A importância das cores em projetos de arquitetura residencial
Elas não apenas completam a composição dos ambientes, como também influenciam na vivência e nas sensações transmitidas aos moradores
Na execução dos projetos de arquitetura de interiores, a etapa de definição das cores agrega muito mais que a simples inserção de tons que colorem paredes, mobiliário e itens decorativos. Somada à composição, elas atuam na atmosfera do lugar, a noção de espaço, moldam sensações, o comportamento e a identidade das pessoas que o habitam.
Dentro desse leque de sentimentos o morador pode experienciar a calma, relaxamento e conforto e outras percepções mais intensas como energia e a fome. Para o arquiteto Raphael Wittmann, à frente do Rawi Arquitetura + Design, as cores não são apenas escolhas dentro de um aspecto exterior, mas um direcionamento humano sobre o que realizar ou viver dentro de cada espaço. “Sou completamente a favor de tons mais acentuados, desde que devidamente avaliados. Um projeto com cores provoca alegria, entusiasmo e uma sorte de estímulos que contribuem para as tarefas cotidianas e prazer de estar em casa”, analisa.
A liberdade de inserir cores: nesse apartamento, a base predominante clara permitiu ao arquiteto Raphael Wittmann conceder ao tapete a ‘responsabilidade’ de colorir a sala de estar | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Alexandre Dizaro
Processo de avaliação no projeto de arquitetura
De acordo com o profissional, o primeiro passo levantado é considerar a harmonia. Nesse processo, Raphael leva em consideração a luz natural existente, que pode alterar o discernimento das cores, como também a personalidade dos clientes. “A partir disso posso promover a distribuição para a aplicação da cartela de cores tanto nas paredes, no mobiliário ou nos tecidos que farão parte do ambiente”, analisa.
Na mesma residência, o perfil dos moradores permitiu com que o arquiteto Raphael Wittmann pudesse brincar com as cores: o amarelo que predomina no ladrilho hidráulico escolhido para a bancada e o piso da cozinha; a parede salmão no lavabo; o teto amarelo do banheiro e o azul royal eleito para o corredor que acompanha a escada de acesso ao piso superior da edificação | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Fotos Juliana Deeke
No projeto de interiores que o arquiteto Raphael Wittmann realizou em um chalé localizado no município de São Bento do Sapucaí, na Serra da Mantiqueira (SP), o amarelo que cobre parede e teto contribuiu para a atmosfera rústica da casa e sua vivacidade foi ‘abrandada’ pela paisagem bucólica das montanhas avistadas por meio das generosas esquadrias de vidro | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto Alberto Ricci
Junto com a concepção do moodboard que auxilia o Raphael na construção das referências de materiais a serem utilizados no projeto, entra em cena o estudo do círculo cromático, ferramenta essencial para as respostas sobre as combinações de cores. Ele explica que, assim como na moda, o entendimento das relações complementares, análogas ou análogas triádicas, que formam um triângulo nessa representação, facilitando a criação de paletas equilibradas e atraentes para ambientes diversos. “Por meio dos matizes, analisamos os tons quentes, frios e aquelas que são completamente opostas”, complementa.
Influência nos sentimentos
O círculo cromático se traduz como uma representação simplificada das cores enxergadas pelo olho humano e é composto por 12 partes que incluem os tons primários (amarelo, vermelho e azul), secundários (mistura entre as primárias) e terciários (resultante da mescla entre primárias e secundárias) | Divulgação: Freepik
Enquanto os gradientes análogos oferecem relações mais suaves, sendo uma boa opção para ambientes mais tranquilos, as complementares provocam contrastes vibrantes e são ideais para espaços mais dinâmicos.
Entretanto é preciso atenção para saber dosar essa capacidade de incitar as sensações, tanto no que diz respeito aos ambientes menos indicados, quanto ao excesso. “Na cozinha, por exemplo, as cores contrastantes despertam a fome e isso não é interessante. Ao mesmo tempo, em um dormitório, afetam a qualidade do sono”, avalia Raphael. O segredo, segundo ele, é equilibrar vibrantes e neutras para aplica-las em elementos decorativos.
