Aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos é viável, diz presidente da Abren
Yuri Schmitke A. Belchior Tisi debaterá o tema durante o Congresso Biomass Day, que ocorrerá junto com a Ecoenergy, entre 14 e 16 de abril, no São Paulo Expo
Se 100% dos resíduos urbanos orgânicos (biodegradáveis) fossem reciclados e passassem por um processo de biodigestão anaeróbica, com a produção de biometano, seria possível abastecer 90% da frota de ônibus urbano e 100% dos caminhões de coleta de lixo. Os dados são do presidente executivo da Abren -- Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, Yuri Schmitke A. Belchior Tisi.
Yuri, que falará durante o Biomass Day -- Congresso Internacional de Biomassa, evento que acontecerá juntamente à Ecoenergy 2020 - Feira e Congresso Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para Geração de Energia, em São Paulo, afirma que o setor tem um potencial de investimentos de até R$ 145 bilhões nos próximos 12 anos. “As experiências existentes mostram que é plenamente viável a geração de energia a partir dos resíduos sólidos urbanos”. Estima-se, também, que se o Brasil destinasse 35% dos rejeitos para usinas de incineração mass burning, que de outra forma iriam para os aterros, seria possível gerar aproximadamente 1.300 GWh/mês, montante suficiente para o consumo de 3,29% da demanda nacional de energia elétrica”, analisa.
O executivo lembra que o Brasil já tem as condições jurídicas, regulatórias e institucionais para seguir por esse caminho. “Entretanto, é necessário, em primeiro lugar, orientar melhor os municípios para que eles façam uma gestão ambientalmente adequada dos resíduos, adotem uma gestão integrada e sustentável. Se isso ocorrer, o caminho inevitável será aproveitar o grande potencial energético dos resíduos sólidos urbanos, domésticos, hospitalares ou industriais, como provam as melhores práticas internacionais na Europa, Estados Unidos, Japão, China, Índia e Coreia do Sul”.
Apesar disso, o País ainda precisa promover mudanças na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), lei 12.305/2010. “A legislação tem artigos que não apontam com clareza a adoção das tecnologias de recuperação energética e que colocam, por outro lado, os aterros como solução ambientalmente correta”, contesta Yuri. “No mundo todo, e também para a ciência ambiental, o aterro é considerado a última e evitável opção, já que traz risco de contaminação do solo e dos corpos d´água e é um dos grandes emissores de metano na atmosfera, gás de efeito estufa considerado 25 vezes mais poluente que o CO2 e que representa 11% das emissões mundiais se considerado os resíduos orgânicos urbanos e animais (esterco de aves, suínos e gados)”.
Por esse motivo, a Abren, de acordo com Yuri, apresentou ao Congresso Nacional proposta de mudança à lei para “incluir as tecnologias de recuperação energética na ordem de prioridades do gerenciamento, antes da última opção, o aterro, conforme as diretivas da União Europeia e do 5º Relatório do IPCC (2011), o Painel Climático das Nações Unidas”. “Também pedimos a inclusão de dispositivo que determina que os resíduos sólidos urbanos que não forem reciclados ou processados por meio da compostagem sejam prioritariamente destinados ao tratamento térmico em substituição aos aterros”.
Serviço:
Ecoenergy 2020
Data: de 14 a 16 de abril
Horários: Congressos - 9h às 18h | Feira - 13h às 20h
Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center
Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 -- São Paulo/SP
http://feiraecoenergy.com.br/16/
Sobre a Cipa Fiera Milano
A Cipa Fiera Milano, filial brasileira da Fiera Milano, um dos maiores players de feiras e congressos do mundo que a cada ano atraem aproximadamente 30 mil expositores e mais de cinco milhões de visitantes, tornou-se sócio majoritário da Cipa do Brasil em 2011, dando origem à Cipa Fiera Milano. No Brasil, são realizadas nove feiras que representam os mais diversos segmentos da economia, como segurança, energias limpas e sustentáveis, tubos e conexões, cabos e fios, saúde no trabalho, tratamento de superfícies, esquadrias, tecnologias em reabilitação, inclusão e acessibilidade, entre outras. Entre as principais marcas do portfólio estão Exposec, Fisp, Fesqua, Ebrats, Ecoenergy e Reatech.
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