Você sabe o que é Matting? Piora após tratamento de vasos é uma complicação que requer paciência

Pesadelo dos consultórios vasculares, o Matting é uma complicação mais frequente do que se possa imaginar, afirma a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. “Esse termo refere-se a uma piora importante dos vasos, após procedimento para tratá-los, podendo acontecer após retirada cirúrgica de varizes, escleroterapia, espuma e até no Clacs”, diz a médica.

O local mais frequente em que isso ocorre é na face lateral de coxa, mas pode ocorrer em outras regiões, segundo a médica. “Não sabemos ao certo porque isso acontece, mas existem duas teorias importantes: o Matting hemodinâmico, que ocorreria por uma reorganização do fluxo de sangue após fechamento de alguma veia, realizado durante o procedimento; e o Matting inflamatório, que aconteceria por uma intensa reação inflamatória ao produto aplicado. Nesse caso, existiria uma maior ocorrência com o uso dos detergentes (a famosa espuma), que tem um poder esclerosante muito forte”, diz a médica. Também chamado de nuvem telangectásica, essa piora se caracteriza por um conglomerado de microvarizes que dá uma aparência de mancha avermelhada.

Mas nem tudo está perdido. O Matting também tem tratamento e o primeiro passo é a paciência. “O Matting, principalmente o inflamatório, precisa de tempo para que haja a diminuição do processo de inflamação local, e a boa notícia é: há uma boa probabilidade de melhora espontânea, sem tratamento, em até três meses”, diz a angiologista.

Mas se não houver melhora, existem várias maneiras de tratá-lo, com medicações via oral, cremes e reabordagem da área com laser ou escleroterapia. “O melhor tratamento será decidido pelo seu cirurgião vascular. Mesmo em mãos experientes, as complicações existem e podem ocorrer, sendo assim, procure um profissional habilitado a tratar as lesões, evitar as complicações e tratá-las quando o pior acontecer”, finaliza a médica.

FONTE: Cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a médica participa, na Universidade de Harvard, de cursos de pós-graduação que ensinam ferramentas para estimular mudanças no estilo de vida nos pacientes em prol da melhora da longevidade e qualidade de vida. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. http://www.alinelamaita.com.br/