Na cozinha, o azul eleito pelo arquiteto Raphael Wittmann entregou personalidade ao projeto | Projeto Rawi Arquitetura + Design Foto: Juliana Deeke
Dimensões do ambiente e as cores
Para criar ilusões de profundidade ou altura, as cores podem ser usadas estrategicamente nas paredes para ajustar proporções visuais. Pintar o teto com tons escuros pode reduzir a sensação de espaço vertical, mas também pode adicionar personalidade e formar um ambiente mais equilibrado e confortável.
Associada também à energia, na sala de almoço o arquiteto Raphael Wittmann elegeu o vermelho para as cadeiras da sala de almoço | Projeto Rawi Arquitetura + Design| Foto: Rafael Renzo
Já as cores claras são caminhos lógicos para ampliar visualmente um espaço e refletir a luz. Todavia, isso não quer dizer que um cômodo pequeno deva ser, predominantemente dessa forma, sendo visto, muitas vezes, como ‘sem expressão. “É possível sim adicionar outras tonalidades e, ainda assim, manter essa percepção de ambiente mais espaçoso e aberto”, ressalta o arquiteto.
Nesse projeto, o arquiteto Raphael Wittmann optou por incorporar a pintura do teto como parte da decoração, sendo uma maneira eficaz de criar um espaço encantador e funcional para o bebê. O resultado foi uma experiência visual rica e um ambiente convidativo | Foto: Rafael Renzo
Texturas e materiais naturais, de uma maneira geral, são outros elementos que corroboram na missão de reafirmar a individualidade de cada cor nos projetos residenciais.
Os tons vibrantes do laranja, despertam o ânimo, ao passo que também combatem o cansaço e trazem vitalidade. Essa foi a proposta do arquiteto Raphael Wittmann para esse banheiro com uma claraboia no teto | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Juliana Deeke
Sobre a Rawi Arquitetura + Design
Criado em 2013 pelo arquiteto Raphael Wittmann, formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduado em administração pela FIA-USP. Com experiências em renomados escritórios e na coordenação de monitoria de arquitetura no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, além da colaboração em projetos para um livro no Chile e da participação na curadoria da VI Bienal Ibero-americana de Arquitetura, ajudaram a compor o caldeirão de ideias que dá forma aos projetos de arquitetura, interiores, reforma e decoração cheios de bossa, estilo, originalidade e sofisticação.
Em mais de 87 trabalhos residenciais e comerciais, espalhados por São Paulo e outros estados, elementos da cultura brasileira, seja na arquitetura, no design de mobiliário, que se misturam aos materiais usados em sua naturalidade como se dessem som aos projetos, como concreto, aço, tijolo, pedra, madeira e vidro.
A máxima integração do imóvel com a cidade e o entorno é uma busca constante do escritório, que se preocupa também em adotar elementos e posturas mais sustentáveis, desde o respeito ao meio ambiente, passando pela seleção de materiais, dos cuidados com descarte, do uso de energia fotovoltaica até o aproveitamento de água de chuva, da luminosidade natural e da ventilação de forma adequada. O contato com a natureza é algo muito presente em nossos projetos.
Os projetos com a marca da RAWI ARQUITETURA + DESIGN buscam o equilíbrio de volumes, proporções, luz e sombra, não apenas a combinação de cores e texturas. A sinergia entre estética e funcionalidade também é uma preocupação constante do arquiteto Raphael Wittmann, sempre antenado com as inovações nacionais e internacionais. Essa mistura de experiências dá forma a uma arquitetura moderna, que atravessa o tempo, refletindo na concepção de ambientes contemporâneos, humanizados e dinâmicos, que convidam ao bem-estar e, principalmente, traduzem a essência de cada cliente.
RAWI ARQUITETURA + DESIGN
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