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Escassez de matérias primas ameaça competitividade industrial na pandemia

Escassez de matérias primas ameaça competitividade industrial na pandemia

A falta de insumos e matéria-prima vem sendo agravado nos últimos meses. A expectativa do levantamento realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), no primeiro trimestre de 2021, que 73% das empresas da indústria geral (extrativa e de transformação) e 72% das empresas da indústria da construção encontravam dificuldades em obter os insumos e matérias-primas produzidos no Brasil. Dessas 42% preveem melhora apenas para o segundo semestre e 14% só veem um cenário mais positivo em 2022.

O consultor e sócio fundador da Partner Consulting Rui Rocha alerta que o mercado vem entendendo uma melhoria gradual do cenário econômico, no entanto, segundo ele não é uma tarefa fácil se planejar pós-crise sanitária, exigindo algumas habilidades do empresário e das organizações, até mesmo pelo momento turbulento que vivemos. “Nesse momento é necessário entender o quanto o segmento foi afetado, o quanto foi prejudicado o seu ambiente de negócio com os efeitos da pandemia e quais foram as mudanças predominantes nesse período, possibilitando uma revisão do modelo de trabalho daqui para a frente. É um legado da pandemia, um aprendizado que vai durar gerações e vai nos ensinar a rever os modelos de negócio”, salienta.

Fato é que a crise de insumos atinge desde componentes eletrônicos, plástico e vidros. Ou seja, vários setores estão sendo afetados com a falta de matéria prima. Segundo Darci Dani, diretor executivo da AGAVI – Associação Gaúcha de Vinicultores, com sede em Flores da Cunha no Rio Grande do Sul, o setor vem sendo muito impactado. “Temos sentido bastante a falta de garrafas e de caixas de papelão, principalmente”, comenta. No início da pandemia muitas empresas do setor, com medo do cenário que se desenhava, diminuíram a compra de garrafas e, para piorar, alguns setores de vidro tiveram o aumento do consumo, dificultando a manutenção do abastecimento da matéria-prima. “As empresas estão retirando tudo o que a fábrica dispõe o que não é o suficiente, algumas empresas estão apelando para outras embalagens, como bag in box ou embalagens pet para vinhos de mesa”, explica.

A indústria eletrônica também está sendo afetada, desde grandes empresas e as startups obviamente também foram afetadas. Para o CEO da startup Energia das Coisas, Rodrigo Lagreca, a falta de componentes elétricos acaba gerando uma tensão no mercado, pois acaba-se trabalhando no limite da empresa. “Sinto como um freio involuntário, pois há receio de não poder entregar vendas de alto volume, fora o custo de alguns componentes, que chegou a triplicar nos últimos meses, inviabilizando todo e qualquer planejamento”, desabafa.

Rodrigo conta que a empresa aguarda sempre com expectativa a disponibilidade de compra de componentes. “Para agilizar o processo programamos alertas de notificação de disponibilidade de estoque nos websites dos fabricantes, quando a indústria libera os componentes para venda. A última realizada, fui notificado sobre a disponibilidade de aproximadamente 7 mil peças, no entanto estava indisponível, embarcando em um voo. Quando desembarquei, uma hora após, o estoque da loja estava com menos de 200 peças”, lamenta. Além disso, o valor inflacionou com a carência global e se torna um grande empecilho. “O componente que antes pagávamos menos de U$2, passou a ser cobrado U$7”.

“A falta de matéria prima fez com que insumos básicos aumentassem seu custo de forma desenfreada, Alguns receberam mais de 250% de aumento, além da dificuldade em encontrar, programar compras antecipada, comprar mais do que precisava, o impacto no fluxo de caixa disto tudo está sendo um dos grandes desafios”, explica Flavia Carneiro, gerente Administrativo Financeiro da Madeira Plástica Ambiental S.A. O repasse do valor no produto final é inevitável, “nossos clientes consequentemente sofreram da mesma maneira, pois foi necessário um reajuste de quase 30% em toda a nossa linha de produtos”, comenta.

Flavia explica que a empresa trabalha com plástico, um insumo que tem grandes impactos externos, e está sempre sofrendo forte oscilação. “Existe uma previsão de aumento no custo, pois com a loucura em que se encontram as exportações e importações, aliados aos valores altos dos fretes marítimos, acabamos sofrendo mesmo sem importar insumos diretamente”, explica. Segundo ela, a expectativa, a curto prazo, é ter capacidade para manter as estratégias e seguir atendendo o mercado sem precisar repassar novos aumentos, evitando ao máximo retrair um mercado que tende a crescer e se movimentar muito no final de ano.

Já no mercado de vinhos, Darci comenta que não é possível calcular os prejuízos agora, mas afirma que se existissem mais embalagens e caixas de papelão disponíveis no mercado, o segmento poderia faturar mais. “A nossa expectativa é que se mantenha até o fim do ano a comercialização parecida com a de 2020, que atingiu 31% de incremento em relação ao ano anterior”, pontua.

Já a solução Energia das Coisas vem apresentando um crescimento na procura nos últimos meses. “Decorrente da crise energética que vem se desenhando no Brasil, as empresas passaram a se antecipar, buscando não apenas reduzir o custo da conta de luz, mas também de entender o funcionamento dos equipamentos e a melhor solução energética para empresa”, explica Rodrigo. “Com a falta de insumos, nos obrigamos a vender somente aquilo que temos certeza de que daremos conta na produção. Lembrando ainda que, após a chegada do componente, ainda temos 45 dias para entrega do produto”, explica. “Estamos sempre buscando nos adaptar às realidades, administrando da melhor forma possível a escassez da matéria prima”, conclui Rodrigo.

“Precisamos entender que a retomada não será imediata, e que irá necessitar de um acompanhamento”, ressalta Rui. Segundo o consultor, a falta de matéria prima que hoje vem assombrando os empresários é decorrente do preço das commodities que subiram exageradamente. “A China sofreu um retrocesso nas expectativas de crescimento e até que normalize, viveremos num ambiente mais caro e não apenas pela escassez”, ressalta. Outro ponto que não se pode deixar de analisar é a inflação brasileira que até antes da pandemia, estava controlada.

“Planejar 2022 exigirá do empresário muita cautela, precisaremos entender toda a situação do mercado e talvez em dezembro desse ano tenhamos uma informação consolidada”, alerta Rui. Somente a partir dessa consolidação os empresários terão uma ideia melhor de como está o mercado e conseguir assim, um planejamento mais robusto para o próximo ano. “Lembrando que em 2022 ainda mostra um cenário turbulento devido às eleições. No Brasil, o processo eleitoral sempre impactou a economia. Por isso muita cautela ao pensar no próximo ano”, finaliza.


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