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Aquecimento global e desmatamento podem transformar Amazônia em Cerrado, alerta Paulo Artaxo na conferência 'Entendendo a Amazônia'

A floresta amazônica pode virar uma grande extensão do Cerrado se o país atingir 40% de desmatamento na região ou o aquecimento global chegar a 4°C. De acordo com o doutor em ciências e mestre em física nuclear Paulo Artaxo, "nós estamos a meio caminho desse cenário". O índice desmatamento de 2020, por exemplo, chegou a 19%. Em 1988, a taxa era de 5%. A evolução é ainda mais expressiva na comparação com 1975: 0,5% de desmatamento.

Paulo Artaxo fez essa declaração em sua apresentação no segundo dia da conferência "Entendendo a Amazônia", que acontece até o dia 22 de julho. Para conferir na íntegra a apresentação, acesse www.entendendoaamazonia.com.br.

"De 2029 a 2099, é esperado para o Brasil o aumento de temperatura da ordem de 4°C a 4,5°C. Essa elevação pode ter impacto muito importante para a Amazônia", afirmou Artaxo. Para ele, limitar o aumento da temperatura é essencial. "Com a elevação média de 2°C, uma importante parte da Amazônia vai se tornar mais seca do que é hoje. Com 4°C de aquecimento, a perda hídrica será ainda mais significativa."

De acordo com o professor da Universidade de São Paulo (USP), a Amazônia está em processo de transição, em razão do desmatamento, das mudanças climáticas globais e também do avanço da agricultura. E justamente a produção de alimentos deve ser impactada. Com a seca no Norte, haverá redução das chuvas no Nordeste e no Brasil Central, onde se concentra a produção de soja e de proteínas animais. No Sul, ao contrário, a precipitação tende a ficar acima do ideal.

A própria região amazônica pode ser parte da solução para o problema, já que tem alto impacto no ciclo do carbono e da água. "A Amazônia armazena 120 bilhões de toneladas de CO2. Isso é equivalente a 10 anos de toda a queima de combustíveis fósseis, globalmente falando", detalhou Artaxo. Entretanto, se não for preservada, essa "bomba de carbono" pode mobilizar o gás para a atmosfera e agravar rapidamente o efeito estufa.

"O carbono já está sendo dissipado para a atmosfera", alertou o cientista. "A quantidade de gás carbônico assimilada pela fotossíntese da floresta está diminuindo de tal forma que, hoje, o fluxo líquido de carbono é zero. Isso acontece principalmente pela mortalidade das árvores." Para ele, a humanidade tem um grande desafio para os próximos anos. Afinal, a redução de 6,7% na emissão de gases do efeito estufa registrada durante a pandemia precisa ser ainda mais ampla.

Entendendo a Amazônia

A conferência, que vai até 22 de julho, tem o objetivo de informar a sociedade em geral e buscar melhores caminhos para essa riqueza, integrando a preservação com a produção sustentável. Tudo de forma isenta, sem viés político. São 28 palestras destinadas a todos os públicos do Brasil e do exterior. O conteúdo fica gravado e disponível até 31 de julho no site www.entendendoaamazonia.com.br.

No segundo dia de evento, além de Paulo Artaxo, o coordenador do programa de pós-graduação lato sensu em finanças e economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marcio Holland refletiu sobre como e porque a economia na Amazônia deve crescer. Em seguida, Estevão Monteiro de Paula, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), falou sobre "manejo florestal: tecnologia, proteção e sustentabilidade".

A piscicultura também foi tema, em painel com Gleriane Ferreira, pesquisadora da USP e especialista em comércio exterior e logística, e Adalberto Luis Val, biólogo pós-doutorado na Universidade da Columbia Britânica (Canadá) e pesquisador do INPA. O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito, participou com a palestra "conservar a Amazônia é cultivar um futuro promissor para a economia e a sociedade".

Para encerrar a terça-feira, "os rios voadores e a sustentabilidade dos sistemas de produção agropecuários" foram temas de João Carlos Moraes Sá, presidente da comissão técnico-científica da Federação Brasileira de Plantio Direto (FEBRAPDP). O manejo sustentável foi abordado por Niro Higuchi, pesquisador do INPA, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007 com outros cientistas de estudos do clima da Organização das Nações Unidas (ONU).


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