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Pesquisa: 62% das empresas brasileiras implantaram serviços de mental para os trabalhadores

Antes da pandemia, apenas 1 em cada 3 empresas da região tinha elaborado um programa para reduzir os problemas de saúde mental de seus funcionários. Em 2021, 53% das empresas oferecem atualmente um Programa de Assistência ao Empregado (PAE) aos seus funcionários.

O Dia Mundial da Saúde Mental de 2021 (10 de outubro) será celebrado no marco de uma pandemia sem precedentes, que ainda não foi controlado, apesar dos grandes avanços. Os efeitos do último ano e meio nas empresas e nas economias continuarão se sentindo durante anos, pois a recuperação não atinge o ritmo esperado. O efeito na saúde mental das pessoas, como dos funcionários foi devastador. Nos Estados Unidos, por exemplo, 4 em cada 10 adultos relataram sintomas relacionados a transtornos de ansiedade , particularmente entre os adultos jovens (18-24 anos), por sua vez, na América Latina e Caribe, uma pesquisa recente do U- Report de UNICEF entre os jovens, resultou em mais de 8.000 respostas e revelou que mais de um quarto deles tinha sofrido de casos de ansiedade e 15% tinham depressão.

Segundo Antonietta Medeiros, Diretora de Gestão de Saúde e Qualidade de Vida da Mercer Marsh Benefícios, com a pandemia os colaboradores precisaram se adaptar ao trabalho remoto em poucos dias, enfrentando isolamento social, a insegurança e novos desafios na rotina do trabalho e na vida pessoal. Muitas situações nunca antes enfrentado como por exemplo o enfrentamento da dor com perda e a não oportunidade de se despedir, trouxeram impactos importantes na saúde mental.

Somando a tudo, isto temos a realidade das pessoas que já sofriam de transtornos mentais antes da pandemia que além do apoio dos serviços de saúde, precisam também de apoio e cuidados sociais ", diz.

A consultora lembra a importância do tema para as organizações e aponta um crescimento de 62% o número de empresas no Brasil que implantaram serviços de cuidados com a saúde mental dos trabalhadores depois do início da pandemia, conforme revelou a 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos da Mercer Marsh Benefícios com 737 grandes e médias empresas (multinacionais e nacionais atuantes em 19 setores).

Bem-estar rentável. A COVID-19 acelerou e reafirmou muitas tendências que já tinham começado antes da pandemia, como o maior envolvimento da empresa no bem-estar integral de seus colaboradores, por exemplo, 80% das empresas planejam manter a cobertura dos planos de saúde nos próximos 6 meses, além do fato de que 71% das organizações estão concedendo atualmente o trabalho remoto / Home Office em tempo integral aos seus colaboradores e 52% delas pensam mantê-lo por tempo indeterminado.

Conforme o Estudo Regional de Tendências de Saúde Mental na América Latina e Caribe 2019 realizado em 880 empresas em 11 países da região pela Mercer Marsh Benefícios, antes da pandemia, 79% das empresas não tinham nenhum estudo para mensurar a saúde mental de seus funcionários e 71% não tinham desenvolvido nenhum programa para a redução dos problemas de saúde mental. No entanto, em 2021, 53% das empresas oferecem atualmente um programa de assistência ao funcionário (PAF) aos seus colaboradores, 89% delas pretendem mantê-lo por tempo indeterminado. Por sua vez, 21% dos participantes que não concedem o benefício, estão planejando implementá-lo nos próximos 6 meses, isso de acordo com o estudo Reinventando os Benefícios 2021 , elaborado pela mesma consultoria.

De acordo com o Relatório de Riscos Globa i s 2021 , a América Latina enfrentará uma "Juventude desiludida", um risco que não tem sido atendido e se tornará uma ameaça crítica para o mundo nos próximos dois anos, esta juventude de hoje - chamada de Pandemials - já tem as cicatrizes de uma crise financeira, um sistema educacional obsoleto e uma crise climática arraigada. A única coisa que a COVID-19 tem feito, é piorar seriamente esta situação.

Os "Pandemials" correm o risco de se tornarem uma geração perdida do século 21, a solidão e a ansiedade entre os jovens já tinham sido descritas como uma "epidemia", mas desde o início da pandemia da COVID-19, a saúde mental tem se deteriorado para 80% das crianças e jovens do mundo todo.

Outro estudo da Mercer Marsh Benefícios, chamado Tend ê ncias Globa i s de Sa úde , encontrou brechas significativas no apoio à saúde mental, apesar do aumento da demanda observado durante a pandemia. A terapia virtual ainda não está difundida, já que apenas um terço das seguradoras a oferece na América Latina, enquanto apenas 16% das seguradoras não oferecem planos que cubram quaisquer serviços de saúde mental. No entanto, no âmbito mundial, 68% das seguradoras oferecem programas de saúde mental e, além disso, consideram que os sistemas de saúde privados, patrocinados pelos empregadores, são mais eficazes do que os públicos no que se refere à prevenção, diagnóstico e tratamento necessários para os transtornos de saúde mental.

Esta área de cobertura tornou-se crítica para os colaboradores, não só pelo número de pessoas afetadas, mas também pelo escasso investimento público existente. De acordo com a Organização Panamericana da Saúde (OPS) , o gasto público médio com saúde mental na região é de apenas 2,0% do orçamento da saúde, e mais de 60% desse dinheiro vai para hospitais psiquiátricos.

Portanto, as empresas devem tomar cuidado ao elaborar os planos e devem compreender que uma solução única para todos os casos não atenderá as diferentes necessidades de uma força de trabalho que atualmente é bastante diversificada. "Uma estratégia forte de saúde mental permite ao empregador estabelecer um marco, identificar brechas, abordar as preferências dos funcionários e cobrir as necessidades em todo o espectro das condições de saúde mental", diz Antonietta Medeiros.

Esses planos poderiam ajudar a manter a saúde dos funcionários e promover equidade, dignidade, prosperidade e saúde mental.

Como implementar um programa de Saúde Mental?

De acordo com o estudo Transforma ndo o risc o da sa úde e m valor (Mercer Marsh Benefícios), a elaboração destes programas varia conforme a cultura local, mas em qualquer um deles é crítico:

• Uso dos dados para entender as necessidades de sua força de trabalho.

• Oferecer valor aos funcionários por meio de programas personalizados em questões de saúde mental e comportamental, uso de substâncias e prevenção ao suicídio e à violência.

• Reduzir o estigma: os empregadores precisam munir os gerentes e supervisores com habilidades que lhes permitam identificar sinais precoces de advertência de problemas de estresse e saúde mental.

"É de suma importância que, cada vez mais, os empregadores reinventem seus programas de saúde mental, verifiquem suas redes de fornecedores de serviços de saúde e garantam a diversidade dos profissionais encarregados do atendimento à saúde para refletir as necessidades de sua força de trabalho", afirma a Diretora de Gestão de Saúde e Qualidade de Vida da Mercer Marsh Benefícios.


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