Duratex registra EBITDA de R$200 milhões no 1º tri e garante liquidez em meio à crise

A Duratex anuncia os resultados financeiros do primeiro trimestre (1T20) do ano. A companhia registrou EBITDA ajustado e recorrente de R$ 200,0 milhões, que representa aumento de 12,3% em relação ao mesmo período de 2019. Todavia, se desconsiderado o impacto negativo da consolidação do projeto de construção da nova unidade de celulose solúvel, LD celulose, o EBITDA Ajustado e Recorrente foi de R$ 219,3 milhões no 1T20, alta de 22,3% sob o 1T20. O avanço da pandemia da COVID-19, contudo, impactou todas as suas unidades de negócios, levando a Duratex a focar em estratégias para garantir a liquidez financeira, fundamental para suportar os efeitos negativos.

Desde o início da pandemia COVID-19, a companhia tem tomado medidas que priorizam a segurança e saúde de seus colaboradores e sua liquidez financeira. Para tanto, foi instituído um Comitê de Crise, formado por executivos de diversas áreas, cujo objetivo é servir de centro de informações, gerenciamento de riscos e tomada de decisões. Neste Comitê foram definidas 5 frentes de atuação: Gente e Comunicação; Industrial/Suprimentos; Comercial; TI e Finanças.

Para garantir ações efetivas e assertivas na frente Gente & Comunicação, a Duratex acompanha de perto o cenário, avalia e implementa protocolos em linha com as medidas da Organização Mundial da Saúde - OMS e autoridades governamentais. Como parte desta estratégia, destacam-se a proteção da força de trabalho, adequando os protocolos internos da companhia, o compromisso com a comunicação transparente e ações para a sociedade, contribuindo, especialmente, com as comunidades onde estamos inseridos. Foi criada também uma página no site institucional da companhia (http://www.duratex.com.br/pt/covid-19), que apresenta as principais iniciativas no combate à COVID-19, incluindo as doações feitas pela Duratex para hospitais da rede pública e órgãos ligados à saúde.

Na frente de Finanças, diante da dificuldade de mensuração dos impactos que esta pandemia terá na economia do país, a Duratex está focada em garantir a sua liquidez financeira. Mantendo a linha de trabalho de gestão de dívida que vem sendo executada, a companhia captou R$ 635,0 milhões no primeiro trimestre e já no mês de abril antecipou captações de R$ 760 milhões com o objetivo de endereçar vencimentos de empréstimos do ano, bem como reforçar o caixa em função das incertezas da crise. "Os vencimentos programados para 2020 já estão endereçados em sua totalidade e a Duratex está focada em reduzir seus custos e despesas, otimizar a manutenção de seus ativos e manter projetos essenciais para suas atividades", relata Henrique Haddad, diretor de Finanças, Administração e RI da Duratex.

As ações da companhia na mitigação dos efeitos da crise decorrente do COVID-19 em seus resultados já estão parcialmente refletidas em sua gestão de capital de giro do trimestre. Mesmo com o resultado positivo da revisão estrutural do prazo de fornecedores, o aumento do nível de estoques em função da queda de vendas no final do trimestre, bem como prorrogações de clientes acabou impactando o seu capital de giro. Esta piora associada ao maior pagamento de impostos, decorrentes da venda de terras e florestas ocorrida no 3T19, levaram a companhia a consumir R$ 69,4 milhões de seu caixa.

No primeiro trimestre de 2020, a Receita Líquida da companhia totalizou R$ 1.161,6 milhões, crescimento de 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, devido principalmente à consolidação dos resultados da aquisição da Cecrisa Revestimentos Cerâmicos.

Os investimentos consolidados somaram R$ 96,1 milhões no trimestre, dos quais R$ 66,3 milhões foram destinados à ativos imobilizados e intangíveis e R$ 29,8 milhões para formação de ativo biológico. A companhia está revisando todos os seus investimentos e custos previstos para o ano de 2020, a fim de reduzir ao máximo seus dispêndios. O objetivo é não prejudicar suas operações e garantir o menor consumo de caixa durante a pandemia.

