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Como proteger sua fertilidade?

Sociedade Brasileira de Urologia alerta para cuidados com problema que afeta oito milhões de brasileiros

A infertilidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta até 80 milhões de pessoas no mundo, sendo aproximadamente oito milhões de brasileiros. Você sabe como proteger sua fertilidade? A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) esclarece o tema, muitas vezes considerado tabu.

A infertilidade é definida pela OMS como a ausência de gestação após 12 meses de relação sexual sem contraceptivo, que incide em 15% dos casais. A porcentagem dos fatores causadores masculinos e femininos é semelhante, com 30% de fatores exclusivos masculinos, 30% exclusivos femininos e os outros 40% mistos.

A idade é um fator importante tanto para mulheres quanto para homens. Enquanto elas começam a perder sua fertilidade a partir dos 28-30 anos, estudos recentes mostraram o mesmo efeito entre os homens a partir dos 45 anos. Estudo de revisão de trabalhos em língua inglesa mostrou uma diminuição da taxa de gestação natural de 23% a 38% para homens acima dos 50 anos quando comparados com homens com até 30 anos. Os espermatozoides produzidos em homens mais velhos carregam maior risco de aneuploidias, alterações cromossômicas responsáveis por abortamentos precoces e também pelas síndromes genéticas, além de aumentar as chances de doenças como autismo e esquizofrenia na prole. Além do aspecto físico, a infertilidade torna-se um problema psicossocial desencadeando quadros de estresse, podendo provocar efeitos devastadores tanto na esfera individual – no trabalho, com amigos – mas também na conjugal, afetando diretamente a qualidade de vida do casal.

Causas

Nos homens, a principal causa é a varicocele, responsável por 40% dos casos de infertilidade primária do homem, ou seja, aquele homem que nunca teve filhos, e chega a representar 80% daqueles homens que já tiveram o primeiro filho, mas têm dificuldade para ter o segundo filho. “A varicocele importante, ou seja, a que prejudica a produção dos espermatozoides, está presente em cerca de 25% da população masculina. Claro que nem todo homem com essa varicocele importante terá prejuízo. O cálculo é: de cada 100 homens com essa varicocele clínica, cerca de 40 terão infertilidade. Além da varicocele, também temos as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), tabagismo, uso de drogas, obesidade e sedentarismo”, aponta o membro do Departamento de Sexualidade da SBU Dr. Daniel Zylbersztejn.

Nas mulheres, o urologista indica a existência de três fatores principais: síndrome do ovário policístico - que faz com que a mulher não ovule de maneira adequada; as ISTs – que alteram a arquitetura das tubas e, por consequência o funcionamento delas ; e a endometriose, que acomete aproximadamente 30% das pacientes e muitas vezes de forma silenciosa, sem dar pistas do seu aparecimento.

Com intuito de esclarecer as principais dúvidas que envolvem a infertilidade, o Dr. Daniel Zylbersztejn responde os tópicos abaixo:

A alimentação pode ser um fator decisivo na fertilidade?

Sem dúvida alguma. Se há um alto índice de consumo de alimentos ultraprocessados, de proteína animal, pobre em legumes, frutas e verduras, é bem provável que a saúde ficará prejudicada de forma global, interferindo também na qualidade dos gametas. Nos homens pode haver baixa produção ou pouca qualidade de espermatozoides, e esta é uma maneira do organismo avisar de que algo não vai bem. Nós somos essencialmente aquilo que ingerimos e, portanto, se nos alimentarmos de produtos naturais, pouco processados e com o mínimo de agrotóxicos pode ser um “game changer” na luta contra a infertilidade.

A saúde mental é um fator importante?

Sim. Quando o indivíduo experimenta quadros importantes de ansiedade, depressão e estresse, por exemplo pode haver a interferência direta destes sentimentos no funcionamento do nosso organismo. Isto ocorre devido ao sistema límbico (centro de nossas emoções e dos nossos comportamentos sociais) ser capaz de modular o nosso eixo hipotálamo-hipófise, o principal eixo regulador das funções dos nossos mais diversos órgãos, incluindo os ovários e os testículos. Portanto, emoções exacerbadas e contínuas podem interferir negativamente na produção e no padrão de secreção de hormônios essenciais tanto para a ovulação e também na produção de espermatozoides, como o FSH e o LH. Isto pode ser uma causa exclusiva de infertilidade? Considero que isto seja um fator adjuvante na infertilidade, acarretando ainda mais prejuízo para o potencial reprodutivo do casal.

