Preconceito pode retardar o diagnóstico: motivos para desmistificar o diagnóstico do Câncer de Próstata

O orgulho nunca deve valer mais do que a própria vida, muito menos um momento desconfortável que uma família sem pai. Com esses questionamentos em mente, o Novembro Azul se torna um mês praticamente essencial para debater e desmistificar o Exame de Próstata, essencial para o diagnóstico do tumor a partir dos 50 anos, na maioria dos casos.

Muitos homens encaram a necessidade do exame como um tabu, porém boa parte do preconceito pode estar relacionado à desinformação. “Só em 2018, 68.220 novos casos de câncer de próstata foram registrados no Brasil”, alerta o Dr. Manuel Caitano Maia, oncologista do Centro de Oncologia do Paraná, especializado no tratamento deste tipo de câncer.

Pensando em desmistificar o exame, o COP lista abaixo os 5 principais motivos para compreender a importância do Novembro Azul para os homens terem uma vida saudável:

Preconceito

Uma pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontou que 47% dos homens na idade de risco para o câncer de próstata nunca fez o exame de toque retal. A maioria, apesar de ter conhecimento de que precisa realizar o exame, ignora por preconceito ou por julgar o exame retal constrangedor. “O exame é simples, dura menos que 1 minuto e não causa dor”, ressalta. “É possível realizar o exame até mesmo em pé. O importante é determinar a condição da próstata de maneira satisfatória”.

Prevenção

Prevenir é melhor do que remediar? No caso do câncer de próstata, a máxima deve ser seguida estritamente. “Mais do que realizar o exame com a frequência necessária, para evitar o surgimento do tumor é recomendado manter hábitos saudáveis, incluindo prática de exercícios físicos e reduzindo o consumo de álcool”, aconselha Dr. Manuel. “Manter o peso controlado com atividade física e com uma dieta balanceada é importante para os homens de todas as idades, especialmente aqueles com mais de 45 anos. Apesar de não haver medidas específicas para prevenir o câncer de próstata, estudos têm mostrado que a manutenção desses hábitos saudáveis tem sido relacionada a uma menor incidência de câncer no geral”.

Tratamento

Nenhum câncer é fácil, porém o tratamento do tumor na próstata pode ser complicado a depender do estágio em que é diagnosticado. “No caso da doença localizada, as opções podem envolver desde cirurgia e radioterapia (com ou sem hormonioterapia associada) ou mesmo vigilância ativa”, conta Dr Manuel Maia. “A vigilância ativa tem sido muito empregada hoje em dia diante do entendimento de que alguns tumores de próstata não são agressivos e, portanto, podem não precisar de nenhum tratamento específico num primeiro momento. Já em casos avançados ou metastáticos (quando a doença se espalha pelo corpo), a base do tratamento gira em torno da hormonioterapia, embora novas drogas estejam mostrando benefício e sendo adicionadas neste cenário. Como dissemos antes, a prevenção é o melhor remédio”.

Eficácia

O câncer de próstata é a segunda maior causa de morte do tumor no Brasil, atrás apenas do câncer de pulmão, com cerca de 13 mil mortes ao ano. Diagnosticar a doença em fase inicial possibilita êxito em 9 entre 10 casos, o que é uma boa notícia. Um levantamento recente do A.C. Camargo Cancer Center analisou os registros de 3027 pacientes diagnosticados e tratados no hospital entre 2000 e 2011 e constatou que em 76% dos casos a doença foi diagnosticada em fase inicial. Deste total, 95% desses pacientes estavam vivos cinco anos após o tratamento. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maior pode ser a eficácia do tratamento”, conclui Maia.

Sobre o COP

Desde 1991, o Centro de Oncologia do Paraná (COP/PR) se dedica ao tratamento do câncer, priorizando um atendimento exclusivo, sempre atualizado e com ênfase no relacionamento médico-paciente. Conta com um corpo clínico qualificado, com profissionais especializados na área de cancerologia, incluindo cirurgia oncológica, vídeo-cirurgia, oncologia clínica, mastologia, oncologia pediátrica, e oncologia ginecológica. Possui uma equipe multidisciplinar com especialistas em dermatologia, ginecologia, mastologia, urologia, hematologia, farmacêuticos, nutricionistas e psicóloga.