As despesas gerais e administrativas da companhia encerraram o primeiro trimestre do ano em R$ 53,2 milhões, alta de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entretanto, no 1T19, a companhia ainda não havia consolidado a Cecrisa em seus resultados. Desconsiderado esse efeito, o crescimento das despesas gerais e administrativas foi de 2,7%.

Resultados por divisões

A Divisão Madeira registrou queda no volume vendido em linha com o mercado brasileiro de painéis de madeira, que apresentou retração de 1,2% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, conforme dados da IBA. Porém, com a redução de custos otimizada no período, advinda do Sistema de Gestão Duratex (SGD), o EBITDA Ajustado e Recorrente da Divisão apresentou alta de 15,9% em relação ao 1T19 enquanto sua margem EBITDA chegou a 22,9% ante os 18,7% apresentados no 1T19.

A Divisão de Revestimentos Cerâmicos manteve a sua receita líquida unitária estável, frente ao primeiro trimestre de 2019. Este resultado é decorrente do sucesso nas vendas das novas linhas de grandes formatos lançadas na Feira Expo Revestir 2020. Entretanto, a pandemia da COVID-19 se tornou uma realidade no país nos meados de março, e reduziu a demanda do segmento. No trimestre, a ANFACER (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica) indicou uma retração de 3,7% do setor em relação ao mesmo período em 2019. Operando com as marcas Ceusa e Portinari, a Duratex teve seus volumes afetados no final de março, assim como todo o mercado, e encerrou o trimestre abaixo das expectativas iniciais. Contudo, o bem-sucedido processo de captura de sinergia entre a Ceusa e Portinari, levou a Divisão a apresentar margem EBITDA de 19,5%.

Na Divisão Deca a demanda vem evoluindo lentamente no início do ano. No consolidado do trimestre, a Deca apresentou aumento de 5,0% em sua receita unitária em relação 1T19, compensando parcialmente a queda de 8,8% dos volumes ocorrida em relação ao mesmo período do ano anterior, em grande parte, função da queda expressiva de vendas no mês de março em decorrência do fechamento do varejo e ambiente de incertezas no contexto da crise COVID19. A melhora na receita unitária é reflexo do foco da divisão em garantir o melhor posicionamento de seus produtos e fortalecer a posição premium da marca.

O projeto de construção da nova fábrica de celulose solúvel - LD Celulose -, mesmo com a pandemia, não teve seu cronograma de obras alterado. No 1º trimestre, a Duratex efetuou o aporte das florestas que irão abastecer a nova unidade. A LD Celulose apresentou resultado negativo de R﹩ 19,2 milhões, dado os gastos com consultorias e estrutura da nova empresa, que já está consolidado no EBITDA da companhia. O projeto, envolvendo a criação da joint venture é uma parceria da Duratex com a Lenzing, empresa austríaca líder na produção de fibras especiais de celulose.

Sobre a Duratex

A Duratex S.A. é uma empresa brasileira, privada e de capital aberto, controlada pela Itaúsa - Investimentos Itaú S.A - e pela Companhia Ligna de Investimentos. Com as marcas Deca, Hydra, Duratex, Durafloor, Ceusa e Portinari, é considerada uma das 10 maiores empresas do mundo nos setores nos quais atua e a maior produtora de painéis de madeira industrializada e pisos, louças e metais sanitários do Hemisfério Sul, além de ser uma das maiores produtoras de revestimentos cerâmicos do Brasil.

Com sede administrativa em São Paulo, possui 21 unidades industriais e florestais estrategicamente localizadas (Estados de Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo), além de três fábricas de painéis na Colômbia - Duratex Colômbia. A Duratex também é proprietária da LD Celulose, por meio de joint venture com o Grupo Lenzing e da Caetex, joint venture criada para o plantio de florestas de eucalipto em Alagoas. Suas ações estão listadas no Novo Mercado (o mais elevado padrão de Governança Corporativa) e na versão 2019/2020 da B3 - ISE.