Fogo em área recém-desmatada na Amazônia disparou em 2019
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Cristina Amorim
- SEGS.com.br - Categoria: Demais
Em 2020, áreas desmatadas que ainda não queimaram podem levar a mais uma temporada de queimadas intensa
O fogo em áreas recém-desmatadas na Amazônia respondeu por 34% dos focos de calor registrados em 2019 na região. Foi a maior taxa dos últimos quatro anos e semelhante à quantidade de queimadas em pastagens e áreas agrícolas, que historicamente é o tipo de fogo mais comum na Amazônia.
Queimar terrenos após a derrubada da floresta é a maneira mais rápida e barata de limpar a área de árvores mortas, galhões e folhas. É o último estágio do desmatamento, seguido da conversão da terra em pasto ou plantação. No ano passado, esse tipo de fogo respondeu por 34% dos mais de 87 mil focos de calor capturados pelos satélites na Amazônia. Em 2018, o índice era de 25% e, nos dois anos anteriores, de 15%.
O fogo para manejo agropecuário respondeu por 36% dos focos de calor de 2019. Os incêndios florestais, quando o fogo entra em uma área de vegetação nativa, responderam por 30%. Os dados fazem parte de uma nota técnica do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), que tipificou as queimadas e segregou-as por categorias fundiárias e estados.
“Somando os incêndios florestais e o fogo de desmatamento, podemos ver claramente o risco que as florestas sofrem atualmente. Não é fogo de capim que cria aquelas nuvens de fumaça que intoxicam a Amazônia e viajam até Sudeste, é árvore queimando, derrubada ou em pé”, diz a diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar, principal autora do estudo.
O fogo de desmatamento foi distribuído de forma uniforme principalmente entre assentamentos (26% dos focos de calor desse tipo), imóveis rurais (25%) e florestas não-destinadas (23%) – essa última um sinal de grilagem, a ocupação ilegal de terras públicas, já detectada em análises de distribuição fundiária do desmatamento na Amazônia.
“Uma moratória pode ajudar a controlar o fogo e evitar que a fumaça ameace a saúde da população na região, o que recomendado em tempo de covid-19. Mas é um remédio para tratar o sintoma, não a causa principal. Enquanto o desmatamento não for contido, o problema vai persistir”, diz Alencar.
Alencar também destaca a força dos incêndios florestais no ano passado. Ao contrário de 2016 e 2017, anos mais quentes e secos do que o normal para a região, 2019 apresentou uma quantidade de chuvas normais. Mesmo assim, mais de 26 mil focos de calor avançaram sobre a vegetação nativa, muitas vezes escape de uma queimada vizinha.
Uma vez que o fogo na Amazônia não ocorre naturalmente, como acontece na Austrália ou na Califórnia, as florestas aqui não estão adaptadas e degradam rapidamente, abrindo espaço para mais incêndios no ano seguinte e para a invasão de espécies como gramíneas. Esse processo é intensificado pelas mudanças climáticas.
Situação de 2020
A nota do IPAM também analisa o primeiro semestre de 2020. O número absoluto de focos de calor é mais baixo do que o do primeiro semestre do ano passado, mas eles mascaram o problema real.
O pico de fogo de Roraima, que normalmente acontece entre janeiro e março, foi incomum em 2019 e desviou os números para cima. Já em 2020, os estados com mais desmatamento (Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia) tiveram aumento de queimada nos primeiros seis meses de 2020 se comparados ao mesmo período do ano anterior – e o pico de fogo nessas localidades acontece entre julho e outubro.
Tirando Roraima da conta, é preciso agir para evitar uma temporada tão ou mais quente do que a de 2019. “Os estados têm um papel relevante ao fiscalizar o cumprimento da moratória do fogo decretada pelo governo federal”, diz Alencar. “Abandonar a prática da queimada e trocar por tecnologia agrícola, investir no bom uso das áreas já abertas, combater a ilegalidade, proteger as florestas... Nada disso é ciência avançada. É preciso querer fazer."
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
https://www.facebook.com/groups/portalnacional/
<::::::::::::::::::::>
IMPORTANTE.: Voce pode replicar este artigo. desde que respeite a Autoria integralmente e a Fonte... www.segs.com.br
<::::::::::::::::::::>
No Segs, sempre todos tem seu direito de resposta, basta nos contatar e sera atendido. - Importante sobre Autoria ou Fonte..: - O Segs atua como intermediario na divulgacao de resumos de noticias (Clipping), atraves de materias, artigos, entrevistas e opinioes. - O conteudo aqui divulgado de forma gratuita, decorrem de informacoes advindas das fontes mencionadas, jamais cabera a responsabilidade pelo seu conteudo ao Segs, tudo que e divulgado e de exclusiva responsabilidade do autor e ou da fonte redatora. - "Acredito que a palavra existe para ser usada em favor do bem. E a inteligencia para nos permitir interpretar os fatos, sem paixao". (Autoria de Lucio Araujo da Cunha) - O Segs, jamais assumira responsabilidade pelo teor, exatidao ou veracidade do conteudo do material divulgado. pois trata-se de uma opiniao exclusiva do autor ou fonte mencionada. - Em caso de controversia, as partes elegem o Foro da Comarca de Santos-SP-Brasil, local oficial da empresa proprietaria do Segs e desde ja renunciam expressamente qualquer outro Foro, por mais privilegiado que seja. O Segs trata-se de uma Ferramenta automatizada e controlada por IP. - "Leia e use esta ferramenta, somente se concordar com todos os TERMOS E CONDICOES DE USO".
<::::::::::::::::::::>