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Biosseguridade na indústria suína: investimento com alto retorno financeiro

Heloiza Nascimento*

No contexto da produção animal, biosseguridade pode ser entendida como medidas implantadas para impedir a entrada de novos patógenos em populações, rebanhos e/ou grupos de animais. As medidas para reduzir ou limitar a disseminação dos patógenos já existentes no plantel também são consideradas medidas de biosseguridade. Indo além, significa prevenir riscos e reduzir a circulação de perigos entre animais, humanos, plantas e ambiente (WHO, 2010).

A implantação de medidas de biosseguridade na suinocultura tem como principal motivação o fator econômico. É bastante nítido o prejuízo provocado pelo impacto negativo nos índices zootécnicos causados pelas doenças. Há redução da produtividade (piora da conversão alimentar – CA, menor ganho de peso diário – GPD), aumento da mortalidade, perdas reprodutivas, mais dias de alojamento para o atingimento do peso-alvo e aumento do gasto com antibióticos e anti-inflamatórios para controlar doenças e sinais clínicos.

O suíno, ao se deparar com um processo infeccioso, apresenta perdas significativas de desempenho, não somente pela diminuição do apetite e da ingestão de ração, mas também pelo gasto metabólico intenso realizado pelo organismo do animal para que a infecção seja debelada. A energia que seria convertida em carne termina sendo utilizada para que ele restabeleça seu estado fisiológico.

Alguns trabalhos têm monetizado os danos associados às infecções bacterianas e virais (Haden C, 2012). Verificou-se que as perdas causadas pela infecção do Mycoplasma hyopneumoniae, quando em associação com outros agentes virais, tem seu custo astronomicamente impactado. O mesmo acontece com uma infecção pelo vírus da influenza. Quando na presença do M. hyopneumoniae, seu custo mais que triplica. É claramente demonstrável que a associação de patógenos no mesmo rebanho produz perdas substanciais.

* Mortalidade, Descarte e Refugos.

GPD: Ganho de Peso Diário.

Valores em dólar americano.

Tabela 1: Produtividade e impacto econômico para Influenza, PRRS e M. hyopneumoniae

Fonte: Adaptada de (Haden C, 2012)

Manter o país livre de doenças disseminadas globalmente, como o que ocorre com a PRRS (síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos), pode significar evitar um prejuízo da ordem de 664 milhões de dólares anualmente (D Holtkamp, 2011) para a produção de suínos. Para tanto, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e as empresas de genética, ao importarem animais, seguem um rígido protocolo de quarentena e testes de diagnósticos no país de origem e ao chegarem ao Brasil. Outra medida é a certificação de granjas multiplicadores (GRSC – Granjas de Reprodutores Suídeos Certificadas), que sofrem rígido processo de controle pelo MAPA para serem autorizadas a funcionar (MAPA). Isso garante a entrega de animais de alto valor sanitário para a indústria de suínos brasileira. Quanto à biosseguridade interna, para prevenir a entrada e a disseminação de doenças no rebanho, devem ser tomadas medidas como: garantir o fluxo unidirecional de animais (todos dentro, todos fora), reduzir ao máximo possível o número de origens alojadas, possuir uma estrutura adequada de quarentenário, implantar sistema de reposição interna de marrãs, implementar boa biosseguridade no transporte de animais e ração, possuir um adequado fluxo de pessoas com clara definição de áreas suja e limpa e medidas na fábrica de ração que garantam a produção de alimentação inócua para os animais.

Já é senso comum que as doenças causam grande prejuízo econômico dentro dos sistemas de produção de suínos. Hoje, mundialmente, a implantação e a manutenção de medidas e sistemas de biosseguridade são vistas como investimentos com um excelente retorno financeiro para a indústria de suínos.

*Heloiza Nascimento é médica-veterinária e assistente técnica de suínos da Zoetis.


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