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Redes sociais: espaço fértil para a indignação e a esperança

Diana Karam Geara e Francis Ricken

Há um inconformismo geral com o nosso cenário político atual, a indignação é generalizada e evidente em parcela significativa da população. Vivemos uma crise sanitária que, diante da má gestão do governo federal, potencializa todos os problemas sociais, que já eram graves. A mídia internacional, incluindo diversos meios de comunicação considerados conservadores, tem apontado o Presidente da República do Brasil como um dos piores gestores do mundo. Sim, já tivemos outras gestões questionáveis, mas nunca tão letais na história da democracia nacional.

O momento é de reflexão e é perfeitamente natural o comparativo com governos e representantes políticos que tiveram saídas mais audaciosas e concretas para a pandemia. E juntamente com a reflexão surgem as críticas, afinal, não temos saídas concretas do ponto de vista sanitário, de proteção à população e tão pouco da retomada do crescimento econômico pós pandemia. É absolutamente normal, dentro de modelos democráticos, que as pessoas exerçam sua liberdade e expressem seus posicionamentos, que nem sempre agradam aqueles que se encontram no poder.

Talvez o vetor mais utilizado para a propagação, divulgação e debate das questões que norteiam nossos espaços durante a pandemia seja a internet, em especial as redes sociais, que deixaram de ser meras ferramentas do cotidiano e passaram a ser nosso novo ambiente de sobrevivência e convivência. Vivemos uma era de grandes e rápidas mudanças, e isso não poderia ser diferente na política. A mesma rede social que elege e promove é capaz de rejeitar e criticar - ou seja, aquela classe política que aprendeu a usar as redes sociais em seu benefício, não consegue controlar o espaço virtual, e sofre as consequências de estar à frente do poder e ser incapaz de responder no espaço político com a mesma velocidade que responde um comentário em uma rede social. A política foi e é influenciada pelas redes sociais, mas a vida pública e a tomada de decisão não cabem em um “tweet” ou numa postagem.

Seguindo a ideia de que em solo fértil tudo cresce, desde erva daninha até árvore frondosa, observou-se nos últimos meses um movimento surpreendente de injeção de conteúdo intelectual, cultural e político fora dos tradicionais canais de comunicação. Este movimento, liderado por inúmeras pessoas comuns e influenciadores, são válvulas propulsoras para o surgimento de novas lideranças, de novas formas de participação na vida política, de novos formatos para debate. Em meio à nossa aflição política e da crise sanitária, vemos então esperança no protagonismo dos jovens influenciadores digitais que, em meio à pandemia, definiram por difundir, de forma criativa, conhecimento e debater política.

Além do aperfeiçoamento do uso das redes sociais, a autorreflexão, a organização, a conscientização, o amadurecido dos debates políticos, o empoderamento propiciado pela autonomia comunicativa das redes sociais gerou a ocupação dos espaços virtuais de forma livre e democrática. Pode ser apenas o início de uma nova onda de contestações, cooperação, articulações, empoderamento de minorias e despontar de novas lideranças, mas, é um bom início e um antídoto não só contra os valores e políticos que desejamos combater, mas também às decisões equivocadas que tanto nos afetaram.

*Texto inspirado pela obra do sociólogo espanhol Manuel Castells, Redes de Indignação e Esperança: movimentos sociais na era da internet.

Diana Karam Geara, mestre em Direitos Fundamentais e Democracia, é advogada sócia do Núcleo de Direito de Família e Sucessões do Escritório Prof. René Dotti.

Francis Ricken, mestre em Ciência Política e professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo (UP).


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