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Transporte de produtos perigosos no Mercosul sofre com o excesso de burocracia e lentidão na região

Em vez de simplificar, bloco econômico dificulta a atuação das transportadoras, que trabalham para manter a qualidade nos seus serviços internacionais

Apesar de criado com a proposta de simplificar as relações comerciais entre países da América Latina, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) sofre queixas de empresários do transporte rodoviário de cargas pelas dificuldades que as tarifas e a legislação do bloco ocasionam. Pelo fato de os seus integrantes serem parceiros comerciais estratégicos para o Brasil, transportadores afirmam que o alinhamento de perspectivas e interesses entre os membros do Mercado deve ser uma das prioridades da equipe econômica nacional.

Para as empresas que transportam produtos químicos e/ou perigosos, o fluxo de trabalho pode ser impraticável caso a gestão não esteja atualizada com as normas de regulação dos mercados nacional e internacional. Certificados e sistemas de avaliação como o de Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP) e o Sistema de Avaliação de Saúde, Segurança e Meio Ambiente e Qualidade (SASSMAQ) demandam tempo e recursos materiais e humanos que, somados à burocracia do Mercosul, interrompem o funcionamento da cadeia de suprimentos.

De acordo com a diretora administrativa da Zorzin Logística, Gislaine Zorzin, “apesar de a legislação para produtos perigosos no Mercosul ser semelhante a do Brasil, a região está longe de oferecer simplicidade para o transportador. Quando pensamos em gestão, as pessoas se esquecem de que tempo também é recurso e um, por sinal, bem escasso. Durante a pandemia, esses problemas, que já existiam, tornaram-se piores, por isso, precisamos, enquanto empresários e cidadãos, encarar essa realidade de alguma forma”, afirma a empresária.

A crise sanitária trouxe entraves no fluxo de mercadorias devido à necessidade de comprovação de documentação de vigilância sanitária, de vacinação e de controle de testes rápidos. Segundo Gislaine, mesmo que importante, o rigor na fiscalização também evidenciou a lentidão, os erros na manutenção do padrão de qualidade nas aduanas e problemas históricos no transporte internacional de produtos perigosos, como o atraso na atualização das fichas de emergência da cartilha que orienta a fiscalização dos passageiros no veículo.

Da mesma forma, existem incertezas quanto à tolerância no excesso de peso e ausência de consenso em como realizar e padronizar as inspeções técnicas nos veículos e nas licenças ambientais. Medidas recentes, como o Decreto nº 11.090 de 7 de junho de 2022, que altera a base do cálculo do imposto de importação e cobrança sobre o serviço de capatazia, é estimado pelo Ministério da Economia como uma das peças-chaves para reduzir em 10% as alíquotas da Tarifa Externa Comum (TEC).

O decreto representa um avanço, contudo na visão do setor significa apenas um alívio nas tarifas. Gislaine afirma que o problema não é só de pagamentos, mas de gestão e de comunicação. O embarcador, a transportadora e o cliente perdem horas na espera do retorno de informações sobre a análise dos documentos. A lentidão nas alfândegas contribui para a atuação do crime organizado no Mercosul durante as paradas.

“Roubo de cargas é uma questão que independe da região, do tipo de serviço e do rendimento da empresa. Toda transportadora em qualquer lugar do mundo sofre com isso, pois envolve uma estrutura de crime que a cada ano fica mais complexa. A diferença está nos instrumentos utilizados para combatê-lo. Estamos há 20 anos sem nenhuma ocorrência em nossas operações, e o motivo desse sucesso está no investimento que fazemos em tecnologia e em pessoas”, explica Gislaine.

A seleção da equipe de colaboradores junto à equipe de recursos humanos da transportadora é um diferencial competitivo nas empresas de transporte e logística. O trabalho no Mercosul demanda do condutor a proficiência em outros idiomas, como o espanhol, e a habilidade para saber trabalhar em culturas e em estruturas políticas e econômicas distintas.

Sabendo trabalhar em diferentes situações, o condutor torna-se apto a atuar sob diferentes circunstâncias e lidar com a variação de experiências em outros países. A especialização e capacitação para esses cenários envolve a despesa com recursos (materiais ou imateriais). Somados aos demais gastos: combustíveis, fretes defasados, renovação e gestão de frota e a compra de peças e de pneus, arcar com custos adicionais, ou não planejados, diminui o espaço para o investimento e a inovação no transporte, cujos resultados são sentidos nos indicadores de atividade econômica.

“Temos, no Brasil, uma excelente cultura de conscientização sobre a importância da segurança e do cumprimento às regras jurídicas e éticas. De certa forma, isso nos ajuda a criar uma capacidade para lidar com imprevistos e cenários adversos e desafiadores. Entretanto, não tem como fazermos milagres: precisamos do apoio dos governos e das empresas locais e internacionais para nos ajudar com isso. Não dá para não existir comunicação; precisamos trabalhar de forma integrada e trocar dados para a formulação de políticas que valorizem os objetivos do Mercosul”, finaliza Gislaine.

Sobre Gislaine Zorzin:

Gislaine Zorzin é formada em logística pela Uniradial São Paulo e atua como diretora administrativa e de novos negócios na Zorzin Logística. Além disso, faz parte do Projeto 25, desenvolvido pela Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), e da Comissão de Manuseio e Transportes (CMT) da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (ABICLOR).


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