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Pancadas na cabeça: lesão tem efeitos dentro e fora do campo

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Aline Blasechi
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Concussão cerebral está presente no meio esportivo e também ocorre no cotidiano de crianças e adultos; abordagem foi realizada por Ricardo Eid, médico referência no assunto

“Pessoas com concussão cerebral têm alterações de humor e cognitivas”, diz Eid

Na Liga dos Campeões 2019 o Paris Saint-Germain sofreu grandes baixas. No jogo das oitavas de final, que culminou na sua eliminação, além de Neymar, a equipe não pôde contar com o lateral direito Thomas Meunier. Recentemente o belga foi afastado dos campos por causa de uma concussão cerebral. No MMA os holofotes também estiveram voltados para o lutador Wanderlei Silva, que afirmou apresentar alguns sintomas de concussão. Mas o que esses fatos têm a ver com o nosso dia a dia? Ao contrário do que se pensa, a concussão cerebral não está presente apenas no meio esportivo, já que as pancadas na cabeça podem ocorrer dentro de casa, no parquinho, no percurso para o trabalho ou na ida ao supermercado.

A abordagem foi realizada nesta quarta-feira (13), pelo médico Ricard Eid, referência nacional no assunto, e marcou o início da 3ª Jornada de Medicina Esportiva. Promovido pela Liga Acadêmica de Ortopedia e Medicina Desportiva (Laome), da Faculdade de Medicina da Unoeste, o evento acontece até amanhã (15) e traz grandes nomes de profissionais que atuam no esporte.

Eid destaca que a concussão cerebral é mais comum do que se imagina. “Começou a se pensar nesse assunto por causa do esporte, mas depois foi percebido que todas as outras pessoas estão sujeitas aos traumas de cabeça. Essa lesão acaba alterando o rumo da vida dos indivíduos, que mudam o comportamento no dia a dia, pois sofrem alterações de humor e cognitiva que podem refletir no trabalho, nos estudos ou em casa. Para entender como uma pessoa com concussão se sente, imagine estar com uma forte ressaca ou ter ficado vários noites sem dormir”, explica.

De acordo com o médico, não é a força, mas o jeito com que se bate a cabeça. “As situações podem ser as mais diversas possíveis. Desde se abaixar e, ao levantar, bater a cabeça em um móvel, escorregar no chão da cozinha, até sofrer um acidente automobilístico. Já as crianças podem cair nos parquinhos ou baterem a cabeça em algum lugar que os pais não percebam e só no dia seguinte notam que elas estão meio chorosas, mais irritadas ou dormindo mais do que o normal. Esses sinais indicam que pode existir algo diferente”.

Ricardo Eid foi da primeira turma de residência em medicina esportiva do Brasil e já trabalhou com seleções de basquete, atletismo, futebol masculino e feminino. Atuou também nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, foi responsável pelos traumas de cabeça do Comitê Olímpico Brasileiro e na Copa do Mundo no Brasil esteve presente nos jogos realizados em São Paulo. Durante a estadia na Unoeste, pontuou que todas as práticas esportivas que possam provocar impacto no rosto e na cabeça ou que o corpo transmita forças para a cabeça existem chances de ocorrer a concussão. “Esse tipo de trauma está mudando as regras dos jogos. No futebol americano o jogador não pode mais bater a cabeça de propósito na do adversário, no hóquei não é permitido bater com o taco por trás da cabeça do oponente e no futebol de campo no Brasil, se o jogador subir com os cotovelos abertos e acertar o rosto do adversário, ele recebe cartão vermelho”.

Acrescentou ainda que a cerca de dois anos existe uma regra para trauma de cabeça em que o médico da equipe pode entrar no campo e tem três minutos para avaliar qualquer jogador. “Na última Copa do Mundo que utilizou o recurso do árbitro assistente de vídeo (VAR) também havia um médico que ficava com essa equipe de vídeo e, caso percebesse que algum atleta na partida sofreu um trauma de cabeça, mesmo que tenha sido rápido, o banco e a arbitragem já eram informados e obrigava-se a retirada desse jogador. Antes disso, era impensável uma pessoa de fora interferindo na decisão de arbitragem”.

Sobre a relevância da abordagem para os acadêmicos da Unoeste, Eid expõe que 75% dos traumas de cabeça que entram em prontos-socorros é concussão. “Só que a gente não diagnostica e nem ouve falar sobre esse trauma. Alguma coisa está acontecendo para essa perda de diagnóstico e conseguir inserir essa abordagem já na universidade é importante para criar uma consciência de que existe uma lesão que possui um potencial de alteração na vida das pessoas e até mesmo com risco de morte”.

Conforme o médico, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances do tratamento ser positivo. “A gama de sintomas da concussão é muito grande e o que a gente precisa fazer é identificar os principais e atacá-los para que a pessoa volte a desenvolver as atividades”. Ressalta que a reabilitação e a adaptação da rotina do indivíduo proporcionam um ambiente favorável para a sua recuperação. “Em crianças, por exemplo, ela pode ser afastada das aulas. Caso a visão dela esteja muito comprometida, ela somente vai ouvir a aula, ou ainda, se a concentração estiver ruim, ela terá mais tempo para fazer uma prova e assim por diante.”

O palestrante declarou também que fora do país a maioria das pessoas sabe sobre a concussão cerebral. “Nos Estados Unidos isso é muito conhecido, a conscientização sobre o assunto ocorre já na infância. Para se ter uma ideia, até nos joguinhos de videogame, quando o competidor bate a cabeça, ele fica uma partida fora. Justamente para mostrar para as crianças que essa lesão é séria e grave. Outro fato que chama a atenção é que as pessoas que pretendem praticar esportes também passam por uma série de avaliações para a concussão. Existe uma preocupação muito grande com esse trauma e trazer um pouco desse assunto nesta jornada contribui tanto com a medicina esportiva, quanto com a comunidade em geral”, conclui.


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