Home Office: Se Adaptando Ao ‘Novo Normal’

Meses após uma situação extremamente delicada e incerta, o trabalho home office ainda é a realidade de muitas empresas. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Cushman & Wakefield, 73,8% das multinacionais que atuam no Brasil pretendem adotar o home office como uma prática definitiva no país, mesmo após a pandemia do novo coronavírus .

Diante deste contexto é imprescindível dizer que muitas mudanças que foram implementadas durante esse momento irão perdurar no "novo normal". Para Marcelo Lefevre, Presidente da Poli Júnior - empresa júnior de engenharia da USP -, os encontros online com todos os membros continuarão acontecendo em uma frequência maior e a manutenção das metodologias ágeis, como "Scrum" e "OKR", continuarão presentes para a gestão dos planos táticos e projetos da empresa.

Para eles, o home office se desenvolveu em duas etapas. "Inicialmente nosso foco foi adequar os processos essenciais para serem rodados à distância, sem prejudicar a qualidade da execução, o que envolveu um mapeamento com todos os nossos clientes. Também trouxemos esse método internamente, com os membros, cujo objetivo foi garantir que todos tivessem condições de continuar trabalhando de casa’, comenta Lefevre.

Após esse primeiro momento, o objetivo da Poli Júnior foi replicar a vivência que os membros teriam na sede de forma online e, a partir disso, surgiram algumas iniciativas. "Fizemos um canal no aplicativo Discord para simular a nossa copa na sede, assim como um canal para coworking. Também desenvolvemos alguns eventos no estilo Happy Hour, com competições de jogos virtuais, para que houvesse a integração entre os colaboradores", explica. É importante dizer que, além desses, eles também realizaram treinamentos e capacitações com ex-membros, para que os mesmos pudessem compartilhar um pouco sobre a sua trajetória e como funciona a empresa aos novos colaboradores.

Outra mudança significativa adotada foi o desenvolvimento de metodologias ágeis para a gestão tanto dos projetos, quanto do planejamento estratégico da empresa. Devido à tantas incertezas, não foi possível fazer planejamentos muito assertivos a longo prazo. Então, como estratégia, focaram mais tempo em execução e, semana a semana, foram se ajustando de acordo com os aprendizados.

Mesmo assim, quando a crise começou, a Poli Júnior teve uma queda significativa - 84% para 46% - da alocação dos membros em projetos, devido ao cenário comercial externo. No entanto, aos que não estavam alocados em um projeto externo foram colocados para desenvolvimento e aprimoramento dos portfólios, assim como nos times de prospecção. Dessa forma, conseguiram evitar uma grande ociosidade dos colaboradores.

Devido às grandes mudanças causadas pela pandemia, todas as projeções realizadas em janeiro deixaram de fazer sentido. "Os principais parâmetros que estamos acompanhando durante a crise é o nosso desempenho comparado com outras empresas juniores e, ainda, com resultados do ano passado, que mesmo com a pandemia, nos trouxe um crescimento de 35% se comparado ao ano de 2019", comenta Marcelo Lefevre.

Desde o início buscaram fazer algo de diferente para responder à crise. "Nosso raciocínio foi que, talvez, a demanda pelos nossos portfólios usuais reduziriam, mas que, com certeza, ainda existiam demandas que pudessem ser resolvidas por um projeto de engenharia. Esse pensamento foi muito importante para o engajamento dos membros em executar as mudanças propostas pela diretoria e fundamental para o nosso sucesso", finaliza..

Sobre a Poli Júnior

Fundada em 1989 como a primeira Empresa Júnior de Engenharia do Brasil, a Poli Júnior é uma associação civil sem fins lucrativos constituída e gerida pelos alunos de engenharia da USP. Com sua sede dentro da escola politécnica da USP, seus representantes conseguem entregar com maestria soluções de diferentes áreas da engenharia a um valor competitivo, além de terem acesso aos melhores professores do mercado para auxiliá-los. Entre as áreas trabalhadas em seus projetos estão Civil; Mecânica e Eletrônica; Produção; Química; e Tecnologia, que já foram contemplada com premiações como Prêmio FEJESP(Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo) de 2016, 2017 e 2018; Palestra Magna ENEJ (Encontro Nacional das Empresas Juniores) 2017 e 2018.