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Dia Mundial das Zoonoses destaca importância do médico-veterinário na saúde pública

Data anual instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 6 de julho é o Dia Mundial das Zoonoses, uma oportunidade para reforçar a relevância do médico-veterinário no combate a essas doenças, naturalmente transmitidas dos animais para seres humanos. Elas são causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos ou rickéttsias e entre as mais conhecidas estão: raiva, leishmaniose, esporotricose, febre maculosa, teníase/cisticercose, hidatidose, brucelose, tuberculose e mormo.

Embora muitas vezes negligenciadas, as zoonoses geram impactos não só à saúde humana, com alto índice de mortalidade, como também à economia. Afinal, a ocorrência dessas doenças pode causar perdas no rebanho, interrupção no processo produtivo e nas importações e exportações de produtos e subprodutos de origem animal (carnes, leite, pescado, ovos, produtos de abelha e todos os derivados desses itens).

Sob a ótica da saúde pública, essas enfermidades precisam ser prontamente controladas, já que algumas são altamente letais ou incapacitantes, sendo a raiva o exemplo mais conhecido, pela alta letalidade.

Saúde única

Ao cuidar, simultaneamente, da saúde animal, humana e ambiental, o médico-veterinário aplica na prática o conceito da saúde única, agregando um conhecimento ampliado sobre doenças potencialmente pandêmicas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), 60% das doenças infecciosas humanas são zoonoses e 75% dos agentes de doenças infecciosas no homem são de origem animal. Além disso, a cada cinco doenças novas no homem que surgem por ano, três são de origem animal, bem como 80% dos agentes com potencial de uso bioterroristas são patógenos zoonóticos.

“Essas zoonoses, suas mudanças clínicas e mutações de seus patógenos apresentam, em geral, maior potencial pandêmico, pelo desconhecimento das enormes variedades advindas desses agentes, do retardo na identificação de casos e do isolamento dos próprios agentes para vigilância genômica”, alerta o médico-veterinário Nélio Batista de Morais, presidente da Comissão de Nacional de Saúde Pública Veterinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNSPV/CFMV).

Morais explica que a urbanização dos territórios rurais, o extrativismo em áreas selvagens, as constantes incursões humanas em ambiente silvestre preservado, o turismo ecológico e a domesticação de animais silvestres, entre outros fatores, podem levar agentes etiológicos – antes naturais de animais, principalmente, selvagens – a se adaptarem ao organismo humano por meio de mutações.

“A febre amarela, por exemplo, é uma doença com transmissão constantemente vigiada em área silvestre. Qualquer alteração em seu equilíbrio é monitorada, visando evitar uma possível transmissão urbana sustentada. Isso também ocorre com outras zoonoses e arboviroses, cujos vetores são os artrópodes da classe insecta. Dentre as arboviroses de maiores desafios à saúde pública, destacam-se a dengue, chikungunya e zika, além da ameaça da ocorrência sustentada de transmissão da febre do Nilo”, explica.

O médico-veterinário destaca que a promoção da saúde pública e a prevenção de novas pandemias passam pela integração do trabalho de médicos-veterinários com profissionais de diferentes áreas da saúde, como médicos, biólogos, farmacêuticos e outros.

“É fundamental ultrapassar a barreira que separa essas áreas e permitir que os conhecimentos, ferramentas e abordagens gerados em uma área acelerem o progresso de outra e resultem em respostas mais eficientes para a promoção da saúde pública”, afirma, lembrando que a ação dos médicos-veterinários e as zoonoses não podem ser negligenciadas.

Onde atua o médico-veterinário na saúde pública

O médico-veterinário é um profissional da saúde, reconhecido, desde 1998, pela Resolução nº 287, do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Na área da saúde pública, possui atribuições nas áreas de Vigilância Ambiental, como em ações de vigilância, prevenção e controle das zoonoses e doenças transmitidas por vetores, como a dengue e outras arboviroses, e também identificam condições socioambientais propícias à proliferação de animais peçonhentos, venenosos, pragas urbanas e animais sinantrópicos, realizando a vigilância das populações humanas expostas aos fatores de riscos ambientais não biológicos.

Já na Vigilância Epidemiológica, capturam dados, realizam análises de situação e ações de prevenção, a fim de promover conhecimento, recomendar e adotar medidas para o controle de doenças e agravos.

Na Vigilância Sanitária, agem para eliminar, reduzir ou prevenir riscos à saúde e para intervir em problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens. Atuam ainda nas áreas de Saúde do Trabalhador (com ações das vigilâncias epidemiológica e sanitária), na Educação em Saúde e nos laboratórios de saúde pública (identificando patógenos zoonóticos e contribuindo na pesquisa e produção de imunobiológicos, inclusive cuidando do bem-estar das cobaias).

Na Atenção Primária, estão presentes em equipes multiprofissionais, fortalecendo a promoção e prevenção nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) e coordenando atividades de controle de zoonoses nos territórios, quando descentralizadas para Unidades Básicas de Saúde. Podem atuar na gestão de estruturas organizacionais na saúde, como secretarias e na coordenação e gerências de programas.

Médico-veterinário, zoonoses e pandemias

É fato: a atuação do médico-veterinário na saúde pública muitas vezes é desconhecida do público em geral. “A imagem do profissional é comumente associada à clínica e cirurgia de pequenos e grandes animais. No entanto, há atribuições na área de saúde pública que são exclusivas dos médicos-veterinários, a exemplo da inspeção de produtos de origem animal, como carnes, leite e ovos”, assinala Morais.

O presidente da CNSPV destaca que, enquanto o homem não começar a se ver parte de um todo, de um equilíbrio ambiental e começar a trabalhar para incorporar essa intersetorialidade na saúde pública, “continuaremos nessa visão ‘hospitalocêntrica’, buscando a cura das doenças e recuperação das pessoas, no lugar de preveni-las”. Para que isso ocorra, é preciso investir em diversas áreas, dentre elas, a vigilância em saúde.

Morais destaca que a educação sobre as zoonoses, por si só, não é suficiente para evitar novas pandemias, já que há fatores ambientais sobre os quais não se tem controle. “Porém, com o conhecimento da população sobre os riscos, principalmente, no contato com o ambiente silvestre e a adoção dos cuidados necessários, é possível evitar a disseminação de patógenos. A busca correta do serviço público e sua resposta imediata agilizam a implementação das medidas de controle. A detecção no início da propagação e uma vigilância precoce podem permitir intervenções para se obter o controle da doença antes que ela esteja globalizada”, conclui.


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