Apesar de toda tecnologia, boca a boca ainda é a melhor propaganda

Um estudo mundial promovido pela empresa de pesquisas Nielsen, para descobrir em quais meios de comunicação a publicidade é mais ou menos confiável, demonstrou que a recomendação de pessoas conhecidas é confiável para 92% dos pesquisados. O percentual cresceu 18% em relação a 2007, ano da primeira versão do estudo.

A pesquisa analisou desde a tradicional boca a boca, ao anúncio via sms (mensagem de celular), propaganda em jornal, revistas, TV, banners de internet e filmes no YouTube e mostra que, mesmo com todo avanço tecnológico, que possibilitou a comunicação rápida e a abundância de informações, o hábito de buscar a opinião de pessoas próximas antes de tomar uma decisão de consumo continua forte.

“O mundo vive a era da reputação. As pessoas não se vislumbram mais com a magia das propagandas, com personagens fictícios e que não traduzem uma experiência real”, afirma Carlos Costa, professor, palestrante e especialista em sistema de informação e marketing digital.

De olho nessa tendência - ou resgate - empresas têm investido em propagandas reais de seus produtos. Em Goiânia, a Terral Incorporadora convidou clientes para falar de sua percepção do atendimento e do apartamento recebido como estratégia para anunciar um novo lançamento, o HIT Marista, um alto padrão compacto no Setor Marista. As estrelas reais foram convidadas a gravar vídeos e a campanha foi estampada nos outdoors da capital goiana.

“Se o consumidor valoriza muito mais o real, quem melhor pode passar essa mensagem para o consumidor? Nosso cliente, que já usufrui do nosso produto, conhece a qualidade e pode dividir sua experiência”, justifica o gestor da Terral Incorporadora, Marcelo Borges.

“Boca a boca” nas redes

Segundo o especialista Carlos Costa, hoje em dia, dentro do contexto de “aldeia global” em que todos estão conectados, os consumidores também estão aprendendo a buscar a recomendação real de quem não se tem tanta proximidade, e sem indução. “Eles analisam as avaliações de outros consumidores, os comentários sobre o produto, reclamações e elogios. É a partir da análise da experiência pessoal de outros clientes, que o comprador toma sua decisão”, analisa.

“Quando a gente fala de propaganda boca a boca nos dias de hoje não é só aquela que você encontra um amigo na rua e ele esboça sua satisfação ou desgosto com um determinado produto. Os comentários e reclamações em sites de avaliação do consumidor como o ‘Reclame Aqui’, por exemplo, também são uma espécie de ‘boca a boca’”, considera Carlos Costa.

O Reclame Aqui, portal que se consagrou no Brasil por dar espaço aos consumidores para apresentar o problema que sofreu com uma determinada empresa, se tornou referência não apenas para publicar queixas, mas para se consultar a reputação das marcas. Atualmente, segundo levantamento do site, 95% das pessoas acessam o Reclame Aqui, tem objetivo de pesquisar a vida pregressa da empresa com a qual elas desejam fazer negócio, e não para reclamar.

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