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Estudo demonstra que ácido tolfenâmico é eficaz contra a síndrome da disgalaxia pós-parto em suínos (SDP)

Por André Buzato, médico veterinário, mestre em ciências, produção e sanidade animal pelo Instituto Federal de Santa Catarina e gerente técnico de suínos da Vetoquinol Saúde Animal.

A administração de ácido tolfenâmico 4% no pós-parto de leitoas reduziu a mortalidade de suínos durante a fase de aleitamento e resultou em maior ganho de peso nas leitegadas que não foram acometidas por diarreira. Esta foi a minha conclusão da tese de mestrado. O princípio ativo em pauta é uma ferramenta importante contra a síndrome da disgalaxia pós-parto (SDP), patologia disseminada globalmente, que acomete a fêmea suína, principalmente nas criações intensivas, durante o puerpério, sendo uma das principais causas de problemas neonatais com consequências deletérias na fase de lactação.

A síndrome tem como característica principal a hipogalaxia no puerpério e inclui sintomas como febre, mastite e redução no apetite – ainda que os leitões demonstrem sinais de fome. Essa sintomatologia pode variar. Contudo, a grande maioria dos casos não apresenta sinais. Sendo subclínica, a patologia se torna ainda mais preocupante. Afinal, a redução de leite compromete o bem-estar, o desenvolvimento e o desempenho dos animais. Em todos os casos, reduzir a inflamação das glândulas mamárias tem demonstrado impacto positivo na lactação. Para contribuir com a redução dos efeitos da doença sobre a suinocultura, foi realizado estudo para avaliar o efeito de um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) à base de ácido tolfenâmico, como tratamento profilático da síndrome da SDP.

O experimento foi conduzido em granja comercial apenas com leitoas. A amostra de 332 fêmeas foi selecionada considerando: condição corporal, estado geral de saúde, número de tetos viáveis e genética. Os tratamentos foram aplicados de forma aleatória, sendo 157 fêmeas incluídas no grupo tratado e 162 no grupo controle. As avaliações das leitoas e das leitegadas foram realizadas às cegas durante todo o estudo, método comum nas pesquisas científicas para evitar o enviesamento dos resultados obtidos. Assim, os animais do grupo controle não receberam tratamento. Já os que faziam parte do grupo tratado receberam uma única injeção de ácido tolfenâmico após o parto.

Para acompanhar o impacto da doença, todos os leitões da granja (4.466) também foram pesados em três momentos: no dia do parto, em dois horários pré-estabelecidos; no quarto dia após a uniformização; e no décimo oitavo dia.

As leitegadas – nome usual para as ninhadas de suínos – foram avaliadas em relação a peso médio e peso total, ocorrência de diarreia, taxa de refugos e de mortalidade aos 4 e 18 dias de vida. Ao todo, foram 2.198 leitões pertencentes ao grupo tratado e 2.268, ao grupo controle. A partir dessa divisão, em todas as manhãs as fêmeas e seus filhotes foram inspecionados individualmente, com aferição de temperatura retal das mães no primeiro e no terceiro dia após a uniformização. Em igual período, a presença de corrimento vulvar foi verificada e classificada. Todos os dados foram analisados por meio de procedimentos específicos e possuem nível de probabilidade de 95% para suas diferenças. Já as médias de peso dos leitões foram analisadas por covariância, considerando o efeito do peso inicial e a presença de diarreia. As variáveis categóricas foram analisadas por regressão logística.

Após a apresentação da pesquisa, podemos falar sobre resultados. De acordo com o artigo, “o grupo tratado teve 0,41% menos mortalidade até o 18º dia de lactação. Essa taxa aumenta para 4,5% quando analisadas as leitegadas sem ocorrência de diarreia. Nessa categoria, a mortalidade acumulada no dia 18 foi de 4,3% e 8,8% para os grupos tratado e controle, respectivamente. Estes resultados sugerem que na presença de diarreia o tratamento perde seu efeito”. Ainda segundo o estudo, a média de peso dos leitões aos 18 dias em leitegadas sem diarreia foi de 4,949 quilos, comparada a 4,594 kg das leitegadas com diarreia. “Para as leitegadas sem diarreia, o ganho de peso total da leitegada no grupo tratado foi 9,0% maior que o grupo controle. Trabalho similar, utilizando profilaticamente ácido tolfenâmico 4%, relatou ganho de 280g no desmame em leitões filhos de leitoas tratadas.”

A partir desse cenário, podemos afirmar que o ácido tolfenâmico oferece diferentes benefícios no tratamento da disgalaxia pós-parto. Os resultados obtidos com o tratamento profilático injetável à base de ácido tolfenâmico 4% no pós-parto de leitoas sugerem que o princípio ativo proporciona redução da dor e, com isso, ajuda a diminuir o estresse no pós-parto. Esses benefícios podem influenciar positivamente o comportamento maternal, algo que implica maior quantidade de leite e melhor performance da leitegada.


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