Controle de custos em planos é grande desafio para a Saúde Suplementar

Durante o 23º Encontro de Líderes do Mercado Segurador, promovido pela CNseg, em Foz do Iguaçu-PR, Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde, comentou que as empresas contratantes sentiram o peso da elevação dos custos assistenciais nas mensalidades dos planos de saúde.

“Minimizar as diferentes pressões por aumento de custos, trabalhar pela redução dos impactos da judicialização, influenciar ativamente o aperfeiçoamento e a estabilização da legislação e regulação do setor, e fortalecer a imagem desse setor, explicitando o papel da saúde suplementar para os diferentes públicos de interesse e alertar sobre a ameaça que paira a saúde suplementar e por em risco a sua sustentabilidade diante do descontrole das despesas assistenciais, estão alinhados com os direcionadores estratégicos definidos nesse mesmo encontro em 2017”.

A entidade realizou um estudo de impactos dos novos procedimentos, em que foi apontado os efeitos nos custos caso a ANS incorporasse as 16 terminologias. “O resultado mostrou que ao ser incluídas o custo adicional poderia ser de mais de R$ 5 bilhões. Esse estudo ainda exige aperfeiçoamentos, mas o importante foi o patamar do impacto dessa avaliação”, observa.

Solange Beatriz comenta que o ROL desse ano incorporou um tratamento endoscópico voltado a preservar a função renal, que atenderá um em cada 100 pacientes de 0 a 18 anos, com custo de R$ 12 mil por paciente. “Na saúde suplementar há uma estimativa de mais de 208 mil pessoas e o impacto estimado é de R$ 1 bilhão”.

Outro desafio apontado pela presidente da FenaSaúde é a expectativa de obrigatoriedade de venda de planos individuais. De acordo com ela, o setor está se movimentando no convencimento dos princípios que regem o setor privado, no que levou às dificuldades da oferta dos planos individuais. “Isso tem exigido muita energia por parte de nós todos que atuamos no setor”.

Panorama

Em 2017, o setor perdeu cerca de 280 mil beneficiários de planos, enquanto o Paraná ganhou mais 21 mil, totalizando quase 3 milhões de beneficiários. “Apesar de tímida, essa elevação do número de beneficiários mostra uma tendência da recuperação do estado e de todo o País”, disse ela ao ressaltar que no mês de janeiro já foi observado um acréscimo de 141 mil beneficiários de planos coletivos empresariais.

Em sua opinião, os consumidores de planos privados de saúde foram os mais afetados pela crise econômica. “Em três anos, três milhões de beneficiários perderam seus planos, efeito direto da perda da renda e do emprego. O Brasil chegou a atingir o número de 13 milhões de desempregados”, recordou Solange.

A presidente da FenaSaúde frisa a relação entre a dinâmica do mercado de trabalho formal e o desenvolvimento do setor de saúde suplementar, já que 60% dos vínculos de planos de saúde estão nos coletivos empresariais.