Ações para melhorar a qualidade de vida dos funcionários aumentam retenção de talentos

A pesquisa Tendências Globais de Capital Humano 2018, divulgada em outubro pela Deloitte, destaca como grande ponto de virada no mundo dos negócios a ascenção do que se chama de “empresa social”. Este conceito está diretamente relacionado ao fato de que as empresas hoje em dia deixaram de ser avaliadas somente por seu desempenho financeiro e resultados. Elas são reconhecidas hoje muito mais pela forma como tratam seus colaboradores, clientes e pelo suporte que oferecem à comunidade em que convivem. Esses fatores são cada vez mais decisivos para atrair e reter talentos, investir em uma boa estratégia de employer branding e se destacar no mercado.

No total, foram entrevistados mais de 11 mil líderes de negócios e de recursos humanos em 124 países. No Brasil, participaram do levantamento de dados 337 executivos, dos quais 92% apontam a atenção ao bem-estar dos colaboradores das empresas como uma questão importante para o desenvolvimento de suas atividades profissionais no futuro. Isso porque as empresas instaladas no Brasil são responsáveis por dois terços do que se gasta com saúde no país, conforme detectou pesquisa da ABRH-Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e ASAP (Aliança para Saúde Populacional). O custo dessas empresas com assistência médica subiu 19% entre 2016 e 2017 – passou de R$ 270,30 para R$ 321,58 – o equivalente a 12,71% da folha de pagamento das empresas. A percepção levantada pela pesquisa se reflete no crescente número de empresas que passaram a realizar investimentos em programas focados em saúde e bem-estar – um salto de 21%, passando de R$ 224,15 em 2015 para R$ 271,21 em 2017.

É o que busca a startup GoGood, focada na melhoria da saúde da população brasileira por meio do incentivo à prevenção e a criação de hábitos saudáveis dos colaboradores de empresas. “Após algum tempo de estudo sobre nosso negócio detectamos que mais de 80% dos custos de saúde nas empresas vem de pacientes crônicos, portadores de doenças como diabetes e obesidade, e é nessa frente que buscamos atuar, auxiliando as pessoas a perderem peso e as empresas a diminuírem custos e, de quebra, reterem bons profissionais”, declara Bruno Rodrigues, CEO da GoGood.

Retenção de talentos = Redução de custos

Com a constatação da importância de ter cuidar dos colaboradores para, também, melhorar a produtividade e lucratividade da empresa, diversas organizações estão focando em maneiras de retornar um valor que seria desperdiçado em lucro para a empresa. A HostGator é uma multinacional e uma das principais provedoras de hospedagem de sites e outros serviços para presença online do mundo. A empresa identifica a necessidade de ter colaboradores saudáveis e felizes e, para isso promove programas internos de cuidado com a saúde, como auxílio para fazer academia e 4 sessões semanais de ginástica laboral. Para ver seus colaboradores mais felizes, a empresa investe também no ambiente de trabalho, oferecendo um local acolhedor e focado em questões ergonômicas, o que impacta na saúde da equipe a curto e longo prazo. Espaços para convivência, descompressão e salas para (retirar o salas) confraternização também são parte do ambiente da HostGator e ajudam os colaboradores a terem maior qualidade de vida no trabalho.

E não precisa ser uma empresa grande para desenvolver este tipo de ação. Gestores da startup Cheesecake Labs, hoje com cerca de 50 colaboradores, identificaram que, para continuar com o crescimento e reter os talentos da empresa era preciso investir na saúde mental e emocional de cada um. Uma das soluções adotadas é a disponibilização de aulas de ioga e outras práticas para maior qualidade de vida no trabalho, como a adoção de um ambiente pet friendly A startup desenvolve softwares e aplicativos e tem hoje grande parte dos seus clientes nos Estados Unidos.