Medicamentos interferem na fertilidade?

Sim. O uso de testosterona ou anabolizantes injetáveis, seja por sintomas de baixa testosterona (sono ruim, ganho de peso, cansaço excessivo, diminuição da libido) ou apenas por estética (ganho de massa muscular), pode gerar um poderoso bloqueio hormonal, reduzindo ou cessando completamente a produção de espermatozoides. Dependendo do tempo de uso, do tipo de medicamento esteroide ou da dose utilizada este bloqueio pode trazer danos irrecuperáveis para a função testicular e gerar infertilidade definitiva. Alguns outros medicamentos como antidepressivos e anti-hipertensivos também podem interferir negativamente na função dos espermatozoides na qualidade dos óvulos. Doenças reumatológicas e inflamatórias que requerem o uso de imunomoduladores também têm potencial de prejuízo da qualidade dos gametas.

Importante ressaltar também que os tratamentos oncológicos com quimioterapia e radioterapia são extremamente nocivos, tanto aos óvulos quanto aos espermatozoides, podendo gerar inclusive esterilidade por perda completa dos gametas.

O uso contínuo de pílulas anticoncepcionais pode gerar infertilidade?

Definitivamente não. O uso prolongado da pílula não gera infertilidade, porém é preciso que a paciente fique atenta à reserva ovariana. Ao usar esse medicamento, a mulher cicla regularmente devido aos hormônios da própria pílula. Desta maneira, alterações próprias hormonais de uma diminuição da reserva ovariana que poderiam ser observadas por uma irregularidade menstrual passam despercebidas e, portanto, sem levar a mulher a fazer uma avaliação com o ginecologista ou especialista em reprodução humana. Portanto, ao fazer uso contínuo por muitos anos de um anticoncepcional é importante que se faça em algum momento uma avaliação da reserva ovariana para orientação correta da paciente quanto ao potencial reprodutivo.

Atletas de alta performance podem ter infertilidade?

Sim, muitos podem ter dificuldade para engravidar. Atletas que praticam esportes de alto rendimento, como o triatlo, por exemplo, geram um estresse muito grande no organismo, produzindo uma vasoconstrição periférica por muitas horas e prejudicando a oxigenação dos órgãos, gerando uma grande quantidade de radicais livres e, por consequência, o estresse oxidativo. Além disso, pela alta liberação de endorfinas, adrenalina e outras substâncias pode haver um prejuízo e inibição na liberação pulsátil do FSH, hormônio que estimula a produção dos espermatozoides. O mesmo acontece com as mulheres, que também têm alteração da neuromodulação, que inibe a produção do FSH e LH, entrando muitas vezes em amenorreia. Essas mulheres têm baixo índice de gordura, fato que afeta na produção de androgênios, utilizados para uma boa formação de folículos que têm o papel de liberação dos óvulos.

Quais as opções de tratamento?

O ideal é sempre tratar a doença de base que está causando a infertilidade e, desta forma, devolver ao casal a chance da gravidez natural. Quando não é possível melhorar o potencial fértil, ainda temos como recurso os tratamentos de reprodução assistida. Estes tratamentos se dividem em dois: de baixa e alta complexidade. O primeiro é composto de pequenos procedimentos como regularização do ciclo da mulher, programação das relações sexuais, ou inseminação intrauterina. Portanto, a formação do embrião ocorre dentro do trato reprodutivo feminino, de uma forma completamente natural. Já o tratamento de alta complexidade é realizado em laboratórios de embriologia, por meio da técnica de fertilização in vitro (FIV) clássica ou do tipo ICSI. Estas técnicas consistem na manipulação dos óvulos e dos espermatozoides dentro do laboratório de embriologia, com o objetivo de formar embriões e depois transferi-los para dentro do útero.

Fontes: https://sbra.com.br/fertilidade-o-tempo-nao-para/

https://www.scielo.br/pdf/estpsi/v23n4/v23n4a11.pdf


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