Especialista da FGV fala sobre mudança de carreira

Com o aumento da expectativa de vida, a informatização e automação de parte do mercado de trabalho e pesquisas indicando que muitas profissões irão desaparecer, a tendência é que o profissional deverá passar por duas, três, ou até mais carreiras ao longo de sua vida, algo não tão usual até o momento atual. A possível reforma trabalhista e o crescente trabalho remoto, chamado de home office, também são fatores importantes nesse cenário.

Segundo relatório da Consultoria Hays, a empregabilidade de profissionais versáteis, dispostos a absorver novas funções nas empresas deve aumentar. Já pela perspectiva do profissional, a mudança de carreira geralmente ocorre pela vontade de realizar um antigo sonho, por necessidade ou mesmo oportunidade, uma vez que com maior longevidade, há mais espaço para se tentar algo novo.

“Antes era comum encontrarmos profissionais na faixa dos 40 anos fazendo um balanço na carreira e mostrando o desejo de mudar, mas agora é comum nos deparamos com profissionais bem mais jovens buscando um novo direcionamento em sua profissão ou em sua área de atuação. Em qualquer que seja o caso, é fundamental que a pessoa esteja preparada, buscando atualizações constantes e sempre atenta ao mercado no qual atua ou que deseja atuar”, explica Viviane Narducci, especialista em gestão estratégica de pessoas e professora da Fundação Getúlio Vargas.

Afinal, como agir quando surge o desejo de mudar de carreira? A especialista Viviane Narducci sinaliza alguns pontos importantes:

Investir no autoconhecimento – o que você gosta de fazer? Visualizar as atividades com as quais sente identificação e estudar as novas possibilidades;

Estabelecer plano de realização, com previsão de riscos e a capacidade de superação de cada um deles – converse com pessoas que mudaram de carreira, assim você conseguirá visualizar os riscos;

Estudar a nova área, obter conhecimento técnico e comportamental - para isso converse com pessoas que trabalham na área/função na qual você deseja atuar;

Não acreditar que a experiência obtida anteriormente garantirá o sucesso na nova área;

Estar preparado para “descer um degrau” tanto na hierarquia quanto na faixa salarial – verifique a faixa salarial na nova área e faça uma reserva financeira caso ocorra redução. É preciso estar preparado, inclusive financeiramente, para esta fazer de transição.

Sobre a Viviane Narducci

Especialista em gestão de pessoas e carreiras, PHD e Mestre em Administração de Empresas pela Escola de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. Sua experiência acadêmica inclui a docência, nos cursos de MBA da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM/RJ e Fundação Getúlio Vargas – FGV/RJ. É professora há 15 anos em todo o país.

Diretora da Narducci Consulting – Consultoria e programas de capacitação em Gestão Estratégica de Pessoas, é coautora dos livros: “Liderança e Gestão de Pessoas em Ambientes competitivos”, FGV Management Publicações e “Gestão de Pessoas em Organizações Públicas”, Editora Juruá.

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