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Decreto sobre descarte de lixo eletrônico pode resgatar R$ 4 bi esquecidos em estoques e gavetas

• Por Ricilla Banin Arrais de Oliveira

O ano de 2020 tem tudo para representar o início da mudança de comportamento do brasileiro no que se refere ao descarte de lixo eletroeletrônico. Primeiramente porque foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro o decreto que implementa uma política de logística reversa deste material. Além disso, as Olimpíadas de Tóquio darão um exemplo capaz de despertar o país para a importância do assunto em termos econômicos, além de ambiental.

Antes de mais nada, a norma que entrou em vigor em fevereiro obriga fabricantes destes aparelhos a implantarem sistemas de coleta e dar destinação correta aos mesmos. Para que isso aconteça, a principal estratégia é o aumento do número de pontos de coleta.

Em resumo, atualmente existem 173 pontos de coleta de eletroeletrônicos no Brasil. No entanto, o decreto estabelece que esse número aumente para 5 mil pontos até 2025. Assim sendo, esse volume deve abranger os 400 maiores municípios do país, que representam, no total, 60% da população brasileira.

Certamente, a aposta é que a maior facilidade para o descarte de lixo eletrônico correto leve as pessoas a fazerem isso com maior frequência. Ainda que a maior conscientização venha pela contribuição ao meio ambiente, esse argumento começa a ganhar o reforço do benefício econômico.

Por analogia, vale a pena observar o que acontecerá neste ano nas Olímpiadas de Tóquio. Só para ilustrar, as medalhas de ouro, prata e bronze entregues aos atletas nos Jogos Olímpicos foram feitas a partir do descarte de lixo eletrônico.

Com toda a certeza, este resultado foi conseguido à base de organização, conscientização e mobilização. Dessa forma, entre abril de 2017 e março de 2019, o Japão recolheu 79 mil toneladas de aparelhos usados. Só para exemplificar, estamos falando de notebooks, câmeras digitais e videogames além de 6,21 milhões de telefones celulares. A fim de facilitar as doações, o comitê olímpico instalou caixas de coleta nas ruas de 1621 cidades, o que corresponde a 93% do país.

Embora diretamente não tenham valor financeiro, o brilho das medalhas japonesas pode mostrar a sociedade o tamanho do tesouro desperdiçado em suas gavetas e depósitos. Não só as pessoas, mas principalmente as empresas podem contribuir muito com a economia do país se derem mais atenção ao descarte de lixo eletrônico.

Surpreendentemente, a Universidade das Nações Unidas calculou que recuperar o ouro dos equipamentos descartados, em 2016, levaria a Europa a economizar 18,8 bilhões de euros. De maneira similar, no Brasil, a projeção desse mesmo estudo aponta que seria possível recuperar cerca de R$ 4 bilhões. Neste sentido, o cálculo foi feito levando em consideração cobre, alumínio, ouro e prata, presentes nos resíduos eletroeletrônicos gerados em 2016.

No momento em que o país busca meios de aquecer a economia, não parece razoável desperdiçar este volume de recursos. Em virtude de o estudo ter sido feito com dados de 2016, o potencial de gerar riquezas no descarte de lixo eletrônico hoje é maior.

De fato, o decreto assinado pelo governo tem o mérito de colocar o assunto em evidência. No entanto, é verdade também que o país já dispõe hoje de uma estrutura que permitiria recuperar pelo menos uma parte destes recursos. Em síntese, existe empresas especializadas neste tipo de descarte que se propõe a buscar os aparelhos nas casas e nas empresas de forma completamente gratuita. Apesar disso, a esmagadora maioria da sociedade ainda não aproveita esta oportunidade e mantém abandonado um verdadeiro tesouro como se fosse lixo. Enfim, que o decreto e as medalhas possam nos inspirar a ter novas atitudes e aproveitar melhor os recursos disponíveis.

• Ricilla Banin Arrais de Oliveira é diretora da JC Logística Reversa


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