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A importância dos investimentos em biotecnologia para o combate a pandemias é destaque no VI Summit Brasil

Evento que antecede a BIO Digital, que começa amanhã (10), reuniu especialistas para debater os rumos da biotecnologia no país

Evento que antecede a BIO Digital, que começa amanhã (10), reuniu ontem pesquisadores, representantes de indústrias, órgãos governamentais e associações, para debater os rumos da biotecnologia no país e a utilização de biomedicamentos e IFAs no enfrentamento às doenças

Estimular cada vez mais o investimento público e privado em ciência, tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, e em vigilância sanitária no pós-pandemia, além de manter a celeridade nas respostas dos agentes regulatórios: estas são as principais recomendações dos painelistas do VI Summit Brasil para que o país responda com mais agilidade e maior eficácia a futuras situações pandêmicas.

O VI Summit Brasil, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), é um fórum de debate sobre os rumos da biotecnologia no Brasil que antecede a participação brasileira na BIO Digital, maior evento mundial do setor, que começa amanhã (10) e vai até o dia 18 de junho. Assim como no ano passado, os avanços no combate à pandemia do coronavírus e da COVID-19 são os principais focos dos eventos.

Norberto Prestes, Presidente Executivo da ABIQUIFI, abriu ontem o Summit reforçando a importância das empresas de biotecnologia não apenas na resposta à pandemia, mas na saúde humana em geral: “Mais de 40% dos medicamentos em desenvolvimento no mundo podem ser classificados como biofármacos. São eles que estão impulsionando a indústria farmacêutica paulatinamente há alguns anos, tanto que já respondem por mais de 20% das vendas do setor”.

A biotecnologia está sendo a principal ferramenta para combater o vírus e a COVID-19, observa Prestes. O sequenciamento genético do vírus Sars-COV-2 e suas variantes, como a do Amazonas e a indiana, entre outras; testes para detecção do coronavírus; terapias; e, principalmente, vacinas são alguns dos exemplos da contribuição da biotecnologia para o enfrentamento da pandemia.

De 15 vacinas aprovadas, 8 são biotecnológicas

Hoje, 1.080 produtos estão em estudos no mundo para a COVID-19, diz Cristian Madoery, Diretor LATAM de Life Sciences da Clarivate e mediador de um dos painéis do Summit. Destes, 30 estão aprovados por agências regulatórias de algum país, sendo 15 vacinas e, destas, oito são oriundas da biotecnologia. Ou seja, mais de 50% das vacinas contra a COVID-19 aplicadas no mundo são biotecnológicas.

Países que não frearam seus investimentos em pesquisas e desenvolvimento de produtos biotecnológicos conseguiram dar respostas mais rápidas à pandemia, ressalta Marco Krieger, Vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz. “Desde os mais recentes surtos muitos atores internacionais continuaram a financiar seus estudos e melhores resultados foram obtidos agora exatamente por aqueles que não pararam esses investimentos em pesquisas.”

Dependência externa de insumos

Para Cristiano Gonçalves Pereira, Gerente de Inovação do Instituto Butantan, a pandemia escancarou a dependência brasileira de insumos farmacêuticos ativos (IFAs), essenciais para a produção de vacinas e medicamentos. “Hoje, todo mundo sabe o que é IFA, porque não temos o insumo básico para suprir as necessidades na produção de vacinas nessa pandemia. E todo mundo sabe que é preciso investir em ciência, que o país importa 95% dos insumos que precisa. Temos que consolidar e fortalecer um complexo industrial nosso, com indústrias nacionais”, afirma Pereira.

Gustavo Mendes, Gerente-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da ANVISA, lembra que o País já iniciou movimento no sentido de consolidar a indústria nacional de biotecnologia com a regulamentação dos biossimilares, em 2010, e as políticas de investimento no setor, com o desenvolvimento das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) para atender as necessidades de soros, vacinas e medicamentos da rede pública. “Mas é um processo muito mais desafiador, custoso, que exige maior capacidade de investimento.”

Investimento público em vacinas

O Secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales, concorda que o Brasil tem sido muito eficaz apenas no envasamento de produtos farmacêuticos, a partir de insumos importados, porque investiu pouco em inovação, apesar da capacidade técnica e científica do país. Com a pandemia, entretanto, esse cenário mudou, garante Morales.

Segundo o Secretário, desde fevereiro de 2020, início da pandemia no Brasil, o MCTI já investiu mais de R$ 1 bilhão para desenvolver soluções nacionais contra a pandemia. “Foram mais de R$ 468 milhões aplicados em pesquisas para desenvolvermos competências nessas áreas. Hoje, 15 vacinas nacionais estão sendo desenvolvidas, três delas em estágios avançados”, ressalta.

Entre as mais avançadas está a Versamune MCTI, produzida pela Farmacore Biotecnologia, startup de Ribeirão Preto (SP), em parceria com a PDS Biotech, empresa americana de biotecnologia. Durante o Summit, Helena Faccioli, CEO da Farmacore, ressaltou a importância do investimento governamental e da integração entre universidades e empresas para a geração de novos produtos. “Sem investimento em pesquisa básica nada acontece. Por isso, ele não pode parar.”

Thiago de Mello Moraes, Coordenador-Geral de Ciências da Saúde, Biotecnológicas e Agrárias do MCTI, concorda que é preciso manter os níveis de investimento. “O desenvolvimento tecnológico é um processo contínuo, não pode ser interrompido. Só vamos conseguir reduzir a dependência brasileira de IFA com desenvolvimento próprio. A política das PDPs foi essencial, mas não pode ser a única. O país precisa investir em inovação, em vacinas nacionais.”

Política regulatória e de preços

Marcelo Hahn, CEO da Blau Farmacêutica, uma das poucas indústrias nacionais fabricantes de IFAs, diz que, antes mesmo de investimentos, o Brasil precisa montar uma agenda para o desenvolvimento do setor, que não seja tão restritiva em termos regulatórios e de controle de preços.

“Hoje, a política regulatória e de preços é muito exigente, inibe investimentos da iniciativa privada no setor. Nos países desenvolvidos, os governantes investem na indústria privada para ter vacina no mercado. Aqui, acontece o contrário. É preciso mudar essa mentalidade, pensar que saúde humana é importante para o desenvolvimento da nação”, diz Hahn, observando também que atualmente o custo dos recursos obtidos via iniciativas de fomento ainda é mais caro que os obtidos no mercado.

Poder de compra do Estado

Ogari Pacheco, Cofundador do Laboratório Cristália, indústria nacional que produz mais de 50% de suas necessidades de insumos para a fabricação de produtos farmacêuticos, afirma que o poder de compra do Estado brasileiro pode ser o indutor do desenvolvimento local de IFAs, tanto de insumos inovadores como os que já estão disponíveis no mercado.

“Existe um ‘caminhão’ de moléculas livres de patentes que o país importa hoje, mas que poderiam ser produzidas aqui, se o Estado se comprometesse a comprá-las. O poder de compra do Estado é fantástico para impulsionar essa indústria e só inova quem sabe fazer alguma coisa, pois isso é um processo, ninguém evolui sem antes ter a base.”

O Summit Brasil é organizado pela ABIQUIFI em parceria com a Apex-Brasil e faz parte do projeto BP&H (Brazilian Pharma & Health), de estimulo à internacionalização, atração de investimento e aumento das exportações das empresas do setor.


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