A educação emocional e o mercado de trabalho: uma união essencial na contemporaneidade

Entretanto, com uma frequência cada vez maior, as competências técnicas mencionadas têm dado lugar a competências relacionadas ao modo como os profissionais lidam com suas emoções e as dos outros, e a como interagem socialmente. Recrutadores de grandes corporações não apenas valorizam tais competências, como as têm considerado decisivas em muitos processos seletivos. Afinal, lidar bem com as emoções provocadas por feedbacks e críticas, ser resiliente diante de frustrações que podem surgir no cotidiano, comunicar-se de maneira empática e assertiva, são essenciais no exercício de qualquer profissão.

Vale ressaltar que até as faculdades já se atentam a essa questão e, seja em cursos extracurriculares, disciplinas incorporadas ao currículo oficial, ou, até mesmo, como critério de seleção em seus vestibulares (como é o caso do vestibular para a faculdade de Medicina do Hospital Albert Einstein), têm ressaltado a importância da abordagem das competências socioemocionais na formação dos alunos¹ .

É preciso lembrar também que, em um mundo cada vez mais envolto por tecnologia, as habilidades fundamentalmente humanas tornam-se fundamentais, tais como a capacidade de se colocar na perspectiva do outro, realizando uma escuta empática, de cooperar e de regular suas emoções diante de mudanças que ocorrem no dia a dia.

No Brasil, o próprio documento da BNCC² prevê que a Educação Básica atente ao fato de que reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, saber se comunicar, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Isto tudo requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.

Dessa forma, na educação do século XXI, torna-se urgente ensinar crianças, jovens e adultos a se autoconhecerem, a dialogarem e a desenvolverem confiança para se relacionarem de maneira saudável consigo mesmos e com o mundo ao seu redor. Assim, podem lidar de maneira mais harmoniosa com os desafios diários que o mercado de trabalho da atualidade propõe. Neste contexto, a Educação Emocional e Social se apresenta como peça fundamental para auxiliar no desenvolvimento dessas competências e promover melhores oportunidades de relacionamentos, vida e bem-estar pessoal e profissional.