Mostra de 19 anos do Grupo XIX de Teatro segue online
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Adriana Balsanelli
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Público tem até 2 de novembro para ver ou rever espetáculos do premiado Grupo XIX de Teatro na mostra online XIX: 19 anos em 19 dias. A proposta é refletir sobre as peças que marcaram a trajetória do grupo para ressignificar seus próprios contextos originais de criação.
O premiado grupo paulistano formado pelos atores-criadores Janaina Leite, Juliana Sanches, Luiz Fernando Marques, Ronaldo Serruya, Rodolfo Amorim e Paulo Celestino, mantém residência e pesquisa contínua dentro da Vila Operária Maria Zélia, Zona Leste da capital paulista. A mostra integra uma série de atividades que estavam previstas para acontecer no ano passado para celebrar os 19 anos de trajetória da companhia. Com a pandemia, o projeto foi adiado e reformulado para o formato digital, com transmissão pelo Zoom e pelo canal do YouTube Grupo XIX de Teatro.
Os próximos espetáculos a serem exibidos são Nada Aconteceu, Tudo Acontece e Tudo Está Acontecendo, Estrada do Sul (em parceria com o Teatro Dell’Argine), Teorema 21 e o infantil Hoje O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar.
A cada dia será exibido uma peça, seguido de algum material inédito como um minidocumentário sobre o processo de criação ou uma conversa com os criadores do espetáculo. Para cada montagem haverá um convidado especial, que tenha visto o espetáculo no ano de sua estreia e o reveja agora, provocando um debate com a plateia acerca dos novos contornos que a encenação ganha no contexto atual.
A ideia de revisitar o repertório - levando-se em conta questões urgentes como a representatividade em cena, o racismo, a transfobia, o feminismo decolonial, entre outas -, é um chamado para uma inércia confortável que pautou por décadas o teatro. O diretor Luiz Fernando Marques destaca que “é uma chance única, talvez a última, de ver o que significa essa produção em perspectiva, o que dizem essas peças sobre nosso tempo, o que dizem também sobre o próprio teatro e as questões políticas que o atravessam e modificam, inclusive, em seu pensamento sobre estética. É fundamental que nos mostremos capazes de pensar criticamente a história e a nossa própria trajetória.”
Os espetáculos
Nada Aconteceu, Tudo Acontece, Tudo Está Acontecendo estreou no centenário de Nelson Rodrigues, em 2013, quando o XIX criou uma livre versão para Vestido de Noiva, em parceria com o dramaturgo Alexandre Dal Farra. Na releitura dirigida por Luiz Fernando Marques e Janaina Leite, o público acompanha a personagem Alaíde nas duas horas que precedem a sua cerimônia de casamento com Pedro. A sede do grupo, na Vila Maria Zélia, foi transformada em um salão de festas para receber o casamento.
Inseridos dramaturgicamente como convidados da cerimônia, os espectadores assistem às cenas sentados à mesa da festa, tomando vinho e petiscando salgadinhos. Num surto onde realidade e ficção se confundem, vemos emergir um universo de recalques que, aponta, na verdade, para uma rigidez e um arcaísmo que é a imagem do próprio Brasil.
Estrada do Sul, também de 2013 é uma parceria com o Teatro Dell’Argine, da Itália, a partir da obra A Autoestrada do Sul, de Julio Cortázar (1914-1984), com direção e dramaturgia de Pietro Floridia. Em uma estrada que leva a uma grande cidade, em um retorno de um domingo de férias, por circunstâncias misteriosas que ninguém nunca conseguirá esclarecer, se cria um engarrafamento.
O espetáculo acontece na rua com 23 atores ocupando 18 carros. O público assiste e participa do espetáculo dividindo os carros com os personagens presos nesse engarrafamento. A peça começa dentro dos carros, onde os atores, contam suas histórias, comentam a situação, interagem com o público-passageiro. Algumas cenas acontecem entre os carros, estabelecendo relações entre os passageiros para decidir o que fazer diante de problemas como alimentação, o sono, os atritos, as possíveis alternativas na expectativa de sair daquele engarrafamento. Cada sessão é única e incomparável para cada espectador.
Teorema 21 tem texto do dramaturgo Alexandre Dal Farra, livremente inspirado na obra Teorema, do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975). Com direção de Luiz Fernando Marques e Janaina Leite, a peça gira em torno de uma família que retorna ao seu antigo lar. Ao buscar novas possibilidades de existência nesse ambiente antigo, recriam as suas relações e experimentam novas formas de contato. Tudo parece estável. Mais do que isso, estagnado. A chegada de um estrangeiro ameaça transformar a estrutura dessa família.
A montagem é encenada ao entardecer na antiga escola de meninas, hoje desativada, localizada dentro da Vila Maria Zélia, um lugar quase sem teto, com as paredes em ruinas, em meio aos escombros. Ao entrar no espaço e ocupar as cadeiras giratórias dispostas aleatoriamente, o público é inserido na sala de estar e pode girar as cadeiras para escolher o melhor ângulo para cada cena.
Hoje O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar é o primeiro espetáculo infantil do XIX. Com dramaturgia de Ronaldo Serruya e direção de Luiz Fernando Marques e Rodolfo Amorim, o processo criativo para montagem foi inspirado pelo romance De Repente, Nas Profundezas do Bosque, do escritor israelense Amós Oz (1939-2018). A encenação apresenta ao público infantil temas delicados como os efeitos da discriminação e do tratamento indesejado, o bullying e a consciência de que o “outro” também tem medos, fragilidades e inseguranças.
O espetáculo estreou em 2018, no Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo, como uma experiência itinerante, numa relação direta com o espaço arquitetônico. A plateia era convidada para um passeio por dentro do prédio histórico, saindo da sala do teatro, passando pelo palco, pelos urdimentos, pelas coxias. Nessa experiência teatral imersiva, o cenário se transformou numa instalação inspirada no trabalho da artista mineira Lygia Clark, usando estímulos com o escuro, claro, barulhos e diferentes texturas para provocar os sentidos da plateia.
Serviço:
Grupo XIX de Teatro - 19 anos em 19 dias
Dia 25 de outubro, segunda-feira
19h - minidoc sobre a peça Nada Aconteceu, Tudo Acontece, Tudo Está Acontecendo + depoimentos sobre a criação
Dia 26 de outubro, terça-feira
19h – minidoc Estrada do Sul + conversa com cineasta Tata Amaral
Dia 27 de outubro, quarta-feira
21h – minidoc Estrada do Sul + depoimentos sobre a criação
Dia 28 de outubro, quinta-feira
16h - Hoje O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar + depoimentos sobre a criação
Dia 29 de outubro, sexta-feira
16h - Hoje O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar + minidoc sobre a peça
Dia 30 de outubro, sábado
16h - Hoje O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar + depoimentos sobre a criação
19h - Teorema 21 + conversa com público
Dia 31 de outubro, domingo
16h - Hoje O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar + conversa com Valmir Santos (Teatro Jornal)
19h - Teorema 21 + vídeo de conversa com público
Dia 1º de novembro, segunda-feira
21h - Teorema 21 + minidoc
Dia 2 de novembro, terça-feira
21h - Teorema 21 + conversa com cineasta Evaldo Mocarzel
Classificação: Livre
Ingressos gratuitos.
Transmissão pelo Zoom e YouTube.
Reservas em sympla.com.br/grupoxixdeteatro
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