73% das ONGs no país preveem diminuição de recursos este ano
Estudo inédito que avalia impacto da Covid-19 nas OSCs brasileiras revela que, apesar das restrições, 87% estão oferecendo atendimento às populações afetadas pela pandemia
As organizações da sociedade civil (ONGs, institutos, fundações, coletivos etc.) têm ocupado um espaço importante no combate à covid-19 no Brasil. Mas com a pandemia grande parte sofre com a diminuição de recursos para se manter: uma em cada cinco declara estar sem fundos para continuar suas atividades. Essa é uma das constatações do estudo inédito coordenado pelas consultorias Mobiliza e Reos Partners e cofinanciado pela Fundação Tide Setúbal, Fundação Laudes, Instituto ACP, Instituto Humanize, Instituto Ibirapitanga, Instituto Sabin e Ambev.
O estudo Impacto covid-19 nas OSCs brasileiras contou com 1.760 representantes de organizações em todas as regiões do país, que responderam a um formulário no período entre 18 de 31 maio de 2020. O trabalho combinou metodologia quantitativa - questionário online enviado por e-mail e divulgado nas redes sociais - com 15 entrevistas qualitativas para aprofundar a compreensão dos dados.
Dos respondentes, 87% relataram ter todas ou parte de suas atividades principais interrompidas ou suspensas por conta da crise; 73% das OSCs relatam que a crise as enfraqueceu (36% muito e 37% parcialmente). Mesmo com as restrições financeiras, a grande maioria das organizações respondentes (87%) prevê continuar as atividades, com grandes (58%), pequenas (24%) ou sem significativa (5%) mudança. Este dado é um alento, considerando que 87% das OSCs está atualmente oferecendo algum tipo de atendimento às populações afetadas pela pandemia – sendo 58% dessas ações relacionadas à distribuição de alimentos e produtos de higiene para públicos que já eram atendidos.
“As OSCs passaram a ser ainda mais relevantes para atenuar os efeitos da covid-19 nas populações mais afetadas, mas identificamos que sua sustentabilidade, já frágil em momentos normais, vai piorar com os efeitos da pandemia, justamente quando mais precisaremos delas.” aponta Rodrigo Alvarez, diretor da Mobiliza e um dos idealizadores e coordenadores do estudo.
Para Fernando Rossetti, responsável pela pesquisa na Reos Partners, “se nada mudar, o cenário para os próximos dois, três anos para as OSCs será muito difícil, pois elas estarão lidando com demanda aumentada e diminuição de recursos”.
Impactos positivos
A pesquisa também constatou impactos positivos da crise: 53% tiveram aceleração do uso de ferramentas digitais para o trabalho e 40% indicaram mais engajamento e envolvimento da equipe. Apesar do cenário complexo, 42% dos respondentes esperam que a cultura de doação deva crescer no país, mas com foco em assistência social e saúde e apenas 6% dos respondentes indica uma tendência de encerrar as atividades até o final do ano.
Mais informações, baixe o sumário executivo do estudo em https://mailchi.mp/mobilizaconsultoria/covid19
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>