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Monitoramento de resultados é o caminho para a remuneração baseada em valor

A integração de dados e desenvolvimento de modelos sofisticados de cuidados e compensação baseados em resultados foi um assuntos discutidos durante o IV Congresso Internacional CBA 2017. A ‘Análise de dados e modelagem preditiva na estratificação de risco’ foi tema de uma mesa apresentada por John Li, diretor de Pesquisa e Análise da Optum – empresa de serviços de saúde e inovação. Ele falou sobre como a Optum utiliza inteligência artificial para melhorar o diagnóstico e tratar doenças. Ele deu como exemplo a fibrilação atrial. “Muitas vezes, o problema não é diagnosticado porque muitos médicos não têm o conhecimento necessário”, diz ele.

A moderação da mesa ficou a cargo do diretor de Desenvolvimento de Negócios e Inovação da Epimed Solutions, Jorge Salluh. Ele convidou o vice-presidente médico e de serviços externos da Rede D’Or São Luiz, Leandro Reis Tavares, o coordenador médico da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Samaritano, Bruno Mazza, e a superintendente médica ajunta do Hospital Moinhos de Vento, Carisi Anne Polanczyk, para participarem como debatedores.

Tavares destacou que o governo dos Estados Unidos investiu pesadamente na digitalização das informações em saúde. Ele reforçou que o Brasil precisa encontrar caminhos para criar redes sólidas, para democratizar esse mundo digital da saúde para as redes prestadoras e até de operadoras de plano de saúde que ainda é pequena e pulverizada. Mazza falou sobre a experiência do uso de dados no Samaritano: “A gente faz a análise preditiva de internação dos pacientes, dos riscos de complicação, do tempo de internação e quando a gente conseguiu ter uma análise melhor desses dados, a nossa performance, ficou muito melhor. Agora, a gente consegue ter uma previsão da disponibilidade de leitos e consegue um melhor ajuste sobre realização de cirurgias, por exemplo”, explicou.

Médica líder da Optum International, Aline Medeiros colocou em discussão os ‘Caminhos para a remuneração baseada em valor’, apresentando a metodologia Inpatient Grouper (IPG) como uma alterativa positiva frente a outros modelos de remuneração, como o Fee for Services (FFS), Diagnosis Related Groups (DRG) e o Pay for Performance (P4P). Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, o IPG vem se colocar como uma solução para a sustentabilidade das fontes pegadoras, segundo ela. De acordo com Aline, o sistema brasileiro precisa de uma ferramenta simples e de rápida implementação que seja capaz de equilibrar a qualidade do serviço prestado e o custo desse serviço. “É necessário ofertar a melhor prática para o paciente, mas manter a sustentabilidade da fonte pagamento”, defende, garantido que para a sobrevivência do setor é importante mudar a cultura de remuneração: “Ao invés de pagar por item consumido, paga-se por valor entregue. Isso está intrinsicamente relacionado ao melhor desfecho do paciente. Com isso, ganha o paciente por ter o cuidado apropriado, ganha a fonte pagadora, pois consegue enxugar o desperdício, e ganha o hospital, que é impelido a praticar o seu melhor cuidado médico”. A representante da Optum diz que o IPG acaba com o recebimento por item consumido, a remuneração é dada para manter o paciente saudável. “Acaba a negociação por tabela de material e medicamento”, observando que o foco passa a ser a qualidade em saúde.

Ela apresentou resultados dos prestadores. Os pilotos mostram que, com o IPG, 55% das contas de internação resultaram em um pagamento maior pela operadora aos prestadores do serviço, em comparação ao FFS. “Com o IPG o fluxo de pagamentos é mais consistente e previsível”, afirma Aline Medeiros. No entanto, para que haja uma mudança na cultura da remuneração é preciso ter consciência que a forma de pagamento precisa mudar em fase a uma crise de mercado que se anuncia. É fundamental ainda identificar métricas de valor da qualidade do serviço e comparar o desempenho entre fontes pagadoras.

No entanto, o tema foi objeto de ampla discussão entre os presentes. O superintendente de Novos Negócios e de Projetos de Saúde do Hospital Sírio-Libanês, André Alexandre Osmo, destacou que o maior problema na cadeia de valor da saúde é a falta de confiança entre os vários elos. “É preciso superar essa questão e isso só será possível com transparência. Também temos que melhorar a qualificação, mas não podemos esmorecer de trabalhar melhorias no sistema de informação”, disse ele. A busca por uma reestruturação dos modelos atuais também é uma preocupação do diretor técnico operacional da Bradesco Saúde e Vice-presidente da Fenasaúde, Flávio Bitter: “Temos que pensar nos modelos de remuneração e também numa reorganização do sistema, para que, de fato, haja maior especialização dos serviços disponíveis e dos prestadores”, afirmou. Ele acrescentou que hoje há avanços neste sentido. “Existe disponibilidade e vontade das partes envolvidas para sentarem e conversarem sobre modelos que beneficiam a busca pela eficiência”, completou.

O diretor regional ABC do Grupo NotreDame Intermédica, Ronaldo Kalaf, também reconhece os sinais dos novos tempos que se aproximam. “Começamos a ter, dentro dos parâmetros, algumas métricas, baseadas em três grandes pontos: a qualidade assistencial, os processos e a satisfação do cliente. O que muda com isso? Uma Medicina em que dados e governança clínica passaram a ser necessárias para os prestadores e a própria rede”, analisa. O moderador da mesa, responsável pela área de Relações Institucionais da Amil, Antonio Jorge Kropf, sintetizou as ideias afirmando que o momento atual mostra de forma clara que há necessidade de solução para o modelo utilizado. “A livre escolha tradicional é insustentável na prática da medicina moderna. A mudança é hoje uma necessidade absoluta”, afirma.

Experiência novaiorquina

O tema remuneração baseada em valor também foi discutido no segundo dia do Congresso com a mesa apresentada pela diretora da KPMG Heathcare Advisory, Eveline Van Beek. Ela mostrou um exemplo de sucesso da adoção da remuneração baseada em valor em um serviço público de Nova Iorque (EUA). A diretora explicou que a aplicação de um novo formato de pagamento surgiu da busca de um sistema eficiente e sem desperdícios. Os modelos mais comuns de remuneração levam em conta o volume e paga-se pelo o que é feito e não pela forma como o serviço é feito.

Segundo ela, a mudança na forma de remuneração permitiu a estabilização, a partir de 2011, dos custos com cuidados, apesar de um aumento de mais de 12% do número de beneficiários. O novo modelo permitiu a queda nos custos per capita dos usuários. Entre as lições aprendidas, Eveline destacou que o sucesso da mudança na forma de pagamento depende no engajamento contínuo com os stakeholders, que é preciso suporte adicional para a adequação dos novos comportamentos e que todos os dados e estatísticas relativos à mudança devem ser cuidadosamente colhidos: “Não se pode provar o que não foi medido”, afirmou ela.

A participação de Eveline Van Beek teve moderação a participação do CEO da 2iM, Cesar Abicalaffe, que destacou ser preciso ter uma métrica da qualidade e experiência do paciente envolvido para que se tenha um componente de valor. Abicalaffe lembrou que o assunto é discutido no Brasil desde 2006, mas que só a partir do ano passado, a questão a respeito da mudança do modelo de pagamento voltou ao centro das discussões.


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