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Os carros elétricos e suas baterias: uma tragédia ambiental

Vivaldo José Breternitz

A chegada dos carros elétricos ao mercado é apontada como muito benéfica ao meio ambiente. Isso é verdade, especialmente quando se fala em melhoria da qualidade do ar.

Mas junto com os 140 milhões de elétricos que, se acredita, estarão no mercado em 2030, chega um grande problema: como conseguir a matéria prima para construir as baterias de que necessitarão? Até o momento parece impossível que isso aconteça sem violentas agressões ao meio ambiente.

As baterias pesam geralmente entre 250 e 400 quilos. Em sua construção são usados metais como níquel, cobalto e lítio. Para obtenção de uma tonelada desse último, são necessários cerca de dois milhões de litros de água. Além disso, para separar o lítio da rocha em que está contido, são necessários produtos químicos altamente tóxicos que acabam poluindo o ambiente. A busca pelo lítio gera outro tipo de problema: a Bolívia detém a metade das reservas conhecidas desse metal, fato que, segundo alguns, tem gerado instabilidade política no país.

Grandes mineradoras já pensam em buscar esses metais no fundo do mar, o que pode gerar tragédias ambientais ainda maiores. Essas corporações pressionam governos no sentido que seja criado um marco regulatório que lhes garanta o acesso legal ao fundo do mar; a International Seabed Authority (Autoridade Internacional do Fundo do Mar), órgão da ONU, trabalha no assunto, com a intenção declarada de apenas mitigar os danos que a mineração causará, e não de proibi-la.

As mineradoras já desenvolvem escavadeiras de grande porte, que retirarão grandes quantidades de material do fundo do mar, enviando-o para terra firme onde será processado para retirada dos metais desejados, sendo os rejeitos devolvidos ao mar.

Mercúrio e chumbo serão alguns dos subprodutos desse processo e ao serem devolvidos ao mar, envenenarão as águas; o ruído dos equipamentos e o fato das águas se tornarem turvas, também causarão danos à fauna.

Ainda não se pode prever a extensão dos danos causados pela mineração no mar, mas a Real Academia Sueca de Ciências, em uma estimativa que se diz conservadora, afirma que apenas um desses equipamentos pode mandar para terra firme 60 mil metros cúbicos de material por dia, suficiente para encher um trem de carga com 26 quilômetros de comprimento.

E esse é apenas um dos problemas envolvendo as baterias. Acredita-se que se em 2030 realmente estiverem rodando os esperados 140 milhões de elétricos, teremos que resolver o que fazer com as 11 milhões de toneladas de baterias que deverão ser sucateadas a cada ano, lembrando que atualmente sua reciclagem é antieconômica.

Infelizmente os carros elétricos ainda não são uma solução totalmente boa, ao menos em termos ambientais.

Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campino estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.


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