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Presidente da FenaSaúde defende compromisso de todos para diminuir custos em saúde

Solange Beatriz participou da 11ª edição do Seminário sobre Saúde Suplementar, que debateu a importância dos recursos diagnósticos para a redução dos custos

“Um comportamento mais racional sobre a utilização dos serviços de saúde demanda políticas públicas que norteiem essas ações. Também é necessário promover ações de educação do usuário, ressaltando que a causa da subutilização não está nas mãos dos beneficiários. Cada um de nós deve contribuir na busca dessa racionalidade. Nosso problema central é conter custos, e o primeiro passo é fornecer informação para toda a sociedade”, declarou Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). A executiva participou na quinta-feira, 12 de abril, do painel “Recursos Diagnósticos - desperdício ou subutilização?”, durante a 11ª edição do Seminário sobre Saúde Suplementar, promovido pelo Grupo Fleury e pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp).

De acordo com a presidente, o setor é super-regulado por conta de falhas de mercado, como assimetria de informações e seleção adversa. “Ocorre que a regulação atual não dá conta da solução para esses problemas, ao centrar o controle apenas nos financiadores. No Brasil, a superutilização decorre da ausência de regulação do acesso e do modelo de pagamento pela produtividade. Nessas condições, é natural que o incentivo permaneça na utilização dos serviços. Mais do que educação dos usuários, é preciso “educar” a cadeia da Saúde Suplementar para uma produtividade baseada no melhor desfecho clínico. Portanto, o empoderamento do usuário passa necessariamente pela organização e hierarquia do acesso, com maior participação na escolha do melhor tratamento. Literalmente, na coparticipação e na transparência dos custos incorridos”, afirmou Solange Beatriz.

De 2006 a 2016, as despesas no setor de Saúde Suplementar cresceram quatro vezes, enquanto a arrecadação aumentou 3,7 vezes. Os gastos tendem a crescer com o envelhecimento da população. Em 2015, 12,3% dos brasileiros tinham mais de 60 anos. Em 2030, eles serão 20,5%. “Os problemas de hoje são os mesmos de 20 anos atrás, mas agravados, porque os custos subiram. É preciso um amplo pacto dos atores para garantir a sustentabilidade do sistema. Lembro que até o setor financeiro hoje reconhece que sua sustentação passa pela redução dos juros. O gargalo do nosso setor é a redução dos custos, a busca da rentabilidade pela eficiência”, disse a presidente da FenaSaúde.

Na abertura do seminário, Paulo Pedote, diretor-executivo de Negócios para Marcas Regionais do Grupo Fleury, levantou três questionamentos que nortearam, ao longo do dia, os debates entre pesquisadores internacionais e brasileiros e representantes dos principais atores do setor de saúde no país, como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a FenaSaúde e a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). “Chegamos a um ponto inadiável, que merece nossa reflexão”, afirmou Pedote. “Quais atitudes precisamos adotar para reduzir os desperdícios do sistema?; como evitar generalizações que confundem a sociedade sobre o setor?; e qual é o peso da etapa diagnóstica na sustentabilidade do sistema?”, completou.

Não há dúvidas de que a evolução dos recursos diagnósticos nas últimas décadas teve papel fundamental na melhoria de indicadores de saúde - a expectativa de vida dos brasileiros pulou de 45,5 anos, nos anos 1940, para 75,8 anos, em 2016. Agora, o grande desafio é conciliar a velocidade sem precedentes da evolução tecnológica, dependente de grandes investimentos, com o acesso ainda mais disseminado aos recursos diagnósticos. “Precisamos combater o desperdício e a desconfiança”, disse Yussif Ali Mere Junior, presidente do SindHosp. “Todos estamos trabalhando por isso. Acredito em evolução, mas precisamos de uma velocidade um pouco maior.”

Segundo Wilson Shcolnik, gerente de Relações Institucionais do Grupo Fleury e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), os recursos diagnósticos têm uma contribuição grande para ajudar a reduzir os custos. “Esses recursos são fundamentais para a prevenção e promoção da saúde, propiciando rápidos diagnósticos que, por sua vez, permitem o início imediato de tratamentos, elevando as chances de obtenção dos desfechos desejados.

A importância da qualidade dos recursos diagnósticos também foi ressaltada pela microbiologista Rosanna Peeling, chefe de Pesquisa Diagnóstica da London School of Hygiene & Tropical Medicine e diretora do Centro Internacional de Diagnósticos, no Reino Unido. “A qualidade não é negociável, e isso tem um custo”, disse Rosanna. “Precisamos de testes mais rápidos, precisos, fáceis de usar, eficientes e que tenham escala.”

Mesmo exames que, em princípio, parecem baratos precisam ser analisados dentro de um contexto. “Avaliamos até tecnologias de R$ 40, porque o impacto delas pode ser grande”, disse Maria Rachel Jasmim de Aguiar, gerente de Assistência à Saúde da ANS.

Equilíbrio - Segundo Leandro Fonseca, diretor presidente substituto da ANS, é fundamental analisar a saúde financeira das operadoras de planos, que têm um papel central no cuidado médico de importante parcela da população brasileira. Hoje, os gastos privados com saúde, que incluem a Saúde Suplementar, correspondem a 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB). É mais da metade do total - 9% - gasto na área no país. Os planos atendem 25% da população brasileira. “É um setor pujante economicamente e que tem também importância social”, afirmou Leandro.

Entre 2014 e 2017, 3 milhões de brasileiros perderam seu plano de saúde, segundo dados apresentados pelo economista Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O encolhimento está diretamente atrelado ao desemprego causado pela crise econômica, já que 67% dos planos médicos são coletivos. “No Brasil, só tem plano quem tem emprego”, disse Carneiro. “Essa redução só se resolverá com a recuperação do mercado formal de trabalho, o que não se sabe quando acontecerá.”

Choosing Wisely – Durante o evento, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) apresentou sua parceria com o Choosing Wisely, um movimento internacional para combater o mau uso dos recursos de saúde. Foi anunciada uma lista de cinco situações em que o pedido de exame é considerado desnecessário pela entidade:

1) triagem para deficiência de 25-OH-Vitamina D na população geral;

2) exames moleculares para pesquisa de HPV de baixo risco tumoral;

3) exames de processo inflamatório em pacientes ainda sem diagnóstico definido;

4) dosagem de mioglobina ou CK-MB no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio;

5) exame genético da APOE como teste preditivo para Alzheimer.


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