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Nova técnica de cirurgia robótica permite que pacientes com câncer de próstata recuperem mais rápido a função erétil

A disfunção erétil é o efeito colateral mais comum entre os homens tratados de câncer de próstata1, o tumor maligno mais comum entre os homens depois do câncer de pele não-melanoma, com 68 mil novos casos previstos para 2019 no Brasil, segundo o INCA. Cirurgiões oncológicos e pesquisadores brasileiros, em artigo publicado na edição de setembro do Journal of Eudourology2, mostra que os pacientes operados pela técnica de cirurgia robótica com acesso extraperitoneal (que não entra na cavidade abdominal) recuperam mais rápido a função erétil. Além disso, beneficia um percentual maior de homens operados.

A análise restrospectiva foi feita com 1088 pacientes do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo, tratados na instituição entre maio de 2013 e dezembro de 2017 por meio de duas modalidades de cirurgia robótica. Em um grupo, estavam os homens operados entre maio de 2013 e novembro de 2014 com a técnica robótica transperitoneal padrão. Em outro, pacientes tratados cirurgicamente entre dezembro de 2014 e dezembro de 2017 por meio da modalidade robótica com acesso extraperitoneal.

Os pesquisadores mostram que 75% dos homens operados com a técnica extraperitoneal recuperaram a função erétil em até um ano após o procedimento e o tempo médio de recuperação foi de 9,4 meses. Para a outra técnica por robô analisada, a cirurgia robótica transperitoneal, a recuperação no mesmo período foi possível para 53,5% dos pacientes e o tempo médio de retorno da função erétil foi de 16,3 meses.

“No acesso extraperitoneal, ou seja, aquele que não entra na cavidade abdominal, o sangue e a urina não têm contato com as alças intestinais, permitindo assim que haja menos risco de irritação do peritônio. A técnica também possibilita menor pressão sob o diafragma e facilita o processo de anestesia. São fatores que permitem uma alta mais precoce e recuperação mais rápida”, destaca o autor principal do estudo, o cirurgião oncológico, Gustavo Guimarães, que é diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

De acordo com os autores, outra vantagem da técnica é a não necessidade de uso de grampos. “Por mais que seja seguro, o grampo é um ‘corpo estranho’ ao organismo e alguns podem migrar de um lugar a outro. Sempre que possível, destaca Guimarães, é muito positivo evitar materiais não orgânicos. “Usar ou não grampos vai além de ser uma escolha técnica. É uma maior segurança oferecida por uma modalidade de cirurgia robótica eficaz e reprodutível”, acrescenta o cirurgião oncológico.

Esse trabalho foi realizado exclusivamente com pacientes do A.C.Camargo e foi feita uma análise retrospectiva. Os próximos passos, segundo Gustavo Guimarães, devem ser no sentido de realizar estudos colaborativos, prospectivos e randomizados. “São a forma mais rápida e segura de conseguir testar uma hipótese cientifica. Sempre devemos, na medida do possível, incentivar estas colaborações, de preferência internacionalmente”, relata. Além de Gustavo Guimarães, participaram do estudo os cirurgiões oncológicos Renato Almeida Rosa de Oliveira, Thiago Borges Santana, Ricardo Favaretto, Thiago Mourão, Maurício Murce Rocha, Rodrigo Madeira Campos e Stênio de Cássio Zequi.

A CIRURGIA ROBÓTICA PARA CÂNCER DE PRÓSTATA – A prostatectomia radical por laparoscopia assistida por robô é uma técnica de cirurgia robótica oferecida desde o ano 2000 para pacientes diagnosticados com câncer de próstata. Após quase 20 anos, cada vez mais pacientes são operados com uso de robô, inclusive no tratamento de outros tipos de câncer, e os benefícios desta, que é uma modalidade minimamente invasiva, são objetivo de estudo. Os dados no Brasil são escassos, mas, nos Estados Unidos, aproximadamente metade dos pacientes com tumor localizado da próstata são operados e destes, cerca de 85% são feitos por cirurgia robótica3.

De acordo com Gustavo Guimarães, o maior entrave para a o uso da cirurgia robótica para pacientes com câncer de próstata é o alto custo do procedimento. “Além disso, no Brasil, ainda temos um número relativamente pequeno de máquinas, e isso dificulta o acesso ao treinamento do profissional que vai operar por robô. Por sua vez, estudos mostram que investir em cirurgia robótica traz custo-benefício efetivo, pois resulta em menos intercorrências, menor tempo de internação, dentre outros benefícios, que diluem, a médio prazo, o valor investido”, reforça o especialista.

SOBRE O IUCR - O Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães – IUCR, criado em 2013, é especializado na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação do paciente com câncer. A equipe médica é formada por profissionais altamente especializados em uro-oncologia, cirurgia oncológica e oncologia clínica, sob a liderança do cirurgião oncológico Dr. Gustavo Guimarães, que possui mais de 20 anos de atuação e dedicação à assistência do paciente, ao ensino e à pesquisa científica nessa área. Guimarães desenvolveu ampla experiência em tecnologias e procedimentos minimamente invasivos como cirurgia laparoscópica, ultrassom focalizado de alta intensidade-HIFU e cirurgia robótica, tendo desenvolvido um consistente Programa de Consultoria e Capacitação sobre Cirurgia Robótica para Instituições de saúde em todo o país, que engloba a implantação, o desenvolvimento das diversas técnicas cirúrgicas e a capacitação das equipes.

Referências

1 - Alemozaffar M, Regan MM, Cooperberg MR, Wei JT, Michalski JM, Sandler HM, Hembroff L, Sadetsky N, Saigal CS, Litwin MS, Klein E, Kibel AS, Hamstra DA, Pisters LL, Kuban DA, Kaplan ID, Wood DP, Ciezki J, Dunn RL, Carroll PR, Sanda MG. Prediction of erectile function following treatment for prostate cancer. JAMA. 2011 Sep 21;306(11):1205-14.

2 - Guimarães GC, Oliveira RAR, Santana TBM, Favaretto RL, Mourão TC, Rocha MM, Campos RM, Zequi SC. Comparative analysis of functional outcomes between two different techniques after 1088 Robotic-Assisted Radical Prostatectomies in a high-volume cancer center: A Clipless approach. J Endourol. 2019 Sep 21.

3 - Oberlin DT, Flum AS, Lai JD, Meeks JJ. The effect of minimally invasive prostatectomy on practice patterns of American urologists. Urol Oncol. 2016 Jun;34(6):255.e1-5.


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