O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) é um dos órgãos federais que auxiliará na mitigação dos impactos da recente explosão de um tanque de nitrato de amônia no Porto de Beirute, no Líbano. A Pasta articulou, junto à Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o envio, nos próximos dias, de técnicos da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) e bombeiros militares para colaborar nas ações de resposta ao desastre.

Os profissionais integrarão a Missão Multidisciplinar Brasileira de Assistência Humanitária à República do Líbano, oficializada pelo presidente Jair Bolsonaro na última segunda-feira (10). Levantamentos feitos pelo governo libanês apontam que há ao menos 5 mil feridos e 300 mil desabrigados – também foram registradas 163 mortes até o momento.

“Essa é mais uma medida que reforça a preocupação do Brasil em apoiar países irmãos, como é o Líbano, diante de momentos de dificuldade. São profissionais experientes no combate a incêndios e em resposta a desastres, que certamente auxiliarão as autoridades locais nas ações necessárias”, destaca o ministro Rogério Marinho.

Segundo o diretor do Centro Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun, o trabalho da equipe brasileira será focado na perícia das causas da explosão e incêndios, no apoio ao governo local para avaliação de danos e na prevenção a novas ocorrências.

“Nossas equipes avaliarão danos e trabalharão, também, no auxílio à prevenção de incêndios na região atingida. Será um trabalho feito em coordenação com as autoridades locais. Estamos mobilizando esforços para ajudar o Líbano, aproveitando a expertise do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil em mobilizações para desastres no Brasil”, reforça o diretor do Cenad, Armin Braun.

Imagens de satélite

Outra modalidade de apoio do Brasil se dá por meio da cessão de imagens de satélites, obtidas no âmbito da Carta Internacional Espaço e Grandes Desastres, para o mapeamento das áreas atingidas pela explosão. O Cenad está à frente dos trabalhos. A ajuda foi solicitada por meio da Agência Brasileira de Cooperação e o processamento das imagens será feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

As fotografias estão sendo produzidas pelo Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers-4A). “Estamos trabalhando junto às autoridades do Líbano para disponibilizar esse material, que auxiliará bastante na análise da extensão dos danos e na adoção de medidas de resposta à explosão”, acrescenta Armin Braun. Este é o primeiro produto construído a partir de imagens captadas pelo novo satélite.