser humano, que constrói sua subjetividade sob o signo do bélico, fenômeno exposto e analisado por Karine. O livro convida o leitor a pensar “por que” e como chegamos a essa inabilidade de dialogar, de sentir, de nos aproximarmos do outro, e sobre o quê podemos fazer para transformar esse quadro.
“Se a inabilidade para o diálogo tem se tornado um sintoma contemporâneo, cabe a nós reescrevermos a contemporaneidade.”
(Esse nosso jeito bélico de viver, pág. 9)
Apesar de inspirada pela literatura de Clarice Lispector e pela filosofia de Friedrich Nietzsche, Baruch Spinoza, Hannah Arendt e Byung-Chul Han, Karine utiliza referências musicais, cinematográficas e experiências do dia a dia para aproximar a antropologia literária e a sociologia da realidade prática. Desta maneira, facilita a compreensão do leitor aos conceitos trabalhados na obra.
Esse nosso jeito bélico de viver é destinado a jovens e a adultos interessados em debater a realidade contemporânea a partir de reflexões sobre os modos de vida em tempos hipermodernos. Segundo a autora, no cenário atual, a maioria dos conceitos sociológicos são desenvolvidos pelo sexo masculino da geração X, perfil que ocupa grande parte da visibilidade destinada à construção do saber. O objetivo é fomentar representatividade entre as mulheres jovens com a voz de Karine Aragão e, assim, torná-la referência sobre a temáticas que discutam a subjetividade contemporânea, principalmente, entre o público feminino.
Ficha Técnica:
Título: Esse nosso jeito bélico de viver
Autor: Karine Aragão
ISBN-13: 978-65-990605-1-9
Páginas: 95 páginas
Formato: e-book
Preço: 19,50
Link para compra: https://amzn.to/3fEmz8n
Sinopse do livro: “Esse nosso jeito bélico de viver” reflete sobre um sintoma contemporâneo: nossos mecanismos de sociabilidade parecem reduzir a cada dia, comprometendo nossas possibilidades afetivas e comunicativas. Temos perdido a capacidade de ponderar, de dialogar, de estabelecer afetos. Todos que não fortifiquem nossa câmara de eco – que não concordem com nossas perspectivas – se tornam descartáveis, obsoletos, são cancelados. O belicismo cotidiano exibe nosso lado mais indolente, pois atravessa, quase imperceptível, as nuances das relações interpessoais. Desviar nosso olhar do cotidiano é um dos primeiros passos em direção à alienação: vamos terceirizando atitudes; e, consequentemente, legitimamos a cultura do medo, da ameaça e da violência. Eu quero te convidar a pensar sobre por que chegamos até aqui e sobre o quê podemos fazer para transformar esse quadro.
Sobre a autora: Karine Aragão é escritora, professora e doutora em Literatura e Cultura Contemporânea pela Puc-Rio. Seus principais estudos referem-se à reestruturação da capacidade comunicativa-afetiva do indivíduo contemporâneo e à retomada da civilidade no diálogo. Em 2019, criou, em parceria com o historiador Leonardo Chermont de Sá, o Podcast “Nadando na Modernidade Líquida”, que aborda, a cada semana, um tema das ciências humanas a partir de uma visão complexa.
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