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Uma análise do cenário político do ICES

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Francisco Galiza.
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Uma análise do cenário político do ICES

Rating de Seguros – Comentário Econômico n 475

Prezados Senhores,

Para conhecimento e para pensar...

O ICES (Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras) foi criado no final de 2012. Ou seja, em mais alguns meses, comemora cinco anos!

Ele surgiu para servir como um termômetro do que as seguradoras brasileiras pensam sobre os próximos seis meses, tanto em relação à economia como um todo, como ao andamento de tal setor. Mensalmente, altos executivos de mais de 70 grupos atuantes nesse mercado enviam as suas respostas, de forma estritamente confidencial, ficando assim absolutamente à vontade para exprimir os seus pensamentos e expectativas. Nesse número, não estamos considerando também as grandes corretoras de seguros e resseguradoras, que também participam, e cujas respostas são utilizadas no cálculo de outros indicadores, ultrapassando o total de 140 empresas entrevistadas. Com a obtenção de todas essas informações, podemos gerar o ICSS (Índice de Confiança do Setor de Seguros), um indicador amplo do segmento.

Quando da criação do ICES, tínhamos consciência que o questionamento deveria ser ágil e objetivo. Naturalmente, não se pode tomar muito tempo desses profissionais, que respondem e trabalham de forma móvel. Para isso, em cada cálculo, usamos somente três perguntas de múltipla escolha. Esse é, certamente, um dos motivos para o sucesso desse projeto.

Nessa trajetória, temos que mencionar também o apoio institucional da FENACOR (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros), fundamental para a sua viabilidade.

Ao olhar para trás, fazendo a análise da evolução do indicador nesses quase cinco anos, não podemos deixar de destacar a influência política nas respostas. Para os empresários brasileiros, de qualquer setor, fica muito difícil gerir um negócio, ter expectativas melhores ou piores, se a gestão pública não for adequada, não tem jeito.

A partir daí, no gráfico acima, resolvemos analisar a trajetória do ICES sob esse ponto de vista, o que, pelas suas características, tem seu critério subjetivo. Cada um pode ter uma interpretação política sobre um fato, um acontecimento ou uma estatística, claro. Enfim, ressaltamos, a linha desse comentário é de como, em nossa opinião, as expectativas dos empresários teriam sido influenciadas pelo cenário político. Ou seja, a nossa opinião, mas reconhecemos que a discussão fica naturalmente aberta.

Ao todo, desenhamos dez setas distintas na trajetória do indicador, para facilitar a explicação.

  • Quando o ICES foi criado, ao final de 2012, havia otimismo na economia brasileira. Nesse período, até os primeiros meses de 2013, o indicador ficou entre 110 e 120 pontos. Ressalte-se, porém, que a trajetória era de leve queda.
  • Em junho de 2013 (primeira seta), o cenário político brasileiro sofreu um verdadeiro choque, a partir das manifestações em todo o país, com inclusive tentativas de invasão ao Congresso Nacional, etc. Nesse período, o ICES sofreu queda expressiva, de mais de 15 pontos, chegando a ultrapassar negativamente, pela primeira vez, o limite de 100 pontos. Ou seja, na média, as seguradoras brasileiras começaram a ficar levemente pessimistas.
  • Dois meses após esse “terremoto”, a sociedade respirou um pouco melhor. Na época, a impressão é que as coisas estavam voltando a se equilibrar. Assim, o indicador sinalizou uma leve recuperação (ver segunda seta), voltando ao patamar de 110 pontos, já com certo grau de otimismo. O famoso autoengano? Talvez...
  • Essa ilusão logo se desfez e entramos o ano de 2014 em plena campanha eleitoral. Como as pesquisas sinalizavam uma continuidade de governo, o indicador entrou praticamente em queda livre, ver o comportamento da terceira seta. De um patamar de 100 pontos, o indicador foi para aproximadamente 80 pontos.
  • A partir do meio de 2014, houve sinais de que a oposição poderia ter chances de ganhar e, mesmo no caso de reeleição, haveria mudanças, com a escolha de uma política econômica mais favorável a um programa de ajustes e reformas. Por exemplo, a partir da escolha do novo Ministro da Fazenda. Assim, o ICES mostrou leve recuperação (de 80 para 85 pontos), mas ainda longe de ser um valor expressivo (ver quarta seta).
  • Porém, esse período um pouco menos pessimista (lembramos que o indicador ainda estava abaixo de 100 pontos) não durou muito. Logo em seguida, o indicador caiu para a faixa dos 70 pontos. A leve recuperação, registrada em dois meses do primeiro semestre, foi sem expressividade, um simples refluxo, alguma tentativa de reformas (mais uma vez), que logo não deu certo. A quinta seta mostra o indicador caindo para 65 pontos em setembro de 2015, o seu mínimo histórico. Desolação total.
  • No início do quarto trimestre de 2015, a sexta seta exprime uma esperança de melhora, quando o então vice-presidente assumiu a gestão política do governo, em um reconhecimento, finalmente, que as coisas precisavam de mudança. Essa expectativa também foi logo desfeita. Nesse período, o ICES permanecia em um patamar de 65 a 70 pontos, um valor extremamente baixo.
  • O ano de 2016 ficou marcado pelo impedimento da presidente Dilma. Inúmeras pesquisas sinalizaram que havia um forte apoio popular para esse movimento. Seguindo essa mesma linha, e à medida que a probabilidade de que tal fato podia acontecer ia aumentando, os empresários também se animaram. Em seis meses, o ICES passou de um patamar de 65 pontos para 115 pontos, voltando a uma configuração otimista. Essa situação está representada pela sétima seta.
  • Ainda que com alta instabilidade, o novo governo assumiu em um ambiente otimista. No início do segundo semestre de 2016, o ICES se mantinha em, aproximadamente, 115 pontos. Porém, a partir daí, começou a haver as primeiras dificuldades. Na verdade, as empresas tomaram consciência que aquela melhora expressiva, inicialmente prevista para 2017, não iria de fato ocorrer. Haveria certa recuperação, sim, mas não nos números anteriormente esperados. A partir daí, o ICES sofreu uma nova reversão, voltando ao patamar de 100 pontos no final de 2016. Ver a oitava seta.
  • No início de 2017, finalmente, os primeiros números econômicos mais favoráveis começaram a surgir, animando o setor de seguros. Por exemplo, até março de 2017, o faturamento das seguradoras já estava crescendo a uma taxa nominal de 10%. Isso se expressou no comportamento do ICES, fazendo com que o indicador em três meses passasse de um patamar de 100 para 120 pontos, conforme visto na nona seta.
  • Infelizmente, há dois meses, novas revelações políticas (com o conseqüente aumento da incerteza) estão preocupando de novo o país e, naturalmente, o setor de seguros. De um patamar de 120 pontos no ICES, voltamos ao nível de 100 pontos (vide a décima seta), e ainda com uma tendência de baixa. Hoje, o sucesso ou não das reformas ou mesmo a possibilidade de haver um novo governo já surgem no horizonte. Nesse momento, a torcida é que todos esses fatos não atrapalhem a recuperação de toda a economia.

Enfim, mais uma vez, a incerteza política influenciando fortemente o mundo empresarial.

Francisco Galiza.
http://www.ratingdeseguros.com.br/
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