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Empresas investem pouco na integração de saúde e bem-estar

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Estudo que avaliou programas de 264,8 mil funcionários mostra que apenas 36% das companhias integram as diferentes iniciativas de saúde e bem-estar. E somente 31% possuem plano estratégico formalizado e de longo prazo para conduzir as ações

A baixa integração entre o planejamento estratégico e as iniciativas práticas gera ineficiência na gestão dos programas de saúde, qualidade de vida e bem-estar das empresas voltados aos trabalhadores. É o que revela o estudo “1º Benchmarking em Saúde & Bem-Estar do Brasil”, feito pela consultoria Mercer Marsh Benefícios™, em parceria com o Instituto Hero (Health Enhancement Research Organization), instituição norte-americana sem fins lucrativos especializada em estudos, análises e desenvolvimento das melhores práticas de saúde e bem-estar nos EUA.

O estudo que analisou os programas de saúde e bem-estar de 264,8 mil trabalhadores de 58 grandes empresas; mostra que somente 36% das companhias analisadas fazem a integração entre as suas diversas iniciativas. “A integração entre os programas oferecidos, embora importante, ocorre efetivamente em um pequeno universo (36%) das organizações. Se a empresa necessita de um mapeamento preciso da população de trabalhadores, ela precisa também de uma integração maior e mais eficiente”, afirma Helder Valério, líder de gestão de saúde da Mercer Marsh Benefícios.

Apoio da liderança

Ao analisar o apoio da liderança, a cultura e o ambiente de saúde dentro da empresa, 41% das participantes contam com o apoio dos líderes na estratégia de disseminar o valor e a importância da saúde para os trabalhadores. Já 64% têm a saúde e bem-estar nos valores da empresa, e para 59% a visão e a missão da organização contemplam uma cultura de ambiente de trabalho saudável.

Segundo a pesquisa, também é baixa a implantação de ações ancoradas em um planejamento estratégico. Apenas 31% possuem plano formalizado e de longo prazo para os programas de saúde.

Integração de dados dos programas

A pesquisa revela também que quando há integração, 67% dela ocorre entre dados de saúde ocupacional (atestados, exames e questionário de saúde) e do uso dos planos de saúde. Já entre aquelas que possuem o plano estratégico formalizado, 83% têm como objetivo principal avaliar os riscos de saúde dos colaboradores, 72% mensurar resultados clínicos, 67% a satisfação do colaborador e, 56%, avaliar o impacto financeiro dos riscos de saúde nos negócios. “Identificamos ainda que 78% das organizações conseguiram um resultado eficaz ou muito eficaz quando as suas práticas foram balizadas por um planejamento estratégico de longo prazo formalizado”, diz.

Alimentação saúde e gestão do stress

Em relação ao que é praticado dentro das empresas, grande parte (78%) oferece alimentação saudável e de fácil acesso ao colaborador, 50% oferecem condições em suas instalações para gestão do stress (salas de descompressão) e 36% possuem estrutura física interna que estimula a prática esportiva (academias, trilhas para caminhada). “Aquelas que contam com alto apoio da liderança tem uma maior adesão dos colaboradores aos programas de saúde oferecidos quando comparado com as que não possuem o apoio da liderança”, afirma.

Programas oferecidos

Entre as 58 companhias avaliadas, o check-up executivo e o apoio para equilibrar a vida pessoal e profissional dos colaboradores, têm sido prioridades entre os principais projetos de saúde e bem-estar. A maioria (83%) oferece check-up executivo e 60% mantém políticas de apoio para equilibrar questões pessoais e profissionais. “O check-up executivo é um benefício consagrado nas empresas para os colaboradores que ocupam posições estratégicas. O objetivo é promover prevenção à saúde dos executivos, cada vez mais pressionados pela competição, por resultados e acumulando excesso de trabalho. Embora a maioria ofereça o check-up, é comum constatar que os executivos usam bem menos esse benefício do que as corporações gostariam”, diz o consultor.

O coaching em saúde também é oferecido por 48% das participantes. Já o EAP (Programa de Assistência ao Empregado), e a opinião médica especializada está presente em 47% das companhias. “O EAP consiste na assistência especializada para ajudar empregados a se preparar e enfrentar de maneira bem-sucedida assuntos pessoais delicados e situações do dia a dia. Pode ser uma assistência psicológica, jurídica, financeira e/ou social por meio de serviços qualificados, que atendem os colaboradores com as mais diversas dificuldades”, explica.

A gestão de doenças crônicas faz parte da estratégia de saúde de 41% das empresas. E 34% oferece programas de gestão de stress, e 24% disponibiliza central de dúvidas em saúde.

Programas para trabalhadores afastados

O acompanhamento dos trabalhadores afastados é tão importante quanto o acompanhamento dos trabalhadores ativos. Apesar de 74% das empresas participantes afirmarem que têm programas de gestão focada nos funcionários afastados, estes programas apresentam resultados apenas satisfatórios pelo motivo das empresas não explorarem todos os preceitos de um programa estruturado de afastados. Do total de empresas que oferecem estes programas, somente 44% das organizações desenvolvem e aplicam métricas para monitorar casos de funcionários afastados e adotam políticas de saúde, procedimentos e cuidados para o retorno ao trabalho.

Além disso, 40% faz comunicação continua com o empregado durante a licença e 23% desenvolve ações de identificação da população de risco nos programas de saúde e bem-estar oferecidos.

Comunicação e Tecnologia

O estudo mapeou também a estratégia de comunicação para adesão e participação e identificou que 53% das ações são estruturadas com plano de comunicação anual. Trinta e um por cento (31%) dissemina as práticas de saúde por meio de multiplicadores (gestores ou funcionários elegidos para esta função), 29% estabelece comunicação sob medida para subgrupos (liderança e área operacional), e 17% traça uma comunicação segmentada aos membros da família dos trabalhadores.

Uso de tecnologia para incentivar a adesão e participação ainda é tímido entre as empresas brasileiras, segundo a pesquisa. Apenas 17% usam ferramentas de monitoramento, e somente 14% contam com aplicativos para apoiar as iniciativas do programa. “Realidade diferente da encontrada na mesma pesquisa aplicada nos EUA, onde os dados foram de 46% para ferramentas de monitoramento e 39% para aplicativos, mostrando que o mercado brasileiro tem uma grande oportunidade de crescimento nestas áreas”, finaliza o consultor.

Ainda de acordo com o levantamento, é incipiente o uso de tecnologia para incentivar a adesão e participação dos funcionários. Só 14% dispõem de aplicativos e 17% usam ferramentas de monitoramento.

Perfil da amostra

Cada uma das 58 companhias analisadas emprega em média 4.566 colaboradores. São organizações grandes multinacionais (74%) e nacionais presentes em 19 segmentos da economia (alimentos, varejo, T.I., financeiro, energia, automotivo, logística, construção e comunicação), com matrizes nacionais nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

Público contemplado nos programas de saúde e bem-estar

As empresas participantes contemplam 100% dos 264,8 mil colaboradores em seus programas de saúde e bem-estar. Além disso, em 66% delas são abrangidos os cônjuges, em 41% os trabalhadores afastados e em 28% os funcionários já aposentados que tiveram direito à extensão da assistência médica.


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