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Sucessão familiar e empreendedorismo: O futuro da cafeicultura brasileira -

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Juliana Portugal
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S Por Marcos Matos e Marjorie Miranda*

Atualmente, a sucessão familiar é um dos temas mais discutidos em todo o mundo no setor da agropecuária. Um dos desafios nas propriedades rurais é a falta de interesse dos jovens em permanecer na atividade, ocasionando o chamado êxodo rural. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), as empresas familiares constituem cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e empregam 75% da força de trabalho. Portanto, empresas familiares são um dos pilares de economia e sua continuidade é de fundamental importância para o desenvolvimento do País. Porém, ainda de acordo com o Sebrae, 70% dessas empresas encerram suas atividades com a morte de seu fundador e somente 5% das que restaram sobrevivem até a terceira geração.

No meio rural, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), até 2030 aproximadamente 40% dos produtores rurais sairão da atividade. Nos municípios onde a agricultura familiar é bem desenvolvida, há também maior desenvolvimento econômico devido à capacidade de geração de renda de forma contínua, em relação à agricultura patronal que caracteriza mão de obra por safras. Além de comprometer a oferta de produtos agropecuários, a crescente faixa etária dos produtores e a ausência de sucessores no negócio acarretam problemas para a gestão da atividade. Como exemplo, as dificuldades na obtenção de crédito, principalmente para investimento, caracterizado por prazo mais longos, para a aquisição de novas máquinas e equipamentos.

Diante disso, um dos desafios habitualmente enfrentados pelas empresas familiares está no gerenciamento da sucessão e na inserção dos filhos e da nova geração na administração da empresa. Há constantes falhas no processo de transmissão entre a geração que está à frente do negócio e a que passará a dirigi-la. O fundador deveria iniciar o processo sucessório, mas no meio rural esta decisão quase sempre é postergada, acontecendo de forma abrupta, com a morte ou doença do gestor original. Dessa forma, as discussões familiares sobre a continuidade da empresa ocorrem em momentos de forte emoção e, assim, nem sempre as melhores alternativas serão escolhidas. Há inclusive um sentido no movimento contrário, em que os patriarcas incentivam sua prole a estudar fora justamente para que não continue trabalhando no campo.

O principal elemento para que a sucessão familiar seja alcançada com sucesso é manter a população no campo. Para isso, é necessário ampliar a renda dos agricultores, além de melhorar a sua distribuição, promover maior equidade social e de gênero e melhoria na qualidade de vida também compõem uma possível estratégia. No processo sucessório é importante considerar os valores da família gestora, a realidade em que ela se encontra e os valores presentes, bem como a expectativa de vida dos membros principais atuantes na gestão. A sucessão na gestão familiar é crucial no êxito da continuidade de uma organização, uma vez que o processo intervém diretamente nos negócios e pode ser capaz de definir a sua estabilidade, crescimento ou ruína da empresa.

O planejamento do processo da sucessão pode resultar em vantagens para a organização familiar. Com a entrada de uma nova geração na empresa, a inovação tende a ser próspera e o receio de correr riscos tende a diminuir. Para tanto, a busca por um perfil empreendedor alinhado aos valores da família pode ser capaz de suscitar a inovação organizacional dentro de empresas familiares.

Os herdeiros precisam ser preparados para o processo sucessório, para que suas expectativas sejam atendidas, visto que a contínua motivação é fator chave para que a segunda geração tome frente dos negócios. Portanto, conclui-se que a geração que seguirá na gestão da empresa familiar necessita ser capacitada, com base na educação empreendedora e estar motivada para integrar o processo de gestão.

O setor exportador de café do Brasil tem focado diretamente em ações de Responsabilidade Social e de Sustentabilidade nos últimos 15 anos. Nesse sentido, o Cecafé tem atuado para fortalecer as ações nas regiões cafeeiras, com importantes resultados que direcionam a cafeicultura brasileira a um futuro cada vez mais sustentável.

Em 2017, o Cecafé criou o Polo Café Sustentável, com base na renovação e integração dos tradicionais programas como o Criança do Café na Escola, o Produtor Informado e o Café Seguro, com foco nas pessoas envolvidas na cadeia produtiva do café, como crianças, jovens, produtores rurais, homens e mulheres. O Polo visa desenvolver boas práticas, sucessão familiar, inclusão digital, sustentabilidade, equidade de gênero e outros temas que sejam de interesse na região de atuação.

A maioria dos jovens opta por sair do campo para procurar melhores condições de trabalho nas grandes cidades. Diante disso, o desafio é propor ações para que os jovens visualizem oportunidades no campo, com qualidade de vida e renda como incentivo para que esses jovens continuem a produzir café com qualidade e sustentabilidade. As ações e parcerias propostas pelo Cecafé têm como objetivo capacitar os jovens para serem empreendedores/gestores de suas propriedades, demonstrando a importância de uma cafeicultura sustentável, por meio da adoção de boas práticas agrícolas e tecnologias, com o propósito de construir um ambiente harmonioso e saudável para a sucessão familiar.

Entre as ações propostas, destacam-se os cursos especializados visando a educação empreendedora, orientação e qualificação, aulas de informática, tecnologia e sustentabilidade, por meio de workshops. Tal conteúdo poderá englobar as seguintes palestras: jovem sucessor que obteve êxito ao comandar uma fazenda; consultores do SEBRAE falando sobre gestão, governança, plano de negócio e processo sucessório; agrônomos e técnicos discorrendo sobre boas práticas e atendimento a normas e legislação; dia de campo demonstrativo. As iniciativas elencadas buscam colaborar para o desenvolvimento integral dos jovens, procurando estimular o protagonismo juvenil, sensibilizar, motivar e prepara-los para os desafios da cafeicultura no âmbito global, instigando-os a identificarem oportunidades e planejarem seu futuro por meio de atitudes empreendedoras.

*Marcos Matos é diretor geral do Cecafé e Marjorie Miranda é coordenadora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé

Sobre o Cecafé

Fundado em 1999, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade social. Atualmente, possui 139 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 95% dos agentes desse mercado no país